Em 2021, Vilma Reis criou, em forma de artigo, um passeio por Coimbra que homenageia o protagonismo de mulheres, nas suas trajetórias individuais e lutas coletivas. A jornalista da Coimbra Coolectiva rabiscou no mapa da cidade uma espécie de ligue-os-pontos pelas ruas estreitas, à procura dos recantos repletos de histórias que esperam ser contadas. Queria-se um roteiro que quebrasse alguns muros do esquecimento, uma espécie de caminhada especial para tornar visível a voz de algumas mulheres na construção da memória feminina e esse roteiro ganhou vida no passado dia 30 de Setembro, no âmbito do Festival Política, que estreou na cidade.
Mais de duas dezenas de curiosos acompanharam a Vilma desde a Universidade de Coimbra até ao Largo da Portagem, e as histórias de Domitila Carvalho, primeira mulher a ingressar numa universidade em 1892; América do Sul Monteiro, a primeira brasileira que com 19 anos foi admitida na Faculdade de Letras. Também a surpreendente Vataça Lascaris, a única mulher que descansa sob as centenárias pedras da catedral, e Isabel de Aragão, a rainha que não se limitou a ser mulher de D. Dinis e autora de obras piedosas, mas exerceu funções de interveniente política. Pelo meio, passagens pela Rua das Padeiras e Pátio da Inquisição, onde mulheres como Maria Antónia, Teodora Henriques, Antónia Nunes e Filipa Lourenço foram julgadas pelo Tribunal do Santo Ofício de Coimbra, em 1568.
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