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Luís

Acabou de fazer 60 anos, trabalhava no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, foi dispensado durante a pandemia e vive na rua

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Fotografia: Mário Canelas

«Hoje não quero fazer fotografias do meu sorriso. Quando eu tiver uma dentadura nova, vou mostrar com todo o prazer! Sempre trabalhei em hospitais, primeiro no Sobral Cid e depois no CHUC [Centro Hospitalar na Universidade de Coimbra]. Na pandemia fui despedido e, a partir daí, fui fazendo o que aparecia. Trabalhei em restaurantes, mas o meu médico apanhou-me a trabalhar e mandou-me para a casa. É que tenho muitos problemas de saúde. Vivo com o rendimento mínimo e recebo ajudas, como estas refeições. Quem dá de boa vontade a mais não é obrigado, mas aqui, neste ambiente há de todo o tipo de pessoas e há sempre aqueles que se queixam que o de comer nunca é bom. A esses, eu chamo de pobre e mal-agradecidos. Eu não sou desses. Sou salatina, nascido e criado na Alta, onde está hoje o Clube de Rugby era a casa dos meus avós paternos. A minha avó era enfermeira, por isso o meu «infantário» era o hospital velho. Isso já foi há muito tempo. Ontem foi o meu aniversário e tive imensa vontade de comer um melão fresquinho com um pouco de presunto, mas estou feliz mesmo sem prendas! Tenho a coluna vertebral toda fixa por titânio, uma placa de metal na cabeça, não tenho parte do intestino delgado e tenho um problema pulmonar e ainda um aumento na próstata, mas eu sou feliz, caminho devagar.»

Este testemunho faz parte de uma reportagem sobre a população em situação de sem-abrigo em Coimbra que será publicada brevemente.

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