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Sobre o Sistema de Mobilidade do Mondego

Exemplos noutras cidades

México, Miami e Buenos Aires

Contactem os envolvidos

Faltam quase 2 anos para andarmos de MetroBus em Coimbra

A Câmara Municipal aponta para o final de 2023 para as composições começarem a circular. Admite que o Sistema de Mobilidade do Mondego não é o desejado, mas o possível, num projecto que não contempla a Estação de Coimbra-A, apesar de algumas sugestões para a sua continuidade.

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Fotografia: Mário Canelas, imagens oficiais

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Sobre o Sistema de Mobilidade do Mondego

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Contactem os envolvidos

«É certo que o cronograma temporal de trabalhos apontava, numa fase inicial do projecto, para a entrada ao serviço do MetroBus no final de 2021, tendo esse limite vindo a ser dilatado, estando actualmente em cima da mesa, o final de 2023, com o arraste de algumas empreitadas a 2024». É esta a resposta dada pela vereadora dos Transportes e Mobilidade da Câmara Municipal de Coimbra, Ana Bastos, quando lhe perguntámos sobre a data realista para os conimbricenses começarem a utilizar o Sistema de Mobilidade do Mondego. Ana Bastos reconhece que a morosidade do projecto provocou muitas desconfianças na população, mas acredita que o MetroBus será, desta vez, uma realidade.

«Este projecto está marcado por cerca de 30 anos de avanços e recuos, pelo que é fundamental que, reiniciada a obra, depois de interrompida em 2012 na sequência da entrada da Troika em Portugal, o projecto se concretize e permita repor o serviço com alta frequência no ramal da Lousã, ao mesmo tempo que se oferece uma alternativa de transporte sustentável à cidade de Coimbra. Mesmo não sendo o projecto ideal e que Coimbra merece é, neste momento, o projecto possível e que iremos ajudar a concretizar, corrigindo, sempre que comprometer o financiamento atribuído pela União Europeia», assegura.

Quase terminada a primeira etapa, o Sistema de Mobilidade do Mondego tem, actualmente, três empreitadas a decorrer, sendo que a primeira tem conclusão prevista em Abril, na ligação suburbana entre o Alto de São João e Serpins. Em curso, está também a empreitada que liga o Alto de São João e a Portagem, com final previsto para o Verão de 2023. A terceira, para a reconstrução de vários imóveis e a construção do edifício-ponte na Rua da Sofia, permitindo a ligação desta rua com a frente de rio, está também em andamento, com conclusão prevista para final de 2022. «As restantes empreitadas estão em fase final de análise de propostas, prevendo-se a adjudicação a muito curto prazo (Trecho Estação B-Portagem, Linha do Hospital e aquisição do material circulante). Também o lançamento da empreitada para construção do PMO (Parque de Material e Oficinas) e dos sistemas de sinalização e de ajuda à exploração, se encontram em fase de lançamento de concurso», revela Ana Bastos. 

«O projecto possível»

A vereadora admite que o projecto atual do MetroBus não é o que mais lhe agrada, mas é o possível, destacando ser um desejo das populações há já três décadas. «Nas reuniões de trabalho que temos tido, as nossas sugestões foram, de forma geral, bem aceites pelos diferentes dirigentes e decisores políticos, embora conscientes das dificuldades/impossibilidades de as contemplar no projecto, numa fase em que a maioria das empreitadas foram lançadas e se encontram adjudicadas ou consignadas. Essas alterações, por serem estruturantes, obrigariam a reformular o projecto e, por inerência, o cronograma de execução e o custo da empreitada, pondo em risco a sua concretização e os programas de financiamento», lembra.

Entre as limitações apontadas por Ana Bastos estão a falta de ligação entre as estações e os espaços urbanos envolventes, que irão implicar obras complementares, neste momento não financiadas, bem como a ligação do MetroBus com o Pólo I da Universidade. «Reconhecido por todos esta fraqueza do projecto, a Metro Mondego encontra-se actualmente a estudar alternativas de traçado que permitam servir diretamente o Polo I, embora se reconheça que talextensão não será incluída na empreitada da Linha do Hospital», destaca.

Relevando a importância do projeto do MetroBus para a cidade, o Movimento Cidadãos por Coimbra (CpC) tem algumas reservas em relação a aspectos do sistema. No final de uma reunião com o Executivo, em Dezembro de 2021, o Movimento apontou duas situações em que tem opiniões diferentes em relação ao Município. «O CpC reclama o uso exclusivamente pedonal e ciclável da via que está a ser aberta entre a Rua Miguel Torga e a Rua Infanta D. Maria, enquanto a Câmara afirma ter “muitas dúvidas” quanto à introdução do automóvel», sublinha o Movimento, em comunicado. O coordenador do movimento, Jorge Gouveia Monteiro, considera que não faz sentido fazer concessões ao automóvel numa altura em que se está prestes a fazer uma «revolução» nos transportes em Coimbra.

Outra situação, tem a ver com a negociação da reversão para o Município da propriedade dos terrenos do Infraestruturas de Portugal, entre Coimbra A e Coimbra B, «ao passo que a Câmara está a preparar orientações urbanísticas que lhe permitam balizar as intervenções dos privados que aí queiram vir a construir. O CpC sublinha mais uma vez que a Câmara e a Assembleia Municipal devem procurar ganhar mais força e maior capacidade do Município nesta negociação, informando com transparência e suscitando o envolvimento ativo do maior número de cidadãos», considera.

O CpC apela ainda a uma maior informação da população, através da ampla divulgação dos projetos de traçado, estações e espaços públicos afetados. «A boa informação dos cidadãos poderá reforçar o poder negocial do Município e a credibilidade futura do sistema de mobilidade em construção», aponta. «Estamos muito preocupados com o tratamento que está a ser feito do espaço público, sem apresentações públicas e sem informar devidamente a população», completa Gouveia Monteiro.

Estação Central: sim ou não?

O projecto actual do MetroBus contempla a desactivação da Estação de Coimbra-A, conhecida como Estação Central, situada no centro da cidade, ficando o serviço ferroviário de Coimbra apenas na Estação de Coimbra-B. A situação levou a que um grupo de cidadãos criasse um movimento de defesa pela continuidade da Estação Central, mostrando-se esperançado que as suas reivindicações ainda surtam efeito. «Uma vez que a empreitada do troço “Portagem – Coimbra-B” do Metro Mondego ainda não foi consignada, e uma vez que a Estação Central só encerrará no final de 2023 (na melhor das hipóteses), acreditamos que ainda há tempo para rever o projecto e tomar as diligências necessárias para salvaguardar esta infraestrutura de grande importância para a cidade e para a região», aponta uma fonte do movimento à Coimbra Coolectiva.

Como alternativa à desactivação da Estação Central, o Movimento apela à concretização da variante da Avenida Fernão de Magalhães, que, defende, «tem como principal vantagem servir esta importante artéria e pólo de serviços e habitação da cidade». O movimento prossegue que «esta variante pode tomar, grosso modo, duas hipóteses. A primeira é circulando na Avenida Fernão Magalhães desde o Hotel Oslo. A segunda é, tomando uma paralela entre esta e rio, (no seguimento da Travessa dos Oleiros), e cosendo a malha urbana até à Rua Abel Dias Urbano».

O Movimento Cívico pela Estação Nova considera que, apesar de não ser a dona da obra, a Câmara Municipal de Coimbra tem todas as condições de reverter este processo, tanto por ser accionista da Metro Mondego, como por ser o principal agente para o ordenamento do território nos limites do seu concelho. «Por outro lado, na nossa conversa com o Ministério das Infraestruturas (que nos deu toda a razão nos pontos que apontámos) ficou bastante claro que qualquer iniciativa no sentido de alterar o projecto do Metrobus teria de surgir do poder local», completa.

Ana Bastos também defende a variante da Avenida Fernão de Magalhães e admite que todas as opiniões de cidadãos são legítimas, mas apresenta uma visão diferente relativamente à Estação Central, sustentando-a na aproximação da cidade ao rio. «Sou de opinião que o comboio tradicional representa uma barreira física e social acentuada que impede a aproximação da cidade ao rio, e que ao longo do tempo remeteu a zona ribeirinha a um mero parque de estacionamento, desregrado e degradado. A qualidade e potencialidade do espelho de água da albufeira do Açude-ponte justifica requalificar e revivificar toda a zona ribeirinha, seja em termos de edificado, seja do espaço público, na qual se impõe conferir uma boa permeabilidade transversal ao canal ferroviário. Ora, isso só é possível com a retirada do comboio tradicional desse espaço», afirma.

A alternativa do Município passa por «estudar a integração funcional da linha do MetroBus no espaço ribeirinho, enquanto espaço privilegiado de fruição urbana, com a definição de um plano geral de circulação, onde é privilegiada a presença e circulação dos modos suaves e ambientalmente sustentáveis. A curto prazo, esse plano será apresentado publicamente e submetido a discussão». No entanto, a vereadora salienta que, «dada a sua riqueza arquitectónica e histórica é possível que a mesma venha a dar resposta a projetos na área da cultura, da ciência e do turismo. Neste momento, o destino final continua em aberto, pelo que alargo aqui o desfio a todos os interessados para que nos façam chegar ideias e sugestões».

As sugestões têm sido já feitas pelo Movimento Cívico pela Estação Nova, que reforça a importância de a ferrovia chegar ao centro da cidade. «A Estação Central de Coimbra teve 1,3 milhões de passageiros em 2018. É o epicentro de uma rede de quatro linhas de comboios suburbanos com cerca de 100 serviços diários», exemplifica. Fonte do movimento sublinha ainda que, «ao encerrar a Estação Central de Coimbra, estamos a forçar várias pessoas a fazerem um ou mais transbordos desnecessariamente (particularmente para destinos não servidos pelo metrobus como o Pólo II, Instituto Pedro Nunes, ISEC, Faculdade de Economia, Olivais ou Santa Clara). Isto servirá de desincentivo ao uso do transporte público, contribuindo para trazer mais carros para dentro da cidade».

Jorge Gouveia Monteiro concorda com a vereadora, considerando que uma estrutura ferroviária pesada não é compatível com a fruição da frente de rio. «Havendo metro, que tem uma mobilidade e tempos de arranque mais coerentes com a vida urbana, não há necessidade de haver ali uma rede ferroviária pesada naquela zona. Tenho muita estima pelo movimento que defende a Estação, mas não se coaduna com o que se pretende para aquela zona», afirma.

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