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Subir estes 367 metros de altitude vale bem a pena

Continuamos a palpar Penela em busca da história, desta vez medieval. A caminho da Villa Romana do Rabaçal, basta um pequeno desvio para subir uns séculos. Antes de chegar ao Rabaçal, as placas indicam a direcção. O mundo rural pedrifica o caminho e o Monte do Germanelo rapidamente surge na paisagem. O carro fica no […]

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Continuamos a palpar Penela em busca da história, desta vez medieval. A caminho da Villa Romana do Rabaçal, basta um pequeno desvio para subir uns séculos. Antes de chegar ao Rabaçal, as placas indicam a direcção. O mundo rural pedrifica o caminho e o Monte do Germanelo rapidamente surge na paisagem. O carro fica no sopé e quando olhamos para o que são 367 metros de altitude quase pensamos que enlouquecemos ao subi-lo a pé. 

Acontece que aos ziguezagues a subida é bastante tranquila e bastam 10 a 15 minutos para o reconquistar. Se o dia for ventoso, podemos esperar uma multiplicação da brisa lá no topo e confiar que os cabelos ao vento nos deixem apreciar esta paisagem cársica arrebatadora, que abrange os concelhos de Penela e Ansião. Toda a vista panorâmica do Vale do Rabaçal vale cada passo nesta subida.

O Castelo

Numa época em que a segurança deste território estava comprometida, D. Afonso Henriques (1142) mandou-o erguer, no alto de uma colina anteriormente ocupada por um castro romanizado. Com uma área de 80 mil metros quadrados, serviu de ponte entre os castelos de Penela e de Soure, como reforço da linha de defesa do rio Mondego, defendendo o vale do Rabaçal das investidas muçulmanas chegadas pela antiga via romana. Este ponto estratégico, com vista privilegiada, acompanhado por um foral enriquecido de privilégios aos moradores, trouxe a segurança e guarnição necessária para o povoamento e a dinamização deste território. Desta forma, em troca da isenção de impostos, do perdão de crimes anteriores e da liberdade para ocupar todo o território a Sul que conseguissem, a defesa do território com ajuda do castelo foi um pequeno preço a pagar por um povo que se fixou e prosperou, conquistando terras até ao Zêzere nas décadas seguintes.

Com a fronteira transposta mais para Sul, o castelo perdeu a função estratégica e foi abandonado, sendo reconquistado pela mata circundante.

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Hoje

A muralha ameada com que nos deparamos, de estilo românico, aconchegada pela vegetação, pasmem-se, é uma reconstrução hipotética do que seria, parcialmente, a muralha Norte, levada a cabo em 1941 pelo Dr. Salvador Dias Arnaut (1913-1995), proprietário na altura.

Na mesma pequena área que pisamos, podemos ainda contar com uma cisterna e um marco geodésico.

Para os amantes da Natureza, com bicicleta ou a pé, a dica passa também por aproveitar os percursos de terra rodeados pela vegetação cársica e com sorte ainda conseguem ver algumas espécies de orquídeas e jasmim silvestres.

Lenda dos Germanelos

Dois gigantes gémeos (=germanelos) moravam em montes diferentes, no Melo e no Gerumelo. Ambos eram ferreiros e partilhavam o mesmo martelo. Um dia o Gerumelo atirou o martelo com tamanha força que este se dividiu: a cabeça foi parar ao sopé do monte Melo, originando uma fonte de águas férreas, e o cabo, de zambujo, caiu mais à frente, de onde nasceu um zambujal.

Ainda hoje há quem procure vestígios da forja ou da bigorna do Gerumelo. Quem sabe não serão vocês a encontrá-los.

Texto: Inês Fernandes
Fotos: Inês Fernandes e Pedro Costa

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