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    A Casa da Esquina leva os mais novos a conhecer o bairro

    Numa sociedade fisicamente mais desconectada, as propostas da associação cultural saltam à vista. Acompanhámos as Oficinas de Páscoa que proporcionaram o conhecimento e encontro entre espaços e habitantes da comunidade.

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    Fotografia: Inês Mendes, Teresa Tellechea

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    É o primeiro dia das Oficinas de Páscoa da Casa da Esquina. Numa das salas do edifício rosa da Rua Aires de Campos, sentados à mesa, Beatriz, Helena, Teresa, Amélia, João, Raquel, Lídia, Marta e Francisco começam a apresentar-se e a dizer uma qualidade sobre si mesmos com a primeira letra do nome e um gesto que mostre essa qualidade. Têm entre seis e 12 anos e é dia de se conhecerem e de conhecerem o sítio onde estão, o bairro, as ruas em volta e as pessoas que as habitam. Aviso: é importante prestar muita atenção. 

    A primeira paragem é a loja do estofador. O senhor José que explica às crianças a sua profissão e até as senta numa poltrona que estofou, depois de seguir para um espaço que outrora havia sido uma mercearia. A paragem a seguir é o ginásio Faculdade do Corpo, que ficamos a saber que foi uma padaria que distribuía para toda a cidade. Também observamos a parte exterior da Penitenciária de Coimbra e seguimos para a Casa Costa já com a ajuda de Sónia, filha dos donos do restaurante, que veio dar uma ajuda. É ela que mostra o antigo sapateiro ao lado e o restaurador. Em frente, um antigo cabeleireiro entretanto transformado em estúdio T0. Passamos por uma creche, pelo Quartel General da Brigada Ligeira de Intervenção e o Penedo da Saudade.

    Foto cedida por Teresa Tellechea

    O objetivo das oficinas «Abrimos as Portas do Bairro?», durante a pausa escolar, foi fazer uma «viagem pelos vários sítios do bairro, conhecer a história deles e sítios que eventualmente não conhecessem», explica Teresa Tellechea, coordenadora da oficina. Sandra Jorge, facilitadora da Casa da Esquina, um espaço com programação regular dedicada a miúdos e graúdos, sempre com um elevado teor comunitário, colaborativo, solidário e ambientalista, completa que o bairro tem populações que não se cruzam por  terem horários distintos e «um dos objetivos também era cruzar esses dois mundos da zona da cidade que, segundo a também moradora, «tem estas características muito próprias».

    A abertura e vivência dos espaços vizinhos leva a uma mudança no mapa mental colectivo, que passa a incluir esses espaços parceiros como lugares atuantes e vinculados à cidade. Com base nesses espaços, constroem-se mapas com recurso a diversas áreas artísticas, desde a memória à arquitetura e ao urbanismo, bem como à relação com a comunidade com ajuda de «guias locais», que são pessoas que vivem há muito tempo no bairro e apoiam nestas visitas, além da «atelierista» que conduz cada oficina, com o foco na interação entre as pessoas e numa tentativa de unir membros de uma comunidade cada vez mais desconectada.

    A exploração do bairro era um plano antigo da associação cultural com mais de uma década de atividade na cidade. «A ideia aqui seria mesmo ter o ponto base que é aqui [na Casa da Esquina], onde eles podem fazer algumas oficinas, mas depois ir descobrindo um bocadinho o bairro, o que é que já aconteceu aqui, o que é que é agora. Depois iremos a outros espaços e explorar mais.» Do primeiro ao último dia das oficinas, as crianças fizeram desde um mapa dos sítios por onde passaram, assinalando as informações sobre as pessoas que foram identificando e conhecendo, além de outros elementos, até uma pequena encenação teatral relacionada com os espaços. 

    «Tem sido bastante interessante esta exploração do bairro porque nós fomos a sítios que normalmente não estão abertos, há aquela curiosidade que todos temos que é ver para além do que está à frente da fachada da casa», comenta Sandra Jorge, ao quarto dia de oficinas. Voltámos para fazer um balanço e perguntámos às crianças do que estavam a gostar mais. «Do pomar! No segundo dia, fomos tirar flores e assim para fazermos uma paleta de cores e depois desenhámos um desenho com essas cores», atira Amélia. Marta diz que gostou mais de outras coisas como «comer doces» e «fazer desenhos». Lídia concorda.

    A organização explicou que mesmo as visitas preparatórias pelo bairro, que antecederam as oficinas, permitiram tirar conclusões interessantes sobre os lugares. Na Associação Nacional de Municípios perceberam, por exemplo, que o espaço tinha sido uma casa de família e, por isso, os responsáveis «ficaram muito contentes com a presença de crianças lá, não é costume, e até disseram que era interessante irem mais vezes e perceberem o que é que se faz lá». Descobrir o que escondem as fachadas também revelou «coisas como pomares enormes, jardins interiores fantásticos que nós nunca conseguimos observar cá de fora, nesse aspeto eu acho que isto abre portas a coisas que só estão na nossa imaginação», remata Sandra Jorge.

    Além da Páscoa, a Casa da Esquina promove ocupação dos tempos livres das crianças nas restantes interrupções lectivas, como o Natal e no verão. Sempre com temas diferentes e muitas vezes fora de portas. Estas oficinas decorreram de 10 a 14 de abril e tiveram o custo total de 50€.

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