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COIMBRA NO MUNDO | Phoenix, Estados Unidos da América

Estou atualmente a viver na cidade de Phoenix, estado do Arizona, nos Estados Unidos. Este é o sexto país (quase inacreditável) onde vivo (temporaria e permanentemente) entre Europa, África e Américas.

Desde cedo que tive o gosto de fazer as malas. A primeira vez que viajei de avião para fora do país foi para o Brasil. Fiz parte de um grupo missionário com uma visão intercontinental, para o qual entrei sem hesitação. Acho que sempre tive a urge e a urgência de explorar internacionalmente. Talvez pela minha família, que sempre me abriu portas não só para o aqui mas também para o mais além. Talvez também pela minha personalidade extrovertida e (gosto de pensar) empática.

Viajar foi e ainda é a minha maneira de ser mais e melhor.

De não só ver mas observar e de não só ouvir mas escutar, tudo isso fazendo de mim uma construçãoo melhor. As minhas viagens pessoais vieram pavimentar a minha carreira internacional. Tenho memórias profissionais no hemisfério norte (Portugal, Reino Unido e agora Estados Unidos), assim como no hemisfério sul (Brasil, Mali e Burkina Faso).

Como profissional, é imperativo estar preenchida. E como enfermeira internacional isso é fazendo a diferença, globalmente. Seja nos meus 20, trabalhando em hospitais no primeiro mundo, assim como em clínicas no terceiro mundo. Seja nos meus 30, suportando clínicamente a industria de aviação. Agora mudei-me de armas (não literalmente) e bagagens (desta vez literal) para o hemisfério norte, onde paz e seguranãa reinam quando comparado com a realidade do hemisfério sul.

Estou no Arizona há (fez no dia 23) quatro meses. Ainda estou na fase de namoro em que absorvo tudo e mais alguma coisa.

O que mais gosto por agora é o calor, não só climático mas também interpessoal. E devo dizer que o que mais ‘puts me off’ (inevitável inserir um estrangeirismo) é o credit score (digo isto a rolar os olhos). A minha mãe tem de ser a a primeira a mencionar falando de saudades. Em termos materiais, sinto falta das ruas estreitas calcetadas, e imateriais sinto falta do fado de Coimbra. Das memórias do meu pai a mostrar-me Carlos Paredes. E quem não tem saudades da queijadinha de Tentugal (a minha favorita)? 

Nunca tive uma regularidade numérica de regressos para visitar. Sempre dependeu dos meus turnos internacionais e dos eventos nacionais, mas posso dizer que nunca visitei menos de duas vezes por ano.

Acho que seria pretensioso dizer se há algo que gostasse que mudasse em Coimbra ou em Portugal, sendo que já vivo fora da cidade e do pais há uma década (peso da idade).

Acho que não tenho a visibilidade plena para fazer inferências locais nem nacionais, por isso deixo para quem vive na cidade e no país. Não saí para fugir de nenhuma realidade, apenas porque é a minha essência e se tomar a decisão de voltar, assim o farei.

Angela Peca

* A autora escreve segundo o Acordo Ortográfico.

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