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Reportagem Mercado D. Pedro V

Ideias Fixes para Copiar | O que têm outros mercados do país e do mundo

De Madrid a Tóquio, são várias as ideias que podemos comprar para condimentar a conversa aberta desta quinta-feira, 23 de Novembro, sobre o futuro que queremos para o Mercado D. Pedro V.

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Fotografia: Mercado de San Miguel, Madrid (capa)

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Reportagem Mercado D. Pedro V

Não há viajante que não goste de um bom mercado e, arriscamos dizer, também não há comunidade que não goste de ter uma bela montra para a vida local. Uma montra viva que cruza diferentes gerações, envolve passear por entre bancas coloridas, provar um pedaço de uma coisa ali, cheirar outra acolá, ao sabor da necessidade, mas também da curiosidade e fome de surpresa.

Dos primeiros bazares persas aos mercados italianos onde nasceram as chamadas loggias (bancas móveis sob arcadas cobertas), os mercados não deixaram de ser sobretudo pontos de encontro, ainda que com o pretexto de comprar, vender ou trocar coisas. Na Grécia antiga evoluíram mesmo para as agoras, em Roma fóruns, onde as comunidades se reuniam para debater os assuntos locais.

Hoje, na era dos supermercados, hipermercados e centros comerciais, os mercados surgem como destinos populares para turistas e lugares com importância histórica e arquitectónica para as cidades. O Mercado Municipal de Coimbra, conhecido como Mercado D. Pedro V, fica num edifício de estilo neoclássico que remonta ao século XIX e já foi um importante ponto de encontro da região. Ainda lá há negócios de agricultores e produtores que atravessam gerações, mas também abriram novas lojas com produtos não alimentares, uma zona de restauração e, mais recentemente, serviços da Câmara Municipal.

Esta quinta-feira estaremos lá, às 18h, e convidamos a comunidade, funcionários e responsáveis para uma conversa aberta sobre que futuro queremos para esta praça. Dentro e fora de fronteiras, encontramos mercados cobertos, à moda antiga, e também centros de restauração mais modernos ou mercados ao ar livre, alguns tão grandes que ocupam bairros inteiros. Há muitas ideias e deixamos aqui alguns exemplos de casos que estão a dar cartas noutras cidade.

Outros mercados em Portugal:

Mercado do Bolhão, Porto

Chama-se assim porque no terreno onde o edifício foi implementado havia um regato que, ao atravessar um lameiro entre a Rua Formosa e a Rua de Fernandes Tomás, formava uma enorme bolha de água. Nas imediações havia uma bica chamada Fonte do Bolhão. O edifício, que é um dos mais emblemáticos do Porto e remonta a meados do século XIX, altura em que a Câmara Municipal decidiu construir uma praça em terrenos adquiridos à Igreja. Foi restaurado e modernizado em 2018, com assinatura do arquitecto Nuno Valentim, distinguido com muitos prémios. O reconhecimento e dignidade do espaço saltam à vista logo na página oficial, com a história, informações úteis – inclusive sobre as suas gentes – e uma newsletter. O edifício ocupa um quarteirão do centro da Baixa portuense, acolhe mais de 70 comerciantes, tem 38 lojas no exterior e 10 restaurantes. É visitado tanto por clientes como por turistas. O horário de funcionamento do mercado de frescos é das 8h às 20h, de segunda a sexta. Aos sábados, encerra duas horas mais cedo. A restauração está aberta até à meia noite, de segunda a sábado. A gestão e exploração está delegada pelo Município na GO Porto (empresa municipal de Gestão e Obras do Porto)

Praça – Mercado Municipal de Braga

Data de 1956 e também foi totalmente renovado. Contempla uma grande quantidade e variedade de produtos para servir clientes e visitantes, nomeadamente quatro padarias, quinze talhos, quatro espaços dedicados à charcutaria, bancadas para a peixaria, 12 lojas interiores e duas exteriores, quiosques para refeições e um restaurante. Também tem quatro salas polivalentes para a realização de formações, workshops, um espaço de showcooking para animação e apresentação de produtos, além de um armazém ou armário refrigerado para deixar as compras e recolhê-las posteriormente. O website oficial disponibiliza informações e também notícias. «Não quisemos um mercado velho em instalações novas, pelo que, para além da maior modernidade abrimos espaço para tendências alimentares que no passado não tinham lugar no mercado», afirma Olga Pereira, vereadora da Gestão e Conservação de Equipamentos Municipais, no texto de apresentação do espaço que recuperou a designação original de Praça e manteve a gestão municipal porque acreditam que, para além do serviço prestado à população enquanto abastecedor de produtos frescos e de qualidade, o Mercado tem, numa cidade carregada de centros comerciais, as funções de regulador (local) de concorrência e preços, distribuidor do produto local, dinamizador económico dos espaços envolventes, produtor de serviços complementares e dinamizador turístico e cultural.

Mercados de Lisboa

A capital tem feiras e mercados para todos os gostos e feitos. Alguns verdadeiros clássicos, outros novas paragens de referência espalhadas por bairros ou então mais modernos e cosmopolitas. Em 2016, a Câmara de Lisboa lançou mesmo a marca Mercados da Lisboa, com o objetivo de requalificar diversos mercados da cidade. Na proposta, alguns mercados devem mudar de funções, assumir novos serviços e adoptar projetos inovadores. Mercado da Ajuda, de Alcântara, de Alvalade, de Arroios, de Benfica, de Campo de Ourique, de Forno do Tijolo, do Rato, de Sapadores, de São Bento, 31 de Janeiro. O Mercado da Ribeira está dividido em dois, também é a morada do primeiro Time Out Market, que abriu em 2014 e conta com 26 restaurantes, sete bares, cinco lojas, um espaço de cowork, uma academia de cozinha e uma sala de espetáculos. «Se é bom vem na revista, se é óptimo vai para o mercado», é a forma como é anunciado o conceito criado de raiz pela equipa da revista Time Out Portugal em 2014, apenas com as melhores ideias e negócios de Lisboa – de acordo com a equipa editorial -, que podem ficar no mercado por períodos de uma semana a três anos. O Time Out Market de Lisboa recebe em média 66 nacionalidades diferentes por semana e mais de quatro milhões de visitantes por ano. Está previsto abrirem um no Porto ainda este ano e em Barcelona, em 2024.

Outros mercados lá fora:

A Europa está cheia de mercados interessantes que oferecem uma variedade de produtos, desde alimentos frescos e artesanato até antiguidades e roupas de moda. Estes são alguns exemplos:

Na conversa de quinta-feira, vão participar os comerciantes Ana Paula Simões (Carnes da Nossa Aldeia), Carla Rézio (Simplifica), Filipe Duarte (Super Local) e Carlos Catarino (Renasceia), os arquitectos Teresa Freitas (Câmara Municipal de Coimbra) e Nuno Valentim (Mercado do Bolhão) e António Carlos Albuquerque, director de Desenvolvimento Económico da CMC e o vereador Miguel Fonseca.

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Para fazermos este trabalho e o disponibilizarmos de forma gratuita as leituras e partilhas são importantes e motivantes, mas o vosso apoio financeiro é essencial. Da mesma forma que compram um lanche ou um bilhete para um espectáculo, contribuam regularmente. Só assim conseguimos alcançar a nossa sustentabilidade financeira. Vejam aqui como fazer e ajudem-nos a continuar a fazer as perguntas necessárias, descobrir as histórias que interessam e dar-vos a informação útil que afine o olhar sobre Coimbra e envolva nos assuntos da comunidade.

Contamos convosco.

Mais Histórias

Da Serra à Cidade e da vontade de ver florescer a Baixa

Nasceu no espaço COL.ECO, morou na Rua do Paço do Conde e acabou de reabrir na Rua Corpo de Deus. Acompanhámos a abertura da mercearia tradicional e café que é fruto de uma dinâmica colaborativa entre inquilina e proprietários, unidos pela esperança na dinamização da zona histórica.

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Re-food: dezenas de pessoas comem graças aos voluntários do «Uber do desperdício»

Em oito anos, o núcleo do Re-food 4 Good em Coimbra fez muito, mas ainda pode fazer mais. Hunter Halder, fundador do movimento que resgata excedentes alimentares e entrega a quem precisa, está a convocar toda a comunidade para uma Reunião Sementeira na segunda-feira, 4 de Dezembro, no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra.

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Cooperativas de habitação: não deixar sem chão quem precisa de tecto

Revisitamos o que foi feito e o que está planeado para Coimbra, numa altura em que a carência habitacional é uma realidade e as cooperativas podem ser uma solução.

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Reportagem Mercado D. Pedro V

Ideias Fixes para Copiar | O que têm outros mercados do país e do mundo

De Madrid a Tóquio, são várias as ideias que podemos comprar para condimentar a conversa aberta desta quinta-feira, 23 de Novembro, sobre o futuro que queremos para o Mercado D. Pedro V.

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Fotografia: Mercado de San Miguel, Madrid (capa)

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Reportagem Mercado D. Pedro V

Não há viajante que não goste de um bom mercado e, arriscamos dizer, também não há comunidade que não goste de ter uma bela montra para a vida local. Uma montra viva que cruza diferentes gerações, envolve passear por entre bancas coloridas, provar um pedaço de uma coisa ali, cheirar outra acolá, ao sabor da necessidade, mas também da curiosidade e fome de surpresa.

Dos primeiros bazares persas aos mercados italianos onde nasceram as chamadas loggias (bancas móveis sob arcadas cobertas), os mercados não deixaram de ser sobretudo pontos de encontro, ainda que com o pretexto de comprar, vender ou trocar coisas. Na Grécia antiga evoluíram mesmo para as agoras, em Roma fóruns, onde as comunidades se reuniam para debater os assuntos locais.

Hoje, na era dos supermercados, hipermercados e centros comerciais, os mercados surgem como destinos populares para turistas e lugares com importância histórica e arquitectónica para as cidades. O Mercado Municipal de Coimbra, conhecido como Mercado D. Pedro V, fica num edifício de estilo neoclássico que remonta ao século XIX e já foi um importante ponto de encontro da região. Ainda lá há negócios de agricultores e produtores que atravessam gerações, mas também abriram novas lojas com produtos não alimentares, uma zona de restauração e, mais recentemente, serviços da Câmara Municipal.

Esta quinta-feira estaremos lá, às 18h, e convidamos a comunidade, funcionários e responsáveis para uma conversa aberta sobre que futuro queremos para esta praça. Dentro e fora de fronteiras, encontramos mercados cobertos, à moda antiga, e também centros de restauração mais modernos ou mercados ao ar livre, alguns tão grandes que ocupam bairros inteiros. Há muitas ideias e deixamos aqui alguns exemplos de casos que estão a dar cartas noutras cidade.

Outros mercados em Portugal:

Mercado do Bolhão, Porto

Chama-se assim porque no terreno onde o edifício foi implementado havia um regato que, ao atravessar um lameiro entre a Rua Formosa e a Rua de Fernandes Tomás, formava uma enorme bolha de água. Nas imediações havia uma bica chamada Fonte do Bolhão. O edifício, que é um dos mais emblemáticos do Porto e remonta a meados do século XIX, altura em que a Câmara Municipal decidiu construir uma praça em terrenos adquiridos à Igreja. Foi restaurado e modernizado em 2018, com assinatura do arquitecto Nuno Valentim, distinguido com muitos prémios. O reconhecimento e dignidade do espaço saltam à vista logo na página oficial, com a história, informações úteis – inclusive sobre as suas gentes – e uma newsletter. O edifício ocupa um quarteirão do centro da Baixa portuense, acolhe mais de 70 comerciantes, tem 38 lojas no exterior e 10 restaurantes. É visitado tanto por clientes como por turistas. O horário de funcionamento do mercado de frescos é das 8h às 20h, de segunda a sexta. Aos sábados, encerra duas horas mais cedo. A restauração está aberta até à meia noite, de segunda a sábado. A gestão e exploração está delegada pelo Município na GO Porto (empresa municipal de Gestão e Obras do Porto)

Praça – Mercado Municipal de Braga

Data de 1956 e também foi totalmente renovado. Contempla uma grande quantidade e variedade de produtos para servir clientes e visitantes, nomeadamente quatro padarias, quinze talhos, quatro espaços dedicados à charcutaria, bancadas para a peixaria, 12 lojas interiores e duas exteriores, quiosques para refeições e um restaurante. Também tem quatro salas polivalentes para a realização de formações, workshops, um espaço de showcooking para animação e apresentação de produtos, além de um armazém ou armário refrigerado para deixar as compras e recolhê-las posteriormente. O website oficial disponibiliza informações e também notícias. «Não quisemos um mercado velho em instalações novas, pelo que, para além da maior modernidade abrimos espaço para tendências alimentares que no passado não tinham lugar no mercado», afirma Olga Pereira, vereadora da Gestão e Conservação de Equipamentos Municipais, no texto de apresentação do espaço que recuperou a designação original de Praça e manteve a gestão municipal porque acreditam que, para além do serviço prestado à população enquanto abastecedor de produtos frescos e de qualidade, o Mercado tem, numa cidade carregada de centros comerciais, as funções de regulador (local) de concorrência e preços, distribuidor do produto local, dinamizador económico dos espaços envolventes, produtor de serviços complementares e dinamizador turístico e cultural.

Mercados de Lisboa

A capital tem feiras e mercados para todos os gostos e feitos. Alguns verdadeiros clássicos, outros novas paragens de referência espalhadas por bairros ou então mais modernos e cosmopolitas. Em 2016, a Câmara de Lisboa lançou mesmo a marca Mercados da Lisboa, com o objetivo de requalificar diversos mercados da cidade. Na proposta, alguns mercados devem mudar de funções, assumir novos serviços e adoptar projetos inovadores. Mercado da Ajuda, de Alcântara, de Alvalade, de Arroios, de Benfica, de Campo de Ourique, de Forno do Tijolo, do Rato, de Sapadores, de São Bento, 31 de Janeiro. O Mercado da Ribeira está dividido em dois, também é a morada do primeiro Time Out Market, que abriu em 2014 e conta com 26 restaurantes, sete bares, cinco lojas, um espaço de cowork, uma academia de cozinha e uma sala de espetáculos. «Se é bom vem na revista, se é óptimo vai para o mercado», é a forma como é anunciado o conceito criado de raiz pela equipa da revista Time Out Portugal em 2014, apenas com as melhores ideias e negócios de Lisboa – de acordo com a equipa editorial -, que podem ficar no mercado por períodos de uma semana a três anos. O Time Out Market de Lisboa recebe em média 66 nacionalidades diferentes por semana e mais de quatro milhões de visitantes por ano. Está previsto abrirem um no Porto ainda este ano e em Barcelona, em 2024.

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A Europa está cheia de mercados interessantes que oferecem uma variedade de produtos, desde alimentos frescos e artesanato até antiguidades e roupas de moda. Estes são alguns exemplos:

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