Contribuir small-arrow
Voltar à home
Saibam mais

Semana Europeia da Mobilidade

Descubram

Plano Director Municipal

Participem

Semana Europeia da Mobilidade

Vejam

Quem participou na nossa oficina

Sábado foi dia de Oficina de Soluções para sonhar a cidade de olhos abertos

Um grupo de jovens, com idades entre os 16 e os 22 anos, participou na iniciativa da Coimbra Coolectiva e apresentou propostas directamente à Câmara Municipal, em plena Semana Europeia da Mobilidade.

Partilha

Fotografia: Mário Canelas

Saibam mais

Semana Europeia da Mobilidade

Descubram

Plano Director Municipal

Participem

Semana Europeia da Mobilidade

Vejam

Quem participou na nossa oficina

Último sábado do Verão de 2022, dia 17 de Setembro. Cinco jovens residentes em Coimbra e de diversos backgrounds foram orientados por um especialista em urbanismo, ordenamento do território e transportes num passeio onde aprofundaram os olhares e ampliaram as suas perspectivas, pensando como seria a Coimbra ideal. Orientação que foi dada antes do início de uma caminhada de aproximadamente 2,5 quilómetros a partir do final da ciclovia da Portela, na intersecção entre a Rua Quinta da Portela e ao longo da Estrada da Beira.

No arranque da Semana Europeia da Mobilidade, o grupo respondeu ao desafio da Coimbra Coolectiva para fazer um passeio e apontar situações que impactam negativamente nas propostas mundiais de mobilidade sustentável. Mas como se tratava de uma Oficina de Soluções, também saíram ideias de respostas para que a cidade seja mais amigável, sustentável, segura e descarbonizada.

Durante muito tempo, a Estrada da Beira era a única via de saída de Coimbra, antes da construção da circular, que fica somente a cerca de 200 metros de distância dali. No entanto, continua a ser utilizada como saída, «tornou-se um bypass da Circular», o que causa problemas, especialmente alta velocidade dos carros, como apontou o professor da Universidade de Coimbra e investigador de smart/livable cities, o engenheiro João Bigotte. Segundo ele, a melhor maneira de diminuir a velocidade de veículos, é diminuir o espaço que ocupam, levando-os a perderem o protagonismo no sistema de transporte que se quer sustentável.

Ao longo do percurso, e num dia de muito calor, notaram-se alguns problemas como a falta de sombras e os passeios estreitos ou ocupados com contentores do lixo. Algumas soluções que vão sendo apontadas são a redução do espaço ocupado pelos automóveis, abrir novas ciclovias e ampliar as poucas existentes naquela área, criar estacionamentos para bicicletas e trotinetes, aumentar o número de passadeiras e uniformizar a largura dos passeios, que em muitos casos é bastante reduzida em razão do mobiliário urbano, o que dificulta o acesso dos peões, especialmente daqueles com mobilidade condicionada, além de colocar assentos e cobertura nas paragens de autocarros.



Ao longo do percurso, o professor informou que a Quinta da Portela é a zona com a maior densidade populacional, que é maioritariamente formada por jovens. No entanto, não dispõe de uma escola. Há duas, mas em zonas distintas: Vale das Flores e Casa Branca. Na prática, significa
que esta parcela da juventude ou caminha até à escola, usando passeios que não privilegiam a
segurança e o bem-estar dos peões, ou vai de automóvel com seus pais, responsáveis.
Com a criação e ampliação de ciclovias, os estudantes poderiam usar bicicletas ou trotinetes para se deslocarem entre as suas moradas e as escolas, o que traria imensos benefícios individuais e coletivos, e no curto e no longo prazos, como ressaltou o professor.

Como escolas são locais de formação por excelência, sendo-lhes dado incentivo e condições apropriadas para o uso de transportes não-poluentes, os jovens desenvolveriam uma nova perspetiva de mundo, uma nova compreensão sobre comunidade e ainda tornar-se-iam mais autónomos e independentes – sem falar dos benefícios para a saúde física.

Ao longo dos 90 minutos de caminhada ficou evidente para os participantes que aquela faixa
da Quinta da Portela tem as condições ideais para tornar-se um living lab, por ser uma área
plana, com bastante espaço físico para ganhar novas utilizações e ainda promoveria o espírito
comunitário.
A Rede Europeia de Living Labs (ENOLL) define os mesmos como «ecossistemas de
inovação aberta centrados no usuário baseados em uma abordagem sistemática de cocriação de usuários, integrando processos de pesquisa e inovação em comunidades reais e configurações».

De acordo com o professor João Bigotte, existem boas práticas de «caminhabilidade», mas não
há regulamentação para que sejam implementadas, o que é feito somente através do Plano Director Municipal (PDM), instrumento que regula o ordenamento territorial, mas que precisa de revisão, pois é muito antigo. «Há regras sobre espaços púbicos, mas não há nada sobre a qualidade destes espaços».

Resultados entregues à autarquia

No fim da caminhada, Lourenço, Mariana, Miguel, Antónia e Carlos, os protagonistas desta Oficina de Soluções que pôs a Coimbra Coolectiva na programação da convite da Semana Europeia da Mobilidade, a convite da Câmara Municipal de Coimbra, já tinham em suas mentes a Coimbra que desejam e que já é possível agora com a colaboração de todos. Depois do exercício de cidadania activa na manhã, a tarde ficou reservada para a prática da democracia participativa.

Os pilares da Coimbra inclusiva e sustentável que os cinco jovens imaginaram foram apresentados à vereadora Ana Bastos. A exposição aconteceu precisamente no meio da Rua Sofia, que ficou fechado ao transporte rodoviário até o início da noite de sábado, dia 17 de Setembro, para marcar o início da Semana Europeia de Mobilidade.

– Desfavorecer o transporte rodoviário e priorizar o pedonal;
– Uniformizar a largura dos passeios – e por extensão reduzir a largura da estrada;
– Criar espaços de estacionamento para bicicletas e trotinetes;
– Criar novas rotas de ciclovias e melhorar as existentes;
– Aumentar o número de passadeiras;
– Melhorar a ligação entre o Vale das Flores e a Casa Branca;
– Criar espaços verdes para ter sombreamento;
– Instalar bebedouros;
– Rever o Plano Director Municipal, para que seja um instrumento mais humano e amigável dos peões;
– Estimular o uso de bicicleta entre os estudantes.

Estas foram as soluções apontadas para os problemas encontrados naquela área da Quinta da Portela.
A vereadora da Câmara Municipal de Coimbra com o pelouro da mobilidade ouviu atentamente as propostas. Ana Bastos disse que concorda com todas as soluções apontadas, por ser uma engenheira vocacionada para a mobilidade sustentável, e informou que já existe um projeto de requalificação da Estrada da Beira mas que não conhece ainda em profundidade, e ressaltou que é preciso avaliar o impacto que tal acção causará nos bairros próximos.

Em relação a ciclovias, Ana Bastos afirmou que actualmente há 14 quilómetros delas, mas que foram criadas a partir da óptica do desporto e é necessário, portanto, alargar esta perspetiva para que sejam vias de acesso mais inclusivas e que contemplem outros públicos, inclusive crianças. A vereadora informou que a última revisão do PDM foi feita em 2014 – a legislação determina que os Planos devem ser revistos antes de decorrido o prazo de 10 anos a contar da data da sua entrada em vigor. Salientou, contudo, que a Câmara Municipal já está a fazer trabalhos preparatórios para que tenha uma expressiva participação popular.



Mais Histórias

Coimbra ensaia os preliminares para receber a Alta Velocidade

Joan Busquets regressou a Coimbra para desvelar a maquete e apresentar as alterações ao Plano de Pormenor da Estação Intermodal de Coimbra, já com a inclusão do estudo da frente ribeirinha até à Estação Nova.

quote-icon
Ler mais small-arrow

Melhorias nos SMTUC não diminuem a esperança dos utentes pela mudança

O fluxo das queixas de quem anda de autocarro sinaliza uma via em contramão em relação às melhorias que estão a ser feitas no serviço. A falha no cumprimento de horários é a principal reclamação.

quote-icon
Ler mais small-arrow

TORRE DE CONTROLO | Embarcámos na linha 7 com a Câmara e damos conta dos avanços nos SMTUC

À boleia da viagem de estreia dos novos autocarros eléctricos, accionamos a nossa rubrica Torre de Controlo sobre os SMUTC para saber o que está a ser cumprido e o que falta fazer para termos um transporte colectivo pontual como prometeu José Manuel Silva.

quote-icon
Ler mais small-arrow
Contribuir small-arrow

Discover more from Coimbra Coolectiva

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading