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Debate SOS Árvores: «O que é que aconteceu aos pardais e aos pintassilgos?» 

A frase é de Jorge Paiva. A discussão pública da passada quarta-feira mostrou que contra factos pode haver argumentos, quando o assunto é património natural e sustentabilidade.

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Fotografia: Mário Canelas

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O debate SOS Árvores: Coimbra precisa de Reforma?, realizado na tarde de quarta-feira, dia 26 de Outubro, no Seminário Maior de Coimbra, foi fortemente marcado, por uma considerável parcela das mais de 150 pessoas presentes, pelo entendimento que não se alcança desenvolvimento sustentável através de uma perspetiva exclusivamente antropomórfica do ambiente. Pode-se ainda argumentar que colocar o ser humano como centro de todas as ações pelo progresso vai de encontro a alguns dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, que tem total apoio da União Europeia e devem ser atingidos até 2030, nomeadamente o 15: Proteger a Vida Terrestre.

Os presidentes da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), José Manuel Silva, e do Conselho de Administração da Metro Mondego, João Marrana, apresentaram hard data (dados concretos, factuais) para justificar a instalação do MetroBus, o que não foi, em nenhum momento, questionado. Os momentos mais acalorados foram sobre o abate de várias árvores, incluindo o corte dos cinco plátanos da Avenida Emídio Navarro. 

Números podem ser enganadores, não no sentido de serem inverídicos, mas por não conterem uma dimensão contextual. Cinco plátanos pode não parecer muito, mas por fazerem parte do património natural de Coimbra sim, tornam-se significativos. Como o presidente da CMC disse que dos cinco plátanos «apenas dois» eram centenários, o que pode dar margem para as mais diversas interpretações.

O autarca disse também que em 2050, prazo que a União Europeia estabeleceu para a neutralidade carbónica, as três árvores plantada por cada uma abatida já terão 27 anos e, com isso Coimbra será uma cidade com uma área verde muito mais extensa. Números não emocionam. Assim como a garantia, por parte dos dirigentes públicos, que os casos de corte serão analisados «árvore a árvore».

José Manuel Silva salientou que a Câmara não usa mais glifosato, herbicida de amplo espectro produzido pela Monsanto, para proteger os insetos polinizadores, «mas há pessoas que reclamam», garantiu. Segundo o autarca, a relva foi substituída por prado e foram plantadas flores nas rotundas, que são regadas com águas do Mondego. Indagado por que não há plantio de árvores autóctones, o autarca respondeu que são de difícil acesso, visto que não há uma política nacional de arborização.

Para muitos participantes do SOS Árvores: Coimbra precisa de Reforma? o ser humano não deve ter precedência ampla e irrestrita nos planejamentos das grandes obras, no sentido de que tudo deve mudar em torno dele para que se ajuste às suas necessidades. Erro que o primatólogo e étologo holandês Frans de Wall resume de forma brilhante: «Medimos a inteligência animal como se os humanos estivessem sempre no topo».

«Mais do que discutir a árvore é preciso discutir a floresta», afirmámos, no início deste debate integrado no RE/FORMA, que até Abril assinala os 250 anos das Reformas Pombalinas. Como floresta não é apenas um coletivo de plantas, mas partes de ecossistemas, números não respondem muitas perguntas. Principalmente aquelas do reino emocional – elemento igualmente fundamental nos debates sobre ambiente. Quem bem o sabia eram a queniana Wangari Maathai, ativista social e ambiental e primeira mulher africana que ganhou o Premio Nobel da Paz, e, mais recentemente, Bruno Araújo e Dom Phillips.

Para discutir o ambiente, Anabela Azul, do movimento ClimAção Centro, diz que «é preciso andar mais à frente». Um destes passos que se precisa dar adiante é a criação de um horto, fornecer orientações para a população sobre quais árvores plantar, e, claro, discutir publicamente que espécies são plantadas para repor os abates. «É muito doloroso ver tílias de 80 anos serem cortadas», diz. 

Jorge Paiva entende que para discutir o ambiente é preciso também saber o que aconteceu com os bandos de pardais e de pintassilgos que encontravam abrigo à noite nas árvores da Praça da República. «Quando os plátanos adoeceram, por que é que não me disseram que lá ia passar o Metro?», indaga o biólogo. Segundo um participante, Manuel Bragança, os plátanos cortados poderiam ter sido replantados. Ação que corresponde à definição de árvores, segundo Helena Póvoa, presente no debate: «vegetais carismáticos», classificação que se aproxima do crescente movimento – e também pesquisas – de que os integrantes do reino vegetal são também seres sencientes.

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