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Município de Coimbra no Smart Cities Summit 22

A união faz a força do ecossistema empresarial e empreendedor de Coimbra

Representantes de empresas e hubs locais partilharam experiências e atiraram ideias para o futuro na cidade no Smart Cities Summit 2022, em Lisboa.

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Apesar da aposta de Coimbra no conhecimento, através das suas muitas e variadas instituições de ensino, é certo que é preciso que os chamados talentos possam chegar ao mercado e entregar valor acrescentado à sociedade, integrando equipas competentes, em empresas com modelos de negócios sustentáveis e com poder de investimento. Manuel Tovar, fundador da The Loop Co., apresenta os convidados da primeira Smart Talk do Município de Coimbra no Smart Cities Summit 22, em Lisboa, como «líderes de organizações que dão o seu toque de Midas a estes projectos», acolhendo-os nos seus espaços de colaboração e ajudando-os a crescer.

Miguel Antunes fica lisonjeado. O fundador do Nest Collective conta que a sua empresa, Redlight, agora com 13 anos, viveu um «conjunto de momentos difíceis no início», sobretudo devido à dificuldade em encontrar pares, ajuda, mentoria e pessoas que passassem pelas mesmas dificuldades, mas que à medida que foi enfrentando os desafios foi também «descobrindo muito valor». Foi essa aprendizagem e um sentido de «união faz a força» que esteve na origem do colectivo de empresas com a mesma ambição em comum, mas que antes procuravam outros locais para desenvolver os seus negócios. 

«A ambição das pessoas que se formavam em engenharia, especialmente informática, era ir para fora de Coimbra e até do país», explica o empresário. Das oito pessoas e três empresas que há cinco anos faziam o Nest acontecer, o número cresceu para as actuais 160 e 13 empresas, todas a prestar serviços a todo o mundo, com um volume de 85% de exportações. A área do desenvolvimento software presta-se a isso e a pandemia também fez com que fossem adoptados procedimentos que ajudaram à festa.

«Temos clientes da Nova Zelândia e Austrália aos Estados Unidos e conseguimos fazer isso de Coimbra. Uma cidade que é francamente idílica, porque conjuga uma série de características que se tornam perfeitas numa cidade de pequena média dimensão. Aliás, nas nossas primeiras conversas na Alpha Coimbra, dizíamos que tínhamos a ambição de transformar Coimbra numa das cidades de média dimensão mais inovadoras da Europa, porque nós temos todos os ingredientes para o fazer: uma cidade lindíssima, tradição, inovação, educação, história, misticismo e qualidade de vida com custos controlados.»

Tecnologia, capital e acesso ao mercado

A Alpha Coimbra faz cinco anos. É uma associação sem fins lucrativos dedicada ao fomento do empreendedorismo e da inovação nas pessoas, nas comunidades e nas organizações. O presidente, Rui Nuno Castro, está sentado ao lado de Miguel e diz que se sente muito satisfeito por olhar à volta e ver alguns dos fundadores daquilo que começou por ser um fórum de reflexão sobre a realidade do ecossistema empresarial de Coimbra e o apoio mútuo. «O objectivo era reforçar a atractividade e amplificar o conhecimento daquilo que se fazia em Coimbra», lembra o actual chief innovation officer (CIO) do Grupo Somitel. Tecnologia, capital e acesso ao mercado eram os três principais vectores. 

«Aquilo que nós precisamos é garantir que trabalhamos em rede e que todos assumam o seu papel», atira Rui Nuno Castro, acrescentando que depois agentes como o município devem ser facilitadores nesse processo. É consensual no moderno espaço do município de Coimbra no evento nacional de transferência de conhecimento a ideia de que o Instituto Pedro Nunes (IPN) foi o grande padrinho de muitos empreendedores da cidade, mas Castro «diria que mais do que ser mais fácil criar uma empresa de base tecnológica em Coimbra, é acrescentar valor à Baixa da cidade. Obviamente com todos os desafios que o mercado tem, e vão ser enormes daqui para a frente, mas é efectivamente mais fácil porque há um efeito de rede.»

Destino: Baixa

Cerca de 140 pessoas circulam diariamente na Urubu. Se juntarmos a outros novos residentes tecnológicos da Baixa, onde se inclui a The Loop Co. de Manuel Tovar, «são centenas de pessoas que há três anos se calhar não iam à Baixa e isso mudou a imagem da zona, estamos no coração da cidade e, quando pudemos, todos quisemos voltar às instalações», diz Helder Loio. O co-fundador da comunidade de inovação, na Avenida Emídio Navarro, e fundador da TUU – Building Design Management, conta que quando a sua empresa e a maioria das que lhe fazem companhia na Urubu saíram do IPN a ocupação do espaço já estava garantido, mas as obras de requalificação começaram às portas da pandemia. Actualmente o regime é híbrido, mas «no caso da TUU o trabalho presencial ainda é diferente, é colaborativo, acompanhamos muitas obras da cidade e isso faz-se lá, onde elas estão a acontecer». 

Rui Nuno Castro diz que «tudo aconteceu apesar das circunstâncias que existiam», por isso «deve-se aproveitar a tendência natural de popular a baixa, que dificilmente aconteceria de outra forma». «Coimbra deixou de ter indústria há muitos anos e esta é a oportunidade derradeira que a cidade tem de apostar numa indústria que, pelos vistos, tem provas dadas, é saudável e está em crescimento. É mais fácil mas deveria ser ainda mais fácil e devia haver uma agenda colectiva para que isso se pudesse consolidar». 

O renascer da indústria?

Recentemente nasceu no Bairro do Loreto o Lufapo Hub, no edifício daquele que foi um dos mais importantes complexos industriais cerâmicos do país. Inspirado em iniciativas internacionais e nacionais de sucesso e nas novas políticas económicas que privilegiam a cocriação, inovação inclusiva e o empreendedorismo, entre várias empresas Ana Carvalho diz que «há uma ateliê de co-criação em cerâmica a nascer e estamos a perceber que há essa procura por parte dessa área de negócio, das indústrias criativas, que têm alguma dificuldade em encontrar espaços a custos acessíveis em Coimbra». 

A gestora de projecto acredita que ainda é possível fazer algo com a indústria em Coimbra e que quando se fala em tecnologia não se podemos só pensar no digital. «Coimbra tem de ser um bocadinho mais do que isso, tem esta tradição ancestral industrial em áreas como a cerâmica, a alimentar que também era fortíssima, e uma smart city é uma cidade não só cheia de tecnologia ou digital mas também inclusiva, onde todos, mesmo os não digitais, também têm lugar, e que é sustentável. A revitalização destes espaços construídos existentes são muito importantes, claro, mas não só na Baixa.»

Com a proximidade à Estação Coimbra B, a facilidade de estacionamento e, futuramente, também a passagem do Metrobus, a localização é uma vantagem para a Lufapo Hub, com coworkers a residir em todo o concelho de Coimbra. «Precisamos de industrializar a Europa novamente, a pandemia mostrou isto, claro que tem de ser smart, utilizando as condições que Coimbra tem, mas também ir buscar este património antigo e envolvendo toda a comunidade», remata.

Coimbra em construção

Miguel Antunes e Helder Loio garantem que Coimbra é privilegiada. O primeiro fala em devolver à cidade e atrair investimento externo, exemplificando com o caso de um empresário norte-americano, da área de tecnologia, que fez toda a carreira em Silicon Valley e «há uns tempos começou a sentir uma certa ruptura com o próprio país, pegou na família, cruzou a Europa toda e escolheu Coimbra para viver». O segundo, lembra que na génese a TUU queria «ser líder de mercado fora de Lisboa e do Porto» e que a cidade está em processo de uma grande mudança. 

«Há tudo por fazer [em relação ao espaço urbano] e os próximos três anos vão ser decisivos para a cidade», referindo-se às obras do novo ao sistema BRT (autocarros rápidos) «que vai atravessar a cidade, com um projecto que já não é recente e que se teve de adaptar à cidade ao longo dos anos». «Agora é que está a chegar às pessoas, agora é que elas se estão a aperceber do que é que vai acontecer, e esta discussão está a ser quase em tempo real. As empreitadas estão lançadas e as pessoas estão a reagir, talvez porque só agora é que estão a acreditar que vai acontecer. Os próximos anos vão ser anos muito difíceis para a cidade, aliás, Coimbra era conhecida por não ter trânsito e a realidade já não é essa e nos próximos dois anos vai continuar a não ser. Mas vamos pensar que o futuro vai ser melhor do que o presente, porque o trabalho tem de ser feito, nós que trabalhamos nas obras sabemos que elas custam, que as obras doem, mas sem obra não há progresso.

A TUU – Building Design Management tem em mãos a fiscalização, coordenação de segurança em obra e gestão ambiental e do património cultural da SMM – Troço Linha do Hospital, Aeminium – Hospital Pediátrico, incluindo a Remodelação das Redes de Drenagem de Águas Residuais. São 3,5km de um canal dedicado ao Metrobus, incluindo trabalhos de integração urbana e nove paragens. Trata-se de uma obra de 15.5 milhões de euros, que se prevê que fique pronta em 16 meses.

O Smart Cities Summit 22 decorreu de 11 a 13 de Outubro no pavilhão 4 da Feira Internacional de Lisboa. #Coimbra, the right place to be é o lema da autarquia e o programa incluiu apresentações do iParque, dos projectos Creating Actionable Futures (CrAFt) e @Baixa Coimbra, além das Smart Talks e apresentação dos vencedores do concurso Future City Challenge Coimbra.

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