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O que falta para a mobilidade eléctrica em Coimbra ser mais ligada à corrente?

Coimbra tem 38 postos de abastecimento de veículos eléctricos mas a prometida rede municipal tarda em avançar. Há um espaço com nove postos no Vale das Flores por abrir e empresas de instalação de postos de abastecimento mostram vontade em aumentar a presença no concelho.

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Fotografia: João Pedro Campos

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PROMESSA ELEITORAL 

Promover os modos suaves de transporte, como descrito no capítulo sobre transportes. Adaptar Coimbra à mobilidade elétrica, através de uma rede municipal de postos de carregamento de veículos elétricos devidamente integrados na infraestrutura urbana, e acelerando a conversão elétrica da frota municipal, incluindo SMTUC.

ESTADO DE ACÇÃO: VERMELHO

«O número de postos de abastecimento está sempre a aumentar. Se calhar, de hoje para amanhã os números já estão desactualizados». Quem nos diz é Pedro Isidoro, membro da Associação de Utilizadores de Veículos Eléctricos (UVE) e professor em Coimbra, e dá como exemplo a recém-inaugurada loja de artigos de decoração Hôma, próximo do Parque de Campismo, que já nasceu equipada para ter um posto de abastecimento para veículos eléctricos. «Ainda não está a funcionar, mas estará brevemente», assegura. Quanto ao posto que existe no Vale das Flores, entre o Teatrão e o quartel dos Bombeiros Sapadores, terá nove postos com um total de 13 tomadas e o professor conta que já devia estar em funcionamento desde o final de 2021, «mas as vistorias e autorizações têm atrasado o processo».

Pedro Isidoro, Miguel Dias e Bruno Baptista são três condutores que já aderiram à mobilidade eléctrica em Coimbra. Enquanto o primeiro costuma carregar o carro em casa, os outros dois fazem-no fora de portas. «Tenho tarifa bi-horária em casa, costumo carregar de noite», aponta Pedro Isidoro, completando que é mais lento, mas que compensa em termos de preço. Já Bruno Baptista, como vive na Alta, tem um ponto de eleição. «Vou ao posto da universidade, junto ao Departamento de Matemática. Durante a noite é tranquilo», lembra o engenheiro electrotécnico. «Às vezes encontramo-nos lá», brinca Miguel Dias, professor em Cantanhede mas a viver em Coimbra.

E como são feitos estes carregamentos? Através de aplicações móveis (Plug & Charge do Continente, Electromapas, Evio, Iberdrola, Miio ou Via Verde), os condutores têm acesso às  localizações dos postos de abastecimento na área de interesse e os preços praticados. Depois, através de cartões de mobilidade eléctrica que se adquirem junto aos operadores, fazem os pagamentos e têm acesso a descontos. Um processo que Bruno Baptista considera «desnecessariamente complicado» e, nalgumas situações, pouco transparente. «Há postos onde não sabemos se estamos a carregar consoante o tempo que lá estamos ou consoante a quantidade de electricidade que estamos a abastecer», aponta.

Pedro Isidoro concorda e revela que um dos objectivos da UVE é tornar este processo mais claro. «Queremos um sistema como os dos carros a combustão, em que os preços estão afixados à entrada dos postos de abastecimento», defende, admitindo que «vai demorar algum tempo até que a população fique devidamente informada».

Entre os postos, a potência varia. «O máximo da potência de carregamento são 350 kWh (kilowatt hora, medida de energia utilizada nos veículos eléctricos), mas há carregadores de 50, 150 ou 250», descreve Pedro Isidoro, exemplificando que, num posto de 150 kWh, o carregamento do veículo demora cerca de 20 minutos. «A percentagem de bateria recomendada é entre 20% e 80%. Não é recomendado que os carros sejam carregados ao máximo. Além do mais, a partir de 80% o carregamento é mais lento e não compensa ao condutor», destaca.

Instalação sem custos

Para percebermos como funciona a instalação destes pontos de abastecimento de veículos eléctricos, falámos com duas empresas que o fazem de forma gratuita. Uma delas é a Power Dot, fundada há quatro anos e com sede em Lisboa. «A única contrapartida que pedimos é a cedência do espaço. A instalação é gratuita e a dona das instalações ainda tem uma percentagem das receitas, por isso as vantagens são grandes», aponta o director geral da Power Dot, José Sacadura.

A empresa instalou cerca de metade dos pontos de abastecimento no concelho de Coimbra, estando presente em locais como o Alma Shopping, a Universidade de Coimbra ou próximo da rotunda da Casa do Sal. «Temos 20 postos de carregamento no concelho de Coimbra, mas o objectivo é crescer. Queremos duplicar a curto prazo e criar uma rede com a transição da mobilidade para o veículo eléctrico», assegura, mostrando preferência por parques de estacionamento de acesso público.

Já a ChargeGuru, também fundada em 2018, para além de postos de carregamento de acesso público, trabalha também na instalação em casas particulares. «A ChargeGuru oferece visitas técnicas gratuitas e orçamentos chave-na-mão para todos os nossos clientes e ajudamos a escolher as soluções com base nas necessidades dos clientes», descreve o responsável de operações para o mercado nacional, Marcus Torres. Para o futuro, a empresa conta também aumentar o número de instalações, não só em Coimbra como no resto do país.

Objectivo estratégico

A vereadora com o pelouro da Mobilidade da Câmara Municipal de Coimbra, Ana Bastos, assegura que a mobilidade eléctrica é um objectivo estratégico da autarquia, pelo que está nos planos um aumento dos postos de abastecimento. «É pretensão do executivo criar uma rede municipal alargada de postos de carregamento de veículos elétricos, com principal enfoque nas áreas eminentemente habitacionais e em zonas industriais, pelo que têm sido feitas diversas pesquisas de mercado e interacções com diversos agentes dessa área. A instabilidade dos preços da energia eléctrica que decorre, entre outros fatores, da guerra na Ucrânia, não tem permitido criar condições estáveis e favoráveis à instalação dessa rede municipal, já que não é de todo possível prever a flutuação futura dos preços nem sequer a curto prazo», descreve.

Ana Bastos salienta ainda que, actualmente, é mais barato o carregamento de veículos eléctricos através das instalações eléctricas das habitações do que nas redes de postos de carregamento em espaço público, «o que fragiliza, nesta data, a opção da criação de novos postos de carregamento, sob pena de o retorno do investimento nunca acontecer».

Quanto ao espaço do Vale das Flores, ao abrigo de um projecto piloto do MOBI.E, entidade gestora da rede de mobilidade eléctrica, Ana Bastos salienta que está dependente da vistoria da Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG) para começar a funcionar. «Os restantes postos são de iniciativa privada», completa.

O aumento dos preços de combustível e a grave crise climática que atravessamos têm feito escalar a procura de alternativas aos meios de transporte movidos a combustíveis fósseis. Há incentivos fiscais para a compra de veículos eléctricos que têm sido apontados como o principal motor de crescimento do segmento, a par do reforço da rede pública de carregamento, da cada vez maior autonomia das baterias e das novas facilidades de carregamento doméstico. 

Segundo sondagens recentes a nível europeu, grande parte do sector de Táxi e TVDE também pretende fazer a transição em Portugal e a Associação Automóvel de Portugal avançou que nos primeiros meses deste ano a venda de automóveis eléctricos novos em Portugal aumentou 58,6% em comparação com o mesmo período no ano passado. Foram matriculadas cerca de 10 mil unidades.

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