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Voluntariem-se

Love Button

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Global Citizen

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Impacto da Love Button

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Reportagem Jantar Comunitário do Serve The City

Love Button: o movimento global que distribui amor à boleia dos Coldplay

Conversámos com o coordenador da organização que, entre outras acções, visitou um lar de idosos, participou num jantar comunitário e numa tertúlia sobre o poder da música em Coimbra.

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Fotografia: Mário Canelas

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Há um ano e meio, Garrick Dawson não fazia ideia do que o esperava. Trabalhava na produção dos concertos dos Jonas Brothers até que uma colega lhe falou da digressão do movimento global Love Button com os Coldplay, que deu quatro espectáculos esgotados no Estádio Cidade de Coimbra. Nos bastidores destes eventos, é comum trabalharem pessoas que não têm as melhores situações pessoais e condições de trabalho e Garrick, norte-americano do estados de Virgínia, destacou-se por tratar muito bem todos aqueles com quem se cruzava, independentemente da origem e condição. «Normalmente gritam com eles, não dizem obrigada nem por favor, eu fi-lo porque antes de mais acho mais difícil o trabalho correr bem dessa forma e depois não acho que só porque eu tive um mau dia os outros tenham de pagar por isso», conta Garrick.

A primeira viagem que Garrick fez com a banda de Chris Martin, embaixador da Love Button como se vê pela t-shirt com um grande Love colorido que usa nos concertos, foi à Costa Rica e não tem parado desde então. «Não fazia ideia do que isto era. Normalmente um roady, que é como somos chamados, vai aos recintos e é o único sítio que conhece durante as digressões. Quando me disseram que ia poder visitar a comunidade e trabalhar com as pessoas, conhecer as pessoas que vivem nos sítios e descobrir como vivem, pensei: Está feito.» No Brasil, conta que se deparou com uma realidade chocante que, enquanto norte-americano privilegiado, desconhecia totalmente. Mas, acreditem ou não, foi em Coimbra que se emocionou mais.

Na nossa cidade, Garrick Dawson recebeu voluntários de todo o mundo e representou a Love Button em, pelo menos, três iniciativas realizadas em parceria com a Serve The City, associação sem fins lucrativos que há 15 anos vai ao encontro de pessoas socialmente fragilizadas, actuando nas temáticas da exclusão, da pessoa sem-abrigo, da pessoa idosa isolada, das crianças e jovens em situações de maior vulnerabilidade e da pessoa imigrante ou refugiada. Foram três acções em cinco dias, entre elas o jantar comunitário que o responsável diz que «é uma das melhores ideias que vi em muito tempo». Mas foi a visita a um lar de idosos, iniciativa ainda inédita nesta digressão, que deixou marcas. «Tenho dito a toda a gente: foi o mais difícil, emocionalmente, porque nunca tinha estado num lar de idosos na minha vida, os meus pais estão a envelhecer e conhecer estas pessoas que só querem ter uma conversa, falar das suas vidas, braços à volta enquanto apontam para o sítio onde costumavam morar, onde os filhos vivem agora… foi incrível. Foi a primeira vez que chorei [desde o início da digressão].»

A terceira e última actividade da Love Button com a Serve The City contou connosco e foi a tertúlia: A música é um poder maior?, inspirada no tema Higher Power, dos Coldplay. Durante duas horas, voluntários e convidados conversaram e assistiram, na Black Box do Convento São Francisco, a videoclipes de alguns temas selecionados dos Coldplay sobre como a música já os afectou enquanto pessoas, se já teve impacto na suas vidas, o que é que significa ir a um espectáculo ao vivo, se têm algum ídolo, se são pessoas que outros consideram ídolos ou se sentem gratas por conhecer. Chris Martin (claro), Elton John, Toumani Diabaté, foram alguns dos nomes atirados ao círculo que não precisou de muito para se tornar um momento especial para todos os presentes e que terminou com a cereja no topo do bolo: dois bilhetes oferecidos a convidados em situação de vulnerabilidade social para o concerto dos Coldplay dessa noite. A comoção foi geral.

«Adoro quando dão às pessoas uma plataforma onde podem expressar o que querem dizer. A primeira coisa que disse aos voluntários hoje foi: provavelmente vocês nunca mais vão ver estas pessoas. Não sejam tímidos. Quero que estejam aqui, estejam presentes, exprimam os vossos sentimentos e eu acho que isso traz um factor de conforto importante. Eles podem dizer o que pensam, não se sentem envergonhados com o que estão a dizer e podem ouvir a perspectiva de outras pessoas com quem nunca falaram antes. Une as pessoas, mete-as ao mesmo nível, falam sobre as mesmas coisas, desfrutam do momento juntos.» Esperança, partilha, disponibilidade, cor, amor, amizade foram outras expressões e sentimentos que dançaram ao ritmo das palavras e dos sorrisos num espaço aconchegante do equipamento municipal.

A história

A Love Button assume-se como uma comunidade intencional que se junta para despertar as pessoas para o poder de transformar o mundo com o seu amor criada por Habib Sadeghi e a mulher, Sherry Sami em 2013. Quando teve cancro, era então um jovem estudante de medicina, Habib ouviu de um amigo que o Deus em que acreditava era um Deus amoroso. Uma semana depois, ainda inspirado pelas palavras confortantes do amigo, pouco antes de ser levado para a sala de operações, Habib escreveu a palavra Amor na palma da mão. Mais tarde, escreveu na margem de um caderno, coloriu com tinta vermelha, arrancou-o da página e transformou-o no primeiro Botão do Amor. Depois usou-o na bata de laboratório. Os doentes começaram a fazer perguntas e isso fê-lo pensar que talvez um lembrete semelhante pudesse ajudar as pessoas a fazer escolhas amorosas com mais frequência para trazer paz e cura às próprias vidas e dos outros. Perguntou-se: se um número suficiente de pessoas o fizesse, poderíamos curar fundamentalmente as comunidades em que vivemos, ou mesmo o mundo que partilhamos?

Actualmente, a organização oferece milhares de Love Buttons (crachás) a doentes e durante os eventos de acção comunitária. O movimento global é uma organização sem fins lucrativos criada para entusiasmar as pessoas a transformarem o mundo com o seu amor e inspirá-las a fazê-lo através da filantropia comunitária, do voluntariado e de actos individuais de bondade para com a família, amigos e, especialmente, para com estranhos. Acreditam que cada interacção amorosa, por mais pequena que seja, tem o potencial de mudar o planeta, elevando a forma como pensamos sobre nós próprios e sobre os outros. A Love Button World Tour é uma delas juntamente com a Global Citizen, outra organização que liga cidadãos globais e artistas para apelar aos líderes mundiais, líderes empresariais e filantropos para que façam a sua parte. Através de milhares de acções, afirmam que tiveram impacto da vida de milhões de pessoas em todo o mundo e já distribuíram fundos no valor de mais de 46,3 milhões de dólares a quem mais precisa.

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