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Fomos ao Armazém da Sé Velha explorar velharias e antiguidades

Calcorreámos as ruas estreitas da Alta de Coimbra e fomos até aos números 16 e 18 da Rua dos Coutinhos que acolhem o Armazém da Sé Velha, uma loja de velharias e antiguidades que abriu as portas ao público em Agosto deste ano (2021), depois das dificuldades trazidas pela pandemia e as obras naquela zona. […]

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Calcorreámos as ruas estreitas da Alta de Coimbra e fomos até aos números 16 e 18 da Rua dos Coutinhos que acolhem o Armazém da Sé Velha, uma loja de velharias e antiguidades que abriu as portas ao público em Agosto deste ano (2021), depois das dificuldades trazidas pela pandemia e as obras naquela zona. A loja está aberta de segunda a sábado, entre as 10h30 e as 18h30.

Ana Souto e Cristina Albergaria já se conheciam há muitos anos, desde os tempos da Universidade. Os caminhos profissionais destas amigas cruzaram-se na vontade de abrir uma casa de velharias e começaram por procurar um espaço especial. Queríamos algo diferente e encontrámos este armazém na Alta, esta era uma zona de eleição.

Vemos cadeiras Olaio, mesas de apoio, candeeiros, prateleiras, telefones de disco, louças e talheres, gessos e um sem fim de outras peças singulares e plenas de memórias.

O móvel de trabalho vem de uma estação dos CTT, conta com uma gaveta com fechadura onde se guardava o dinheiro e marcas do calor na trave de apoio aos pés, causadas pela escalfeta que aquecia outros tempos. Uma parede exibe orgulhosa uma porta muito trabalhada que tinha sido encontrada num galinheiro. Trata-se de uma peça imponente, decorativa, em óptimo estado de conservação. Outras portas antigas estão transformadas em biombos que foram vendidos para restaurantes e que permitem alguns recantos mais particulares.

O olhar demora-se a explorar as paredes do espaço, os objectos cuidadosamente colocados em cada recanto e viajamos no tempo. Ana e Cristina comentam: Todos temos memórias e nós vemos isso todos os dias. As pessoas entram, vêem a loja e começam logo os comentários: em casa dos meus avós, em casa dos meus pais havia isso. É o resultado da vivência normal que todos tivemos, no campo ou na cidade, e identificamos estas coisas.

Os estrangeiros gostam muito de explorar o Armazém e tiram fotografias mas o público da loja é variado: entram aqui pessoas de todas as idades, dos mais velhos que reconhecem peças, aos mais novos, curiosos.

Reutilizar e reciclar

Cristina contou-nos que ali se aproveita tudo, até o que possam ter encontrado no lixo. Estamos na era do reciclar, a malta nova até já está sensibilizada para isso.  E Ana relembra: Antigamente era assim, os frascos eram de vidro, as mercearias vendiam coisas avulso. Tínhamos sacos que levávamos quando íamos à Manutenção Militar comprar um quilo de arroz ou farinha. A intenção é recuperar coisas que estão para ir fora e que as pessoas não querem, às vezes até dando-lhes uma roupagem nova.

Este trabalho de recuperação procura ser o mais fiel possível à peça, para que não perca memória mas não quer dizer que não aconteçam algumas intervenções nalguns produtos. Já tivemos um candeeiro que tinha um ar estragado e que pintámos de uma cor diferente e fez imenso sucesso, funcionou bem.

Há muita gente que vem cá saber se pode vender as suas peças mas temos de ver se gostamos ou não porque temos muito stock, muitas peças que fomos adquirindo ao longo do tempo. Algumas pessoas contactam o Armazém e acabam por acordar vender à consignação.

Perguntámos pela receptividade do público da cidade e a resposta chegou pronta: Coimbra é muito complicada porque as pessoas são comodistas e gostam de comprar fora mas a verdade é que também não há muitas lojas interessantes e que cativem as pessoas. Faz falta as pessoas virem e sentirem-se bem nesta zona que é uma zona de interesse. É preciso melhorar o centro histórico, limpar, cuidar. O lixo à porta das casas é uma vergonha.

Também assinalam falhas nas recentes intervenções realizadas na Alta: A requalificação que esta zona sofreu podia ter sido feita com mais cuidado. Há caixas eléctricas de plástico, a sinalética não é toda igual. Somos um país antigo, como Espanha e Itália, mas vamos lá e não vemos estas coisas, lá está tudo arranjadinho. O encanto das coisas é o pormenor nas ruas e nos espaços públicos. Somos património da UNESCO mas o Quebra-Costas tem agora umas escadas de granito. As pessoas escorregavam, era preciso intervir mas com respeito. Estamos curiosas para saber o que vai acontecer à Sé Velha, não se devia estacionar de modo nenhum ali perto. Também temos o teatro como o Sousa Bastos cheio de ratos, um problema de saúde pública ali e nada se faz.

Texto e fotos: Joana Pires Araújo

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