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Desfocar...Um Futuro!

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Programação da Semana Cultural da Universidade de Coimbra

A Escola dos Olivais pôs às crianças os óculos do futuro e foi isto que aconteceu

Escadas monumentais coloridas, esplanada e teleférico. Duas mães lançaram o desafio e o resultado foi uma divertida proposta cultural para toda a comunidade, com várias lições pelo meio.

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Fotografia: Cedidas pela APEE EB1 dos Olivais

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Desfocar...Um Futuro!

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Programação da Semana Cultural da Universidade de Coimbra

Há 10 anos, a Universidade de Coimbra: Alta e Sofia entrou na prestigiada lista de Património Mundial da Humanidade da UNESCO. Para celebrar, a academia escolheu o Horizonte como tema da XXV Semana Cultural da Universidade de Coimbra (UC) para pôr em diálogo a cultura, a arte, a ciência e o património. Tendo presente que o horizonte tanto inspira a linearidade como o «ímpeto criador que alimenta o olhar pioneiro de quem sonha e desbrava novas linhas de actuação e novos aléns», duas mães, com ligação à universidade e na direcção da Associação de Pais e Encarregados de Educação (APEE) da EB1 dos Olivais, pensaram: «Que horizonte têm os nossos miúdos?»

Carla Miguel, presidente da APEE daquela que é conhecida como a escola «Azulinha», atirou ao agrupamento a ideia de fazer uma experiência e desafiar turmas do primeiro e segundo anos, com crianças dos seis aos oito, a projectar alguns espaços situados no caminho entre a escola e o Paço das Escolas em 2035. Escolheram a Faculdade de Economia da UC, a GNR, a Escola José Falcão, a Casa da Esquina, o Jardim Botânico da UC, as Escadas Monumentais, o Student Hub da UC e a loja UC no Paço das Escolas e o resultado foi «verdadeiramente surpreendente».

Carla conta, ao telefone, que o primeiro passo foi distribuir pelas turmas fotografias dos espaços a reimaginar, em jeito de provocação. Rapidamente perceberam que não só havia desconhecimento ou um conhecimento muito limitado à janela do carro, como «a noção de futuro das crianças é muito curta, não imaginam mudanças tão radicais como as que nós vivemos em trinta ou quarenta anos», mas depois de desbloqueado o conceito começaram a surgir ideias que foram sendo anotadas, expostas e votadas.

«Não estávamos à espera que se envolvessem tanto num projecto que podia parecer uma coisa aborrecida ou mais um trabalho da escola», diz Carla Miguel. O que começou por ser um «devaneio de duas mães» acabou por resultar, segundo a mentora da iniciativa, numa proposta concreta e com potencial para ser usada e replicada por toda a cidade.

Os pais e os professores ajudaram. Graças às competências de alguns familiares das crianças em design e desenvolvimento web, «acabou por ser tudo caseiro», mas com um resultado final que não envergonha. Pelo contrário. «Tirar carros, pôr ciclovias, mais e mais verde», descreve Carla, num processo que refere que incluiu construir escadas arco-íris, teleféricos, pontes e muitas cores aos lugares por onde passam todos os dias mas que não conhecem. «Estão muito preocupados com a acessibilidade e é muito interessante ver como o futuro para eles é sustentável, colorido e divertido.»

Construído o percurso, estava na hora de fazer o respectivo passeio ou visita de estudo. «Acham que conseguimos ir da escola a estes sítios sem ser de carro?», perguntaram os pais e professores. Há hesitação. «Percebemos que havia crianças que nunca tinham andado de autocarro, nem sabiam como se fazia, além das que nunca tinham entrado no Jardim Botânico, conheciam a universidade apenas de nome e nunca tinham pisado as escadas monumentais», diz Carla Miguel, e continua contando que todos foram recebidos «com pompa e circunstância» em todas as paragens e os mais pequenos divertiram-se enquanto conheceram e reflectiram sobre a cidade.

A presidente da APEE admite que o projecto foi sendo afinado à medida que foi feito e de acordo com as reacções e contributos das crianças. «Valeu a pena perceber que eles têm uma ideia clara do futuro e que ela é boa e encorajadora, que gostam de pensar e de ser estimulados, mesmo os mais tímidos.» Carla partilha que a iniciativa também terá sido positiva para professores porque a dinâmica permitiu juntar e casar disciplinas como a Geografia e a História com temas como a mobilidade, ecologia e diversidade.

«Sentimos que os pais também ficaram muito contentes de verem os filhos a pensar os espaços. Temos todos origens diferentes e foi um núcleo de pessoas que não se conhecia e que não estava habituada a lidar com a associação de pais que construiu isto através do Whatsapp e de reuniões no Zoom», remata Carla Miguel. A inscrição foi em Outubro, a ideia foi aceite em Dezembro mas pelo meio meteram-se as férias por isso, na prática, o Desfocar…O Futuro! foi criado e implementado em cerca de um mês e meio.

E os lugares, como foram reimaginados?

A instalação Desfocar…O Futuro!, desenvolvida em conjunto pelas crianças, pais e professoras da Escola Básica dos Olivais, pertencente ao Agrupamento de Escolas Martim de Freitas, integra a XXV Semana Cultural da Universidade de Coimbra. Tem como principal objetivo organizar um passeio único pelas ruas de Coimbra, no qual se interligam diversão, história e a visão do presente e do futuro, através dos olhos das crianças. O percurso é constituído por nove lugares da cidade, entre a Escola e a Universidade de Coimbra, sendo a sustentabilidade a palavra-chave. Espera-se que o público não só observe como interaja com as propostas apresentadas pelas crianças, que se questione e apresente outras perspectivas. Afinal o que separa 2023 do horizonte de 2035? Estamos preparados para Desfocar… O Futuro?

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