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Cidadãos tentam travar desarborização a começar pela Avenida Emídio Navarro

A imagem tem duas semanas mas o braço de ferro continua e pode ir até às últimas consequências. O movimento ClimAção Centro reuniu na sexta-feira com a Metro Mondego e recebeu garantias «modestas».

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Fotografia: ClimAção Centro, Filipa Queiroz

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A imagem marcou a actualidade de Coimbra: um cordão humano em defesa das árvores que serão abatidas na Avenida Emídio Navarro, devido às construção de uma das estações do novo Sistema de Mobilidade do Mondego, para a passagem do Metrobus. Na passada sexta-feira, dia 26 de Agosto, três elementos do movimento ClimAção Centro foram recebidos pela Sociedade Metro Mondego, a empresa responsável pelo Sistema de Mobilidade do Mondego que está a ser construído na cidade de Coimbra. Em entrevista no Parque Dr. Manuel Braga, Miguel Dias conta que o grupo de ambientalistas conseguiu alcançar alguns dos objectivos, «obviamente muito modestos, mas que passam pela obtenção da informação que devia estar acessível – porque uma coisa é acessível outra coisa é disponível».

O activista explica que uma das coisas que o activo grupo de cerca de duas dezenas de cidadãos tem defendido ao longo deste processo é o facto de ser uma obra absolutamente estruturante para a cidade, com já 30 anos de existência, mas sobre a qual não houve qualquer discussão séria com a cidade. «Apesar de disponibilizada, a informação não é acessível às pessoas, não foi apresentada de forma clara, em forma de maquetes, de foto-montagens, de desenhos 3D, nada disso existiu» e acrescenta que, como é possível confirmar nas actas das reuniões do executivo anterior, a vereadora Ana Bastos e o actual presidente da Câmara, José Manuel Silva, antes na oposição e agora na liderança, sempre se queixaram do mesmo. «Hoje em dia acusam-nos a nós, cidadãos, de estarmos a actuar extemporaneamente.»

Pequena vitória

O ClimAção Centro exigiu à Metro Mondego o plano de abate das árvores, em que ruas vão ser abatidas e quando. «Isso foi-nos garantido, bem como alguns projectos de execução, mas é tudo muito opaco e agora já não é nem a Metro Mondego nem a Câmara, é a Infraestruturas de Portugal a dona da obra que, foi-nos prometido, irá ser notificada da nossa reunião.» Miguel Dias diz que o grupo defende que «os desenhos não foram feitos em função da estrutura ecológica verde urbana da cidade, senão não estávamos agora perante um abate de mais de 600 árvores». Especificamente no caso dos últimos cinco plátanos da Avenida Emídio Navarro, que há décadas estava repleta destas árvores e que foram desaparecendo a pouco e pouco, o ambientalista diz que o que está em causa não é a linha mas a colocação da estação do Metrobus.

Miguel Dias revela que a Mondego ofereceu disponibilizar o plano de rearborização onde constam as árvores que foi possível salvar do abate, no entanto, o cidadão não tem dúvidas: «Desconfiamos que os cidadãos de Coimbra vão ter choques. Pelos poucos desenhos que existem concluímos que na própria Avenida Sã da Bandeira, junto à estátua do Camões, há outra estação prevista e são mais oito ou nove plátanos, também com idade considerável, que desaparecerão. Mais de 600 árvores já é muito mas vai doer mais no concreto». O ambientalista considera a promessa autárquica da mitigação, através da plantação de novas árvores, se trata de um mero placebo, porque essas árvores não podem substituir as adultas que desaparecem.

Lei Europeia para o Restauro da Natureza

Mais de 1600 pessoas assinaram já uma Petição Pública, intitulada O MetroMondego pode passar, os Plátanos devem ficar, lançada pelo movimento ClimAção Centro a 10 de Agosto de 2022. O grupo está convicto de que, com base na análise do local e debate com especialistas, «existe uma alternativa ao traçado do Metrobus que preserva não apenas os referidos plátanos como todas as árvores existentes junto ao Parque da Cidade» e reclama soluções que sigam as prioridades espelhadas na proposta da Lei Europeia para o Restauro da Natureza da Comissão Europeia.

Um dos artigos da proposta de lei, que consultámos, estabelece objectivos até 2030 de forma a «assegurar que não haja perdas líquidas e o aumento dos espaços verdes urbanos nas cidades, vilas e subúrbios. Proporcionar um nível mínimo de cobertura de árvores, proporcionar espaços verdes integrados em edifícios novos e existentes e desenvolver infra-estruturas contribui para essas metas. Os espaços verdes e a cobertura arbórea são elementos essenciais das infra-estruturas verdes urbanas e beneficiam as pessoas que vivem em cidades, vilas e subúrbios nos domínios ecológico, social e económico

«O Metro pode passar, os plátanos querem ficar», era o que se ouvia da boca de quem formou um cordão humano de mais de uma centena de pessoas em volta dos plátanos na Avenida Emídio Navarro, no passado dia 18 de Agosto, defendendo uma alternativa ao abate para a passagem do sistema de autocarros eléctricos. O protesto, organizado pelo movimento de conservação ambiental ClimAção Centro, abriu espaço a uma proposta inédita no nosso país: identificar, mediante determinados critérios, árvores com estatuto de monumento.

Segundo a proposta apresentada à Câmara Municipal de Coimbra, os cinco plátanos em questão podem ser as primeiras «árvore-monumento» da cidade, que já inspirou manifestações artísticas como a que o artista plástico António Barros, radicado há várias décadas em Coimbra, gentilmente partilhou com a Coimbra Coolectiva.

Futuro próximo

Uma fonte não oficial apontou para dia 12 de Setembro como a data de abate dos plátanos da Avenida Emídio Navarro. À semelhança do que aconteceu há anos com os restantes plátanos, o movimento admite recorrer a uma providência cautelar para evitar que aconteça. A previsão é de que sejam abatidas 663 árvores em Coimbra nos próximos dois anos, algumas com mais de 100 anos, ao longo das quatro fases de construção da linha do Sistema de Metro Mondego. Árvores que, com os seus vários metros de diâmetro e altura, em conjunto, conseguem reduzir significativamente a temperatura em dias quentes, aumentar a humidade, purificarem o ar e, ao mesmo tempo, embelezar a cidade. Também são habitat de espécies que contribuem para a biodiversidade urbana e preservação da biodiversidade global.

A Sociedade Metro Mondego, empresa responsável pela empreitada, declara no seu Plano para Reforço da Estrutura Arbórea, desenvolvido em colaboração com a Câmara Municipal de Coimbra (CMC), que «não é possível manter [as árvores] no local onde se encontram» e disse ao jornal Público que «é a solução que penaliza menos o tráfego rodoviário».

O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, declarou à Coimbra Coolectiva que «repensar agora todo o traçado do Metrobus, implicaria necessariamente a revisão de todos os projectos e correspondentes orçamentos e, irremediavelmente, a perda do financiamento europeu disponível, que impõe prazos muito curtos para ser executado. Seria regressar mais de uma década atrás, sem alternativas na linha do horizonte» e que «serão plantadas três novas árvores por cada árvore cortada, garantindo que, no futuro, o balanço ambiental é positivo e de que continuamos a caminhar solidamente no sentido da descarbonização e da luta contra as graves alterações climáticas». Sublinhou também «o esforço que se está a fazer para repor grande parte das árvores nas imediações do canal do Metro Mondego».

Em Fevereiro, a Câmara Municipal de Coimbra apontava para o final de 2023 mas actualmente, e apesar dos desenvolvimentos dos últimos meses – adjudicação do contrato para a construção do parque de material e oficinas, consignação da empreitada da Linha do Hospital, compra do material circulante – a previsão é que o Metro Mondego entre em funcionamento em Março de 2024.

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