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«We Exist» dos Arcade Fire

A cor saiu à rua na Marcha contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia em Coimbra

«Aqui têm de nos ver», disse uma manifestante no meio da praça central da cidade. Educação, respeito e mais espaços de liberdade foram alguns dos desejos que ouvimos para Coimbra no Dia Internacional contra Homofobia, Transfobia e Bifobia.

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Fotografia: Mário Canelas, UC (Paulo Amaral)

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«We Exist» dos Arcade Fire



«Eles andam por aí/ A cabeça cheia de som / Agindo como se nós não existíssemos», canta a banda canadiana Arcade Fire no tema «We exist». Nas ruas de Coimbra, freiras benzeram-se e idosos fixaram o olhar, mas também filmaram com o telemóvel, congratulando a energia dos jovens em defesa da igualdade. Terça-feira, 17 de Maio, foi Dia Internacional contra Homofobia, Transfobia e Bifobia e de 13ª Marcha contra a Homofobia e Transfobia, organizada pela Plataforma Anti-Transfobia e Homofobia (PATH). Da Praça da Canção até à 8 de Maio, junto aos Paços do Concelho, caminhamos com dezenas de manifestante que, entre braços erguidos com cartazes ou abraçados, pintados as cores do arco-íris, entoam apelos à igualdade e ao respeito pela diferença. 


Guilherme Portugal tem os lábios vermelhos, a cara desenhada, usa brincos e tem vestida uma saia às bolas brancas. «Estou aqui pelas pessoas que não têm coragem de vir, que não têm coragem de se vestir como eu me visto. Estou aqui a dizer: «Venham, estão em casa» diz, ainda com o olhar preso ao chão. Identifica-se como bissexual, conta que já foi agredido e vítima de assédio, mas está na marcha para representar «as outras vítimas, que são milhares» mas que, por um motivo ou por outro, não vão para a rua gritar. Guilherme diz que na marcha se sente livre e pede mais educação. «Falta os meios pequenos crescerem com uma perspetiva mais aberta». Perguntamos-lhe se pensa fazer algo mais, para além da participação na marcha, para ver esse desejo cumprido. «Quero muito ser pai…mãe…whatever…e acredito piamente que vou ensinar os meus filhos a lutar por uma causa justa, e se for preciso ensiná-los a saberem defender-se, porque o mundo é um lugar muito perigoso.»


Estamos na ponte de Santa Clara. «Todo o ano e todo o dia, morte à transfobia!» grita, a plenos pulmões, Catarina Baptista. Não tem mais de 20 anos, aliás a maioria dos manifestantes anda lá perto, em termos de faixa etária. «Eu estou aqui porque quero ver um mundo melhor. Quero que os meus amigos possam dar as mãos com os seus namorados sem serem olhados de lado na rua. Quero que não haja problema em um rapaz usar um vestido. Quero que não haja discriminação com base no género e orientação sexual.» A jovem, que segura um cartaz na mão, diz que quando tentou dizer à avó que tanto gostava de rapazes como de raparigas, mas que não queria levar nenhum para a cama, ela respondeu que devia ir ver um psicólogo.


«Eu faço parte da comunidade [LGBTQIA+], mas mesmo que não fizesse, vinha na mesma», atira Diana Oliveira, 19 anos. «Não é por não fazermos parte que não podemos apoiar, nós podemos e devemos apoiar todas as causas em que acreditamos.»  A jovem estudante, natural de Aveiro, diz que está «a tentar fazer com que as pessoas percebam que é importante ver. Não só ouvir, não só falar ou ler na internet sobre o assunto, mas ver, nas ruas, e perceber que não há nada de errado». Perguntámos como é pertencer à comunidade LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais/Transgéneros, Queer, Intersexo, Assexual e outras possibilidades de orientação sexual ou identidade de género) em Coimbra. «Há pessoas com quem se pode falar e sítios onde se pode ir, mas não há muita informação. Há sempre gente a quem se pode mandar mensagem, até a nível académico. A organização destes eventos ajuda a que se perceba que há sítios onde se pode ir falar mas mesmo assim acho que devia ser mais divulgado.»


Filipa e Joana distribuem panfletos. Têm o pelouro da Educação Cívica e Ambiente do Núcleo de Estudantes de Relações Internacionais da Faculdade de Economia da Associação Académica de Coimbra (NERIFE/AAC). Os panfletos são sobre a Semana Queer que estão a organizar, com actividades informativas, expositivas e interativas abertas a toda a comunidade, mesmo a não estudantil, e sem qualquer custo. «É preciso falar disto, porque continua a ser uma comunidade sub-representada e é sempre importante relembrar as pessoas do porquê destas coisas. É com este tipo de iniciativas que conseguimos alguma coisa. Eu acredito que é na rua que se faz muito barulho e que conseguimos reivindicar alguns dos nossos direitos, que muitas vezes até já estão no papel mas não são praticados e no dia-a-dia é o que se vê. Sou de Coimbra, nunca experienciei qualquer problema directamente, no entanto sinto os olhares, evidentemente. Deixando de ser o anormal, se calhar as pessoas olhavam-nos com outros olhos.» 


Desde 2018 que, com a aprovação da ENIND – Estratégia Nacional Igualdade e Não Discriminação – Portugal + Igual (2018-2030), Portugal passou a ter um plano autónomo intitulado «Plano de Ação de combate à discriminação em razão da Orientação sexual, Identidade e Expressão de género e Características sexuais». Mas as conquistas de direitos das pessoas LGBTQIA+ em Portugal são resultado de um longo caminho. O Código Penal português chegou a entender a homossexualidade como «prática de vícios contra a natureza» e a punição passava, entre outras, pelo «internamento em manicómio criminal» e pela «interdição do exercício de profissão». Durante a ditadura, a sociedade idealizada pelo regime de Salazar excluía todas as pessoas que constituíssem um «perigo moral», entre as quais os homossexuais.

A homossexualidade foi descriminalizada em Portugal com a revisão do Código Penal em 1982, nos anos 90 surgiram a associação ILGA Portugal (Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual, Tans e Intersexo), o Clube Safo (Associação de defesa dos direitos das lésbicas) e a Opus Gay (Associação de Apoio e defesa dos direitos humanos, a nível individual e coletivo, das minorias sexuais). Nos últimos 10 anos, Portugal tem vindo a introduzir alterações legislativas progressistas nomeadamente no código do trabalho, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o direito à adopção, o direito ao acesso à Procriação Medicamente Assistida e, em 2018, a lei da autodeterminação da identidade de género e expressão de género e à proteção das características sexuais.

«Eu conheci os conceitos feministas e de género porque vi na televisão uma marcha LGBT e perguntei à minha mãe o que é que era, foi muito importante esse momento, essa viragem. Por isso, mesmo que seja pouco o impacto que estas manifestações têm, são importantes.»

Beatriz, manifestante


Joana Sousa está na marcha porque estuda em Coimbra mas é do Porto. Confessa que fica muito reticente em andar de mãos dadas, mesmo que seja só com amigas, na rua. «Há medo, sem dúvida, até porque somos mulheres e é uma intersecção de vulnerabilidades. E nós somos brancas, podia ser pior», nota. «É por isso que vimos e acabamos em frente à Câmara Municipal, porque a mudança política também tem de ser feita. Mas nós, sozinhos, não vamos conseguir a mudança política, precisamos do resto da sociedade.» A amiga, Rita Cavaco, interrompe e acrescenta: «Ao virmos aqui eles têm de nos ver. Têm de olhar, têm de ler os cartazes, têm de ver a luta pela igualdade. E o facto de não nos dizerem nada até pode significar que estão a tentar compreender.»


Ivo e Diogo escutam abraçado o discurso da PATH, em frente è Igreja de Santa Cruz. Beijam-se na boca e seguram a mão um do outro. Por que é que estão aqui? Porque «fazemos todos parte da mesma comunidade mas o que se tem notado e continua a notar é que nós estamos, constantemente, a ser excluídos dessa dita comunidade», responde Ivo. Como? «Insultos gratuitos, violência física, o número de pessoas que já morreram por causa do preconceito. Não fomos nós mas podíamos ter sido. E por isso também lhes prestamos homenagem hoje», diz Diogo. Mas vocês os dois já sofreram na pele o preconceito?, insistimos. «Sofremos todos, uns pelos outros. É algo que afeta toda a gente.» Falando sobre a realidade local, Ivo comenta que, tendo nascido e crescido em Coimbra, a sua descoberta foi muito mais difícil que a do companheiro. «Em Lisboa teve acesso a outra realidade.»


Beatriz diz que a marcha é uma celebração «de todas as vitórias que conquistámos até hoje». «Mas é também uma exigência de que mais seja feito para melhorar as condições de vida das pessoas da comunidade e para que haja igualdade de verdade», continua. Ivo concorda, mas nota que a marcha é «como uma afirmação, porque a mudança tem de acontecer no dia-a-dia.» Beatriz chuta: «Eu conheci os conceitos feministas e de género porque vi na televisão uma marcha LGBT e perguntei à minha mãe o que é que era, foi muito importante esse momento, essa viragem. Por isso, mesmo que seja pouco o impacto que estas manifestações têm, são importantes.»


Ouvimos a palavra educação muitas vezes nesta 13ª Marcha contra a Homofobia e Transfobia. «Pensava que à medida que o tempo fosse passando o preconceito fosse deixando de existir, mas cada vez mais vejo pessoas da minha idade com esse preconceito e fico estupefacto», confessa Ivo. «Como é que pessoas tão novas têm esse pensamento?», continua. «Eu acho que o mais importante é diminuir o ódio, porque o ódio multiplica-se e é contagiante, pode ter um fundo que não tem nada a ver com preconceitos mas que se manifesta nesses preconceitos. A questão da igualdade e de haver oportunidades e boas condições económicas e sociais melhoraria muito e iria minimizar esse aspecto», refere Beatriz.


Admitimos: procurámos cabelos brancos na multidão. Metemos conversa com Jorge Santos, que chegou de megafone em punho a gritar: «LGBT! Liberdade Sexual!». É de Vila Nova de Gaia. «Somos os Bears on Motorbykes, uma comunidade de motociclistas LGBTQIA+. Apesar de já existir há quase sete anos, ainda é pouco conhecida. Vamos às marchas que conseguimos e basicamente é uma causa que nos move.» Move de norte a sul do país e em Coimbra não surpreendeu a maioria de manifestantes numa faixa etária mais de uma década abaixo da sua. «Sendo uma cidade universitária, penso que será normal haver uma faixa etária mais jovem, o que não quer dizer que não haja pessoas LGBT [de outras idades]. Há pessoas que já não aparecem porque já têm uma vida confortável, há os que não estão presentes por motivos de trabalho. Nas cidades de Lisboa e  doPorto já se vê a camada mais idosa da LGBT mas em cidades pequenas acho que existe muito receio.»

«Na praxe, todos os dias ouvimos nas práticas que ser homossexual é uma piada ou motivo de gozo, ser mulher é um insulto, tudo o que faz parte da comunidade LGBT é uma piada, além de estar tudo dividido homens cisgénero para um lado e mulheres cisgénero para o outro.»

Luísa Freitas, PATH

Jorge atirou mais duas cartas para a mesa: «É preciso lutarmos para fazermos por quebrar esse estigma e esses preconceitos na comunidade em geral mas também dentro da comunidade LGBT.» O activista explica que «há gays que não gostam dos gays mais efeminados, lésbicas que não consideram as mulheres trans como mulheres, ainda existe muito preconceito, ainda temos muito trabalho. Muitas marchas, muitos debates, muitas sessões de esclarecimento e informação.» Também há a questão política. «Vamos sempre ter que marchar. Os nossos direitos não são um dado adquirido, a qualquer momento podem ser revogados. Vemos um crescimento da extrema direita em Portugal e, tirando o exemplo de outros países, que eram muito mais liberais do que nós, tiveram leis aprovadas mais cedo do que nós. Neste momento retrocederam porque a extrema direita está no poder e revogou esses direitos.»

Bandeira Arco-Íris na universidade e autarquia não convence


Este ano, o tema central da marcha foi a reivindicação da plenitude de direitos das pessoas trans e não-binárias. «Está bastante bom para a escala de Coimbra e depois de dois anos parados», comenta Luísa Freitas, da PATH – Plataforma Anti Transfobia e Homofobia, que organiza a Marcha contra a Homofobia e Transfobia. A activista diz que em Coimbra é normal a falta de pessoas acima dos 30 ou 40 anos, porque «a verdade é que os direitos de sexualidade já estão assegurados na lei». «Mas uma coisa é a lei, e uma pessoa poder casar ou recorrer à procriação medicamente assistida ou adopção, mas depois chegando aos serviços ainda se encontram muitas barreiras, muito mais do que os casais heterossexuais», explica. Luísa afirma que em Coimbra o panorama «tem vindo a piorar nos últimos anos», relativamente à violência motivada pelo preconceito relacionado com a orientação sexual, e que os dados são desfasados em relação à realidade.


A educação sexual e para a igualdade de género e defesa dos direitos humanos é apontada como principal solução. «Coimbra precisa que haja muito mais formação a nível de escolas. Muitas crianças já podem pedir para serem tratadas pelos pronomes com os quais se identificam e o nome que querem, graças à lei da autodeterminação de género, mas vemos muitas vezes que apesar de estar na lei não existem muitas vezes nas escolas espaços onde as crianças se sintam confortáveis para fazer esse pedido. Os próprios serviços não estão preparados, não conhecem a lei, existe uma série de entraves. Na universidade, que é a mais antiga do país e se orgulha disso, e de ter um espírito muito inclusivo, a verdade é que as boas-vindas que temos é uma instituição extremamente patriarcal, extremamente binária. Na praxe, todos os dias ouvimos nas práticas que ser homossexual é uma piada ou motivo de gozo, ser mulher é um insulto, tudo o que faz parte da comunidade LGBT é uma piada, além de estar tudo dividido homens cisgénero para um lado e mulheres cisgénero para o outro.»

A Universidade de Coimbra assinalou o Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e  a Bifobia hasteando a Bandeira Arco-Íris na Torre. «Não representa absolutamente nada», comenta Luísa Freitas. «É um manifesto performativo, tal como a Câmara Municipal. Eles sabem que lhes vai dar votos ou uma imagem mais positiva. É óbvio que é um passo e que vemos isto com bons olhos e [como um gesto que demonstra] que já não nos ignoram. Durante 12 anos pedimos para colocarem a bandeira e foi preciso muita coisa, inclusive a cor política – e vou deixar claro que é muito estranho ser um partido de direita. O que é que isso quer dizer não sei, mas não é sem uma intenção», declara.

«Fico contente por termos esta oportunidade de nos manifestarmos. Os estudantes trazem vida, porque assim a cidade não fica estagnada, há sempre pessoas novas a aparecer, que vêm de sítios diferentes, tanto de grandes meios como de aldeias e é bom para abrir os olhos a Coimbra e aos seus habitantes.»

Inês Lacerda, manifestante

A activista do PATH garante que foram enviados dois emails com um pedido nesse sentido, que foram ignorados, e que só depois do terceiro, a comunicar a marcha, e depois de o grupo ter comparado a atitude de outras autarquias nas redes sociais, é que a bandeira foi hasteada. Na página Facebook do Município de Coimbra, a autarquia comunicou que «José Manuel Silva [hasteou a Bandeira Arco-Íris nos Paços do Concelho para assinalar o Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia] como símbolo de reconhecimento da diversidade humana e do apoio à igualdade, na sequência de um pedido feito pela PATH».

O que é que faz falta em Coimbra 

«Quando há uma questão que nos toca a nós, falem connosco», diz Luísa Freitas. A representante do PATH diz que a comunidade LGBTQIA+ «tem boca e se não tiver escreve ou comunica de outra forma» mas é muitas vezes outras pessoas acabam por falar por ela, como políticos que «muitas vezes nem dizem o que nós queremos que digam». Relativamente ao tema centra da marcha, a plataforma destaca a falta de acesso à saúde. «Para todas as pessoas trans no país há dois hospitais que fazem cirurgias. Dois! Como é que é possível? Não são questões estéticas, estamos a falar de saúde e de vida.»


Inês Lacerda diz: «Parece-me tão injusto que eu possa andar tão livremente pela rua e outra pessoa não possa por nada, na verdade. Não é motivo suficiente». Ela e Rita Sousa dizem que isso é algo que está nas mãos de todos enquanto comunidade. Inês até lembra que «apesar de tudo, é muito bom termos a liberdade de virmos à rua, porque eu estive a viver num país extremamente homofóbico, a Turquia, e com o governo actual as pessoas saem à rua na mesma mas sofrem de violência policial. Fico contente por termos esta oportunidade de nos manifestarmos. Os estudantes trazem vida, porque assim a cidade não fica estagnada, há sempre pessoas novas a aparecer, que vêm de sítios diferentes, tanto de grandes meios como de aldeias e é bom para abrir os olhos a Coimbra e aos seus habitantes.»

Catarina Baptista gostava de ser professora. «Gostava que os meus alunos, independentemente do que eles fossem, se sentissem confortáveis. É isso que eu quero, que toda a gente se sinta confortável.» Um conforto que também pode passar por haver mais espaços de liberdade para a comunidade LGBTQIA+. A PATH organiza mensalmente a «Festa Fora do Armário», agora no Atelier A Fábrica. «Mas é o único espaço assim e acontece uma vez por mês, é urgente haver mais», aponta Ivo. E Diogo completa: «Mais espaços significa haver mais conforto da nossa parte, implica melhores condições de vida para nós. Coimbra em si não é propícia a descobrimo-nos a nós próprios, enquanto identidade. Eu já vivi em Lisboa e sinto muito essa diferença. Em Coimbra não é fácil enquadrar-nos em grupos para nos sentirmos mais confortáveis. Acho que passa muito por não abandonar, ficar e lutar, todos os dias. Acima de tudo isto que vemos é uma manifestação mas também é uma comemoração. É necessário também comemorarmos a nossa existência.»


O teledisco de «We Exist» (2013), dos Arcade Fire, é protagonizado pelo actor Andrew Garfield que se veste de mulher e vai até um bar onde é vítima de violência, mas decide contrariar o destino dançando e sentindo-se empoderado pela música, pelos seus pares e pela própria força de vontade. O vocalista Win Butler explicou ao jornal The Guardian que, na altura, pensou que seria «bastante poderoso para um miúdo gay na Jamaica ver o actor que interpretou o “Homem-Aranha” nesse papel». Nas últimas palavras da letra da canção diz: «Talvez se se unirem/ Possam fazer a mudança nos nossos corações / Se se unirem, podem mudar-nos/ Digam-nos só por onde começar?».

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