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    Opinião | Lembramo-nos de como eram os serviços de saúde em Coimbra?

    Por António Rodrigues

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    Fotografia: Fernando Marques,Pedro Bandeira(Município Coimbra)

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    Muitos já não recordarão, certamente, o que eram os serviços de saúde na Coimbra dos anos 60-70 do século passado. Destacava-se, então, o Hospital da Universidade (HUC), implantado no alto da colina universitária, com degradadas e insalubres enfermarias de 30 a 40 camas distribuídas pelos dois pisos que circundavam o claustro central, com um escasso número de «quartos particulares» para quem tinha capacidade económica e, lá longe, acima do atual campus do HUC, os velhos Pavilhões de Celas. Havia, também, o Instituto Português de Oncologia, aberto em 1953 já na sua localização atual, não mais que uma pequena vivenda que, em 1962, foi sujeita à primeira de sucessivas ampliações e que, hoje mesmo, é objeto de apreciável intervenção estrutural.

    Na Avenida Sá da Bandeira, logo acima do Mercado Municipal, situavam-se «as Caixas» onde a regra era «despachar» dez-doze doentes/hora, invariavelmente, os mais pobres, os indigentes… Já fora do perímetro urbano, havia o Hospital Sobral Cid, o vetusto Convento do Lorvão e a Colónia Agrícola de Arnes para «os alienados», como então eram designados, além do Hospital da Tocha para «os leprosos». A Maternidade Bissaya Barreto abriu em 1963 na Quinta da Rainha, junto do Ninho dos Pequenitos (Celas) e, em 1974, a Maternidade Daniel de Matos já na sua localização atual, abandonando as instalações agora ocupadas pela ARS Centro, junto ao Jardim Botânico. Em 1973, abriu o Hospital dos Covões – Hospital Geral da Colónia Portuguesa do Brasil – cujas instalações, até 35 anos antes, tinham sediado um Sanatório.

    E não recordarão certamente, também, algumas das clínicas privadas, nomeadamente, a do Dr. Bacalhau (no atual Centro de Saúde de Celas) a do Dr. Montezuma (a meio da Rua dos Combatentes) e a Clínica de Santa Teresa (na atual Maternidade Daniel de Matos), as três já extintas. Ainda em funcionamento nos nossos dias havia a Casa de Saúde da Sofia fundada em 1932, a Clínica de Montes Claros em 1952 (agora sediada junto ao Estádio Municipal) e a Casa de Saúde de Santa Filomena, fundada em 1953, junto à Estação Nova. Os sócios fundadores dessas clínicas eram médicos afamados que se constituíam em sociedades «comerciais» nelas prestando cuidados, no que eram acompanhados por pouco mais que uma dúzia de colegas, que tinham granjeado o seu prestígio no então Hospital da Universidade.

    As Ruas da Sofia, Ferreira Borges e Visconde da Luz concentravam a maioria dos consultórios privados e unipessoais de uma boa parte dos lentes da Faculdade de Medicina e de alguns mais médicos, também com nomeada. Para encerrar o périplo, havia os laboratórios de análises clínicas do Dr. Matos Beja, do Dr. Mesquita, os Laboratórios Aeminium e os de radiologia, nomeadamente, o do
    Dr. Moura Relvas, este situado no Largo da Portagem. Ao tempo, a diferenciação em especialidades iniciava os seus primeiros passos, sendo obtidas em regime de voluntariado, sem direito a remuneração específica.

    Já as carreiras médicas ganharam foro autónomo, apenas no final da década de 60. No essencial, este era o quadro dos serviços de saúde que existiam na cidade e que se foi mantendo até ao momento, em que a rotura decorrente do 25 de Abril propiciou a aprovação da «Lei Arnaut» (Setembro de 1979), que fez nascer o Serviço Nacional de Saúde, dando cumprimento ao já consagrado no texto constitucional de 1975. E a que assistimos de então para cá?

    O Hospital Pediátrico de Coimbra foi inaugurado em junho de 1977, onde antes funcionara, até 1932, o Hospital Sanatório Antituberculoso de Celas, tendo sido transferido para as atuais instalações em 2011.
    Em 1987, os HUC ocuparam as novas e atuais instalações em Celas que, de então para cá, foram conhecendo alargamentos sucessivos. Por essa altura iniciaram atividade, também, os atuais centros de saúde – Celas, Norton de Matos, Fernão de Magalhães, Santa Clara, São Martinho do Bispo e Eiras.

    Continua.

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