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Ainda não foi criado o prometido conselho mas o momento é de «trabalhar mais e melhor turismo»

Num ano que se avizinha de ponto de viragem para o desenvolvimento turístico de Coimbra, fomos saber quais as reflexões e condições de quem trabalha no sector e satisfações a quem tem responsabilidades e projectos, num momento em que está no topo das prioridades otimizar a experiência do turista em Coimbra.

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Fotografia: Mário Canelas

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PROMESSA ELEITORAL

Criação de um Conselho Municipal de Turismo que permita uma troca de ideias regular entre todos os agentes envolvidos no processo turístico e discutir as grandes linhas estratégicas para o turismo no concelho, e apoio à expansão da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra.

ESTADO DE ACÇÃO: VERMELHO

Ao contrário do que muitos dos seus transeuntes afirmam, Coimbra nunca foi uma cidade de portas fechadas. Prova disso são as conversas multilinguísticas que ouvimos por entre os pequenos grupos turísticos que passeiam pela parte velha da cidade, com o seu numeral variando de pares a sextetos.

É o caso de Kanaav e Sanidhi, um casal oriundo do Quebec com que nos cruzámos pela Baixa no seu último dia pela cidade. Ao perguntarmos-lhes se esta paragem era porventura ocasional na odisseia portuguesa deles, Sanidhi não deixou dúvidas. «Coimbra esteve sempre nos nossos planos. Foi mencionada em todas as nossas conversas quando planeávamos o nosso itinerário.» Um roteiro que se iniciou e concluiu em Lisboa, mas não ignorou a metrópole formativa de Portugal, pois Kanaav frisou inclusive que a ideia que tinha «era a de uma cidade com muita história e muita cultura», ecoando o seu fascínio pelo acervo bibliográfico da Biblioteca Joanina ou pela ornamentação arquitectónica das igrejas que acabara de visitar.

O passeio é orientado por Renan Alves, que dirige diariamente dois itinerários por paisagens emblemáticas da cidade, da incontornável universidade até vias mais ligadas à sua arquitectura primordial. Jornadas pautadas por diálogos entre guia e visitantes, onde se discorrem curiosidades locais, desde as origens do fado de Coimbra até às ornamentações únicas da Sé Velha, cuja duração circunda pelas 3 horas, síntese muitas vezes requisitada devido ao carácter passageiro dos seus clientes.

«Coimbra é uma cidade de passagem, até para turistas. É muito raro as pessoas pararem aqui por dois ou três dias», revela-nos o guia da RM Tours, decorrendo tal ilação da sua clientela mormente anglófona. «Das 1386 pessoas a quem eu fiz visitas no decorrer deste ano, 780 foram norte-americanos, cerca de 300 foram canadianos e o resto australianos, irlandeses, alemães.» Estatísticas decorrentes do controlo que faz, para apresentar nos inquéritos mensais ao Turismo de Portugal, revelando 2022 como um ano bem frutuoso desde Abril até Outubro.

«Coimbra é uma cidade de passagem, até para turistas. É muito raro as pessoas pararem aqui por dois ou três dias»

Renan Alves, guia turístico

Números que prometem manter-se em 2023, mas algo desgarrados dos alicerces sistémicos presentes em Coimbra, pois os postos de turismo existentes são parcos, desvalidos e/ou insuficientes para lidar com as necessidades diárias do fluxo turístico da cidade. Fomos saber ao Município o que está a ser feito e, embora a Câmara admita que se «carece da melhoria das infraestruturas existentes», adianta que estão em curso obras de requalificação nos postos de Turismo, assim como está a ser estudado «um projecto para a criação de um Welcome Center» que complementará a futura estação intermodal na zona de Coimbra-B.

O depoimento é de Francisco Veiga, actual responsável pelo pelouro do Turismo que visa tornar Coimbra «num polo sustentado de atração turística de qualidade superior, a nível nacional e internacional». Salienta-se nas linhas estratégicas não só o reforço da marca Coimbra no meio turístico, assim como a «criação de mecanismos operacionais de coordenação com os operadores turísticos e entidades gestoras de bens de interesse turístico». Desta nota final, é inevitável o nosso indagar sobre o Conselho Municipal de Turismo prometido no programa eleitoral, mas que «ainda não foi criado formalmente», segundo o vice-presidente da Câmara Municipal de Coimbra.

«Contudo», adianta, «estão a ser mantidos contactos informais com as entidades locais e regionais, bem como com os agentes envolvidos no processo turístico, no sentido de promover essa troca e partilha de ideias», reciprocidade que a Câmara Municipal considera essencial para o desenvolvimento turístico da Coimbra. Igualmente crucial para essa evolução é a instrução e habilitação dos seus profissionais, o que por sua vez nos conduziu ao tópico da expansão da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, cujo apoio foi igualmente previsto no programa eleitoral.

Um apoio que se concretiza na cedência de um espaço contíguo e desocupado à Escola de modo a que o Turismo de Portugal possa tomar as medidas e obras adequadas ao incremento. Uma dilatação estrutural da Escola que se revela necessária para o actual director José Luís Marques: «quando a Escola abriu em 1989, fez naturalmente as obras necessárias de adaptação, mas vamos tendo alguns problemas estruturais a vários níveis e algumas soluções passam por novas construções, por edifícios de raíz, até para caminhar com alguma inovação».

«Estamos numa fase em que se procura trabalhar mais e melhor turismo, hoje sob o chapéu da sustentabilidade económica, social e ambiental»

José Luís Marques, director da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra

Apesar desta parceria com a Câmara para alcançar condições e «espaço para acolher novos alunos e novas turmas», o responsável pela Escola salienta que o fulcro desta expansão é de índole qualitativa e não quantitativa. «Estamos numa fase em que se procura trabalhar mais e melhor turismo, hoje sob o chapéu da sustentabilidade económica, social e ambiental», pilares fundamentais para a acção do Observatório do Turismo Sustentável do Centro de Portugal que, sob a tutela e iniciativa da Entidade Regional do Turismo, recebe e controla os dados turísticos, trabalhando-os em prol de acções e promoções futuras.

Dialéctica e promoção interna que faz falta em Coimbra, nem que seja para esclarecer conceitos como o «turismo de massas», que o vice-presidente entende ser «um turismo direcionado para diferentes tipos de públicos, que abranja os vários segmentos de turismo, o que requer uma oferta estruturada e programada ao longo do tempo, que sirva simultaneamente de estímulo à economia local, mas que não comprometa a qualidade de vida dos munícipes». Um entendimento bem distinto da acepção comum, na medida que visa atrair novos investimentos para a cidade sem sacrificar os interesses citadinos.

«A proposta de aplicação da taxa municipal de turismo, com entrada em vigor prevista para 2023, é uma medida que se coaduna com esse desígnio», de acordo com o responsável pelo pelouro do Turismo. É precisamente nestes tópicos que a discussão e reflexão se urge tanto quanto a acção. «Estamos numa fase muito importante e crítica para desenharmos o turismo que queremos nas próximas décadas», refere-nos José Luís Marques numa visão de âmbito nacional mas formativa e, por conseguinte, dependente da evolução do mercado.

Pensamento que tem o eco local de Renan Alves. «Para haver um turismo sustentável que coloque Coimbra no mapa são precisos equipamentos culturais, não um concerto ou um evento pontual, porque isso vai ficar no passado e só vai funcionar naquela altura. A cidade tem de estar preparada para receber os turistas, inclusivamente nos feriados e fins de semana. Caso contrário, outras Câmaras Municipais que estão nas zonas centrais de Portugal vão tomar o espaço de Coimbra.»

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