O Rebolim já não é um segredo bem guardado para alguns. Esta praia fluvial localizada na zona da Portela, em Coimbra, é agora vigiada e o enquadramento é digno de postal: o Mondego corre tranquilo pelo meio do verde das margens e faz-nos sentir longe do ritmo mais acelerado da cidade.
A visita é mais proveitosa num dia sossegado e as sombras das árvores convidam a que ponhamos a leitura, as conversas ou apenas os pensamentos em dia. Nos fins de semana com bom tempo, apesar do respeito pelo distanciamento social, vão encontrar mais ajuntamentos de pessoas.
A cortada para a Praia Fluvial do Rebolim está indicada numa placa, na N17. A estrada de acesso à praia está devidamente acaltroada. Ao fundo vêem o rio Mondego e, do lado esquerdo, encontram o parque de estacionamento.
Há uma zona com mesas e bancos corridos de madeira, casas de banho e um quiosque vermelho onde os nadadores-salvadores guardam os materiais de apoio e onde se abrigam quando está mau tempo.
Entre as 10h e as 19h, a praia do Rebolim é vigiada por nadador-salvador devidamente credenciado numa zona do rio visivelmente delimitada por marcos flutuantes.
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A requalificação dos acessos ao Rebolim teve início em 2019 e seguiram-se operações de limpeza de vegetação e de lixeiras, criação de insfraestruturas eléctricas, de telecomunicações e rede de abastecimento de água. Nos últimos meses de 2019, as cheias obrigaram a novos melhoramentos e à requalificação da zona do parque de estacionamento.
Está prevista a criação de um troço ciclável que venha a ser interligado à ciclovia de Coimbra, num troço que vai ligar Coimbra B à Portela. Esta intervenção inclui-se no Plano de Acção e Mobilidade Sustentável (PAMUS) do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) de Coimbra.
O rio Mondego e Coimbra
Em 1885, a ferrovia chegou a Coimbra e o transporte de mercadorias deixou de ser feito pelo rio embora tenhamos continuado a assistir, até aos anos 60, à navegação de barcas serranas com lenha que vinha da Beira e mulheres lavadeiras que vinham à cidade buscar trouxas de roupa para lavar no rio. Aliás, até aos anos 80 perduram na memória imagens do rio sempre cheio de grandes manchas de roupa a corar e a secar no gradeamento.
Nas últimas décadas, o Mondego perdeu os seus antigos usos e tornou-se sempre atractivo porque tem sempre água mas houve um curioso divórcio entre a população e o rio que só mais recentemente tem sido visto como um bem de todos e como um elemento ambiental estruturante de Coimbra. Hoje em dia, usamos as margens do rio que estão preparadas com zonas de lazer, equipamentos culturais, actividades desportivas e a zona ribeirinha da cidade voltou a crescer em oferta e em vida.
O Mondego esteve bastante presente na edição de 2019 da Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra (intitulada A Terceira Margem) e também dá o mote a festivais de música e obras literárias.
Texto e fotos: Joana Pires Araújo
A DS Portugal apoia o trabalho desenvolvido pela Coolectiva através da cedência de uma viatura para deslocações da redacção. Este passeio até à Praia Fluvial do Rebolim foi feito a bordo do DS3 Crossback que ficam convidados a conhecer melhor na DS Store Coimbra. Se quiserem ler a nossa experiência a bordo deste carro, espreitem este artigo.