Contribuir small-arrow
Voltar à home
Contactem

Junta de Freguesia

Conheçam

Os Tigres na Parede

Vejam

Início da requalificação dos muros

Murais que se tornaram icónicos e afastaram o vandalismo

Murais entre o CoimbraShopping e a Escola Secundária Quinta das Flores estão a ser reabilitadas. Fomos a uma sessão de pintura, onde os responsáveis se mostram agradados com o respeito que a comunidade lhes tem dedicado e admitem que gostariam de ver a iniciativa alargada a outros pontos do concelho.

Partilha

Fotografia: Mário Canelas

Contactem

Junta de Freguesia

Conheçam

Os Tigres na Parede

Vejam

Início da requalificação dos muros

Ouvem música, cantam, dançam, trocam tintas e pincéis. Parece tudo menos a descrição de uma aula, mas é. Uma aula de uma turma do 10º ano da Escola Secundária Quinta das Flores no exterior, a reabilitar as pinturas dos 75 murais que se encontram entre a Escola e o CoimbraShopping. Uma obra que começou em 2007 e que, perante a deterioração do muro com o passar dos anos, está a ser remodelada por 350 alunos da Quinta das Flores, com o apoio do CoimbraShopping e da Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais. Os alunos divertem-se e sentem-se importantes na pintura dos murais, enquanto os professores e a Direcção do centro comercial destacam o respeito da comunidade pela obra, incentivando a que seja feito noutros pontos.


«Destaco o respeito que a comunidade tem tido com o espaço. Ninguém toca nestes murais. Não há vandalismo aqui.» A constatação é feita pela directora do CoimbraShopping, Ana Rita Batanete, comparando com outros muros próximos, que têm marcas de vandalismo. A professora responsável pela reabilitação dos murais, Marina Pacheco, lembra como eram aqueles muros há 15 anos. «Estavam muito deteriorados e, na altura, surgiu a ideia de ter alunos do Básico e do Secundário, com o apoio do CoimbraShopping, a pintar murais», aponta, completando que foram pintados ao longo do ano lectivo de 2007/2008.


Desde aí, e no seguimento do que já tinha dito a directora do centro comercial, Marina Pacheco realça que os murais «têm estado impecáveis» mas, com o tempo, os muros acabaram por se deteriorar, o que obriga agora a esta reabilitação das pinturas. «Já era para ser feito em 2019, mas entretanto houve a pandemia e não deu para fazer mais cedo. O centro comercial reabilitou os muros no final de 2021 e, agora, estamos a fazê-lo com as pinturas», descreve Marina Pacheco, relembrando que as pinturas são «um retrato da História da Arte».

Melhor que a sala de aula

«Sou a melhor pintora que aqui está», diz, na brincadeira, Inês Amado, de 15 anos, enquanto acerta a cor amarela num dos murais, que contém obras como  «A Criação de Adão», de Miguel Ângelo, «Las Meninas», de Pablo Picasso, o «Nascimento de Vénus», de Botticelli e o retrato de Marylin Monroe, por Andy Warhol. Considera a actividade como «uma experiência única» e mostra-se orgulhosa de fazer parte deste projecto de embelezamento de um muro da cidade.

«Já queria pintar murais há muito tempo e agora estou a fazê-lo. Algumas obras não estão muito fiéis ao original, estamos a tentar melhorar», assegura. Ao seu lado está Joana Lima, que confessa sempre ter gostado de murais. «É muito bom participar neste», conta-nos. Sobre o trabalho, admite que nem sempre é fácil. «Quando está sol é difícil estar aqui», admite.


No mural ao lado, estão Íris Matos e Rafael Silva, ambos de 16 anos. A aula diferente que estão a ter é do seu agrado. «É melhor do que estar na sala de aula, e é importante fazer parte da história destes murais», considera Íris. Rafael concorda com a colega e acrescenta que gostaria de o fazer noutros pontos da cidade. «Seria interessante», reconhece.

E os muros da Escola?

Segundo Ana Rita Batanete, o investimento do CoimbraShopping na iniciativa ronda os 10 mil euros. «Somos nós que compramos os materiais, em articulação com a escola, para ter noção das quantidades. Damos ainda o apoio logístico», sublinha.

Ao ver os murais do CoimbraShopping, pintados pelos alunos da Quinta das Flores, é inevitável olhar para as paredes em frente, que pertencem à Escola, e que têm marcas de vandalismo. Igualmente inevitável é a pergunta: e porque não fazer o mesmo nestes muros? A resposta pronta foi-nos dada pelo director da Escola, Lúcio Pratas. «Da nossa parte é difícil fazer o mesmo nos muros da Escola por falta de dinheiro, mas com o apoio de alguma instituição, ou mesmo da Câmara Municipal de Coimbra, podemos fazer o mesmo», afirma.


A ideia também agrada a Marina Pacheco, seja na Escola ou noutros pontos da cidade. «São coisas bem vindas e fazem falta. Gostava de ter tido o mesmo na idade deles. Acho que seria bom ter mais locais da cidade com esta iniciativa, com abertura e apoio da Câmara seria óptimo», entende. No CoimbraShopping a iniciativa não deverá ser replicada, mas não é por falta de vontade da Direcção. «Não temos previsto fazê-lo noutros espaços do centro devido às características dos materiais, mas estamos sempre abertos a outras iniciativas, como forma de interagir com a comunidade», assegura Ana Rita Batanete.

Autarca abre a porta a mais iniciativas

O presidente da Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais, Francisco Rodeiro, admite não ter previsto o ampliar da iniciativa noutros pontos da freguesia, mas garante o apoio a qualquer instituição ou comunidade que o queira fazer. «É uma questão de surgir uma iniciativa. Qualquer instituição, clube, comunidade que queira pintar murais na freguesia, se virmos que é um projecto de qualidade e uma mais valia, terá o nosso apoio. Os poderes públicos têm obrigação de apoiar essas ideias», defende.

Mais Histórias

Jovens do TUMO pedem de novo a palavra para «escrever o futuro»

55 anos depois, o corajoso ato de um estudante de Coimbra que pediu a palavra quando falar era proibido continua a inspirar jovens alunos a manifestarem-se. O resultado é uma exposição em parceria com a Anozero, onde arte e tecnologia se fundem para manter a chama da liberdade acesa.

quote-icon
Ler mais small-arrow

A revolução também morou na Casa dos Estudantes do Império de Coimbra

O número 54 da Avenida Sá da Bandeira recebeu jovens das então colónias portuguesas sob o espírito colonial. Mas o tiro saiu pela culatra e quem acabou por ocupá-la foi a liberdade, o espírito democrático e a luta anticolonialista.

quote-icon
Ler mais small-arrow

Associação de moradores precisa do contributo de todos para plantar um mural do 25 de Abril no Monte Formoso

Painel de azulejos será «uma obra de arte que destaque e celebre, no espaço público, os valores de Abril». Mais de uma dezena de pessoas já apoiaram a causa. O valor total necessário é de 511€.

quote-icon
Ler mais small-arrow
Contribuir small-arrow

Discover more from Coimbra Coolectiva

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading