É este fim-de-semana que o Festival Política chega a Coimbra, começando com uma conversa de Dino D’Santiago com crianças sobre o poder transformador da música e acabando com o humor de Hugo Van Der Ding no palco do Convento São Francisco. Mas há também exposições, oficinas, outros concertos, actividades para as crianças e outras propostas, até a estreia de um espectáculo da Cooperativa Bonifrates que celebra o escritor José Saramago. Ficam com alguns destaques e encontram o resto na Agenda.

Projecto Piccolino
Até 3 de Março na Doppo
O «Projecto Piccolino» é um desafio da Gelataria Doppo lançado a Adolfo Caboclo (curadoria) e Carlos Júlio (coordenação), que tem como objectivo dar a conhecer obras de artistas plásticos de Coimbra. Na pequena galeria da Doppo vão estão obras de Paulo Pereira, até 3 de Março.
Jazz no Café
Até 3 de Junho, aos Sábados no Café Santa Cruz
Aos Sábados de manhã, o Curso de Jazz do Conservatório de Música de Coimbra apresenta-se em concerto, no Café mais antigo de Coimbra.
Oficinas para a Ecocomunidade
Aos Sábados, das 10h30 às 12 no Col.eco Baixa de Coimbra
Até Abril, há oficinas dinamizadas por participantes dos projectos Col.Eco, para crianças e adultos, com temáticas de sustentabilidade e comunidade. A primeira propõe criar uma obra de arte colectiva, reciclando cartazes de rua e utilizando tintas coloridas.

Promisse
Até 18 de Fevereiro, das 9h às 18h na Casa da Mutualidade – Galeria de Arte
Mostra traz a público obras de Amamede, Ana Pereira, Dina de Souza, Jaime Prates, Kim Molinero, Luís Albuquerque, Lurdes Silva, Margusta Loureiro, Maria Alexandra Martins, Maria Helena Lima, Micéu Nunes, Silvestre Isaac Quizembe e Teresa Martins. Apresenta-se com diversas influências e movimentos, com predominância no surrealismo e na arte abstracta, onde é evidente o uso de diversas técnicas. Vai desde a pintura à fotografia.
Quartas do Centenário
Quarta-feira, 8 de Fevereiro, às 14h e às 18h no Biblioteca Municipal de Coimbra
A Menina Eglantina e o Gnomo Assustado e Stand-Up Poetry são os espectáculos que Paulo Condessa vai levar à Biblioteca Municipal, respectivamente às 14h e às 18h. Os dois espectáculos têm entrada gratuita, mas no caso de A Menina Eglantina e o Gnomo Assustado é necessária inscrição prévia através do telefone 239 702 630.
Tori e Lokita
Quinta-feira, 9 de Fevereiro às 15h, Casa do Cinema de Coimbra
«Dois refugiados – o rapaz Tori e a adolescente Lokita – viajaram sozinhos desde África para encontrar refúgio na Bélgica. A viver sobre a sua própria conta e risco e enquanto lutam para conseguir sobreviver num território em tudo estranho e pleno de desafios, aprofundam uma amizade invencível que os ajudará a ultrapassar as dificuldades do seu exílio.» Um filme de Jean-Pierre Dardenne, Luc Dardenne.

Festival Política
Sexta-feira e Sábado, 10 e 11 de Fevereiro, em vários horários do Convento São Francisco
Warm up da edição que irá decorrer em Novembro, com actividades para dar a conhecer o evento dedicado aos direitos humanos e à cidadania. Há uma oficina para crianças dos 6 aos 12 anos reflectirem sobre o impacto das acções humanas no ecossistema; exibição do documentário A Música Invisível, de Tiago Pereira, com concerto e conversa dedicados à música cigana; e uma aula de humor, por Hugo van der Ding, sobre inclusão.
Água e Vida
Sexta-feira, 10 de Fevereiro, às 17h no Centro Cirúrgico de Coimbra
Jorge Paiva, biólogo e investigador, é o convidado da sessão Ao Final da Tarde. A moderação é do médico oftalmologista António Travassos. Um encontro de entrada livre para todas as pessoas que queiram ficar a saber um pouco mais sobre biodiversidade.
Katerina L’Dokova
Sexta-feira, 10 de Fevereiro, às 22h no Salão Brazil
Mova Dreva, é o título do último álbum de Katerina L’dokova. Um encontro da cantora com a natureza, com as suas origens bielorrussas – um regresso ao ambiente telúrico, algo antigo, mas não perdido. Katerina L’dokova vive em Portugal desde 2006 e estudou jazz na Escola Superior de Música de Lisboa.

Liberum Quartet
Sexta-feira, 10 de Fevereiro, às 22h no OMT – Tabacaria do Teatrão
Grupo formado por quatro jovens saxofonistas portugueses oriundos de cidades diferentes: João Luís (Chaves), Francisco Chaparro (Portalegre), António Neves (Viseu) e Pedro Ribeiro (Aveiro). Um concerto com grande versatilidade, com o objectivo de criar uma experiência diferente do habitual concerto clássico, através do uso de músicas, estilos e contextos contrastantes entre si.
Intelecto Agente
Sexta-feira, 10 de Fevereiro, às 21h no Grémio Operário de Coimbra
Primeira exposição colectiva criada pelo Colectivo Gambozino. Com um total de 13 artistas visuais a participar na exposição, juntam-se outros 7 performers para apresentar um programa de intervenções no dia da inauguração. No último Sábado do mês de Fevereiro, a partir das 17h, haverá um ciclo de conversas anexas ao universo temático da exposição, seguidas de uma mostra de curtas de videoarte.
Dino D’Santiago
Sexta-feira, 10 de Fevereiro, 21h30 no Convento São Francisco
Dino D’Santiago, natural de Quarteira, é hoje uma figura central da música portuguesa. Em termos musicais trabalha a tradição cabo-verdiana com o peso contemporâneo da electrónica global, como prova o hino Kriolu, com a colaboração de Julinho KSD e co-produção de Branko.

Sábados para a infância
Sábado, dia 11 de Fevereiro, às 10h30 no sub-palco do Teatro da Cerca de São Bernardo
Ricardo Kalash dirige a nova oficina de teatro para crianças entre os 6 e os 12 anos. Integrada no Ciclo de Cultura Brasileira que ocupa os Sábados para a Infância ao longo do mês, a oficina é inspirada pela lenda do Saci Pererê, figura mítica da cultura popular do Brasil, imortalizada e divulgada pelo escritor Monteiro Lobato, incluindo na sua obra mais famosa em Portugal: Sítio do Pica-pau Amarelo. Kalash aproveita a figura lendária para passar às crianças alguns elementos da história do Brasil. Os “trabalhos” – adianta o formador – serão orientados para que no final da manhã os jovens actores façam uma pequena apresentação para os familiares, no renovado espaço do sub-palco do TCSB.
Terminal
Sábado, 11 de Fevereiro, às 22h no Salão Brazil
Iniciaram o seu percurso em 2020, com o lançamento do seu primeiro EP (First Stop) e em Janeiro de 2021 apresentaram o primeiro álbum Nothing Inside the Bottle. Provocam com a sua música irrequieta e lírica venenosa, uma revolta interior na procura da consciencialização para problemas sociais e crises pessoais.
Mão Morta
Sábado, 11 de Fevereiro, às 21h30 no TAGV – Teatro Académico de Gil Vicente
Depois de criarem um espectáculo de dança com a coreógrafa Inês Jacques (2019), editaram com a música daí resultante o seu último álbum de originais, No Fim Era o Frio. Ultrapassada a epidemia, e após uma renovação na formação, os Mão Morta apresentam o álbum na sua sequência integral e revisitam alguns temas do seu património musical.

Concertos para bebés
Domingo, 12 de Fevereiro, às 10h no Convento São Francisco
Neste concerto, a harpa e a teorba são as protagonistas. Em duo vão cerzir tecidos que embalam pais e bebés, viajando por histórias medievais, da renascença, do Barroco e de hoje. Para bebés até 36 meses. A sessão repete às 11h30.
A Cruzada das Crianças
Domingo, 12 de Fevereiro, às 16h no Convento São Francisco
Um dos mais estranhos episódios medievais, sucedeu em 1212, e ficou conhecido como Cruzada das Crianças. Foi, muito provavelmente, um equívoco, mas a história que sobreviveu no imaginário popular conta que inúmeras crianças se juntaram para tomar a Terra Santa. Neste século, temos uma cruzada moderna, de milhares de crianças, que decidem sair para as ruas a reclamar certas coisas (uma sociedade melhor), que os adultos já perderam a capacidade de exigir, mas que as crianças são perfeitamente capazes de saber expressar.

As Intermitências da Morte
14, 16, 22, 24 e 28 de Fevereiro, Teatro-Estúdio Bonifrates, na Casa Municipal da Cultura de Coimbra
Com adaptação teatral de João Maria André e encenação de João Paulo Janicas, a peça que a Cooperativa Bonifrates baseia-se no romance homónimo de José Saramago, constituindo a forma de este grupo de teatro se associar às comemorações do centenário de nascimento do Prémio Nobel. Como diz o encenador, «Saramago apresenta-nos um impreciso país em que a morte deixa de matar. Obviamente, as estruturas da sociedade, da economia, de toda a cultura são abaladas e têm de enfrentar a inédita situação. […] Mas os caprichos da morte não terminam ainda. Quando esta volta a matar, agora com aviso prévio, um humano violoncelista resiste à sentença, até ali infalível, da carta cor de violeta. Face ao desafio de “um exemplar da espécie de que era inimiga”, e apesar da perplexidade da sua gadanha, a morte decide metamorfosear-se em mulher e conhecer aquele “serrador de violoncelos”. Mas será, precisamente, a música que a fará soçobrar. Até quando?»