Artes e Letras
«Vale Abraão»
30 anos depois da estreia em Cannes, onde foi acolhido com uma standing ovation de 15 minutos, Vale Abraão, a obra-prima de Manoel de Oliveira, volta a marcar o festival este ano e o cartaz da Quinzena dos Cineastas é o rosto inesquecível de Leonor Silveira a olhar-nos da janela, com o seu vestido azul. Adaptado do romance homónimo de Agustina Bessa-Luís, uma «recriação» da Bovary de Flaubert no Douro, com as suas cores e perfumes, Vale Abraão tem uma sublime mise en scène e é um filme central na obra de Oliveira.