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Voluntariado do Instituto Justiça e Paz

O Instituto Justiça e Paz mobiliza e motiva a comunidade académica para a entreajuda 

Por ocasião dos 50 anos do instituto universitário, fomos conhecer o impacto do organismo que serve as necessidades menos visíveis da comunidade académica e saber como é que podemos todos ajudar.

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Fotografia: Mário Canelas

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Pedro Fidalgo, investigador júnior do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, é explicador voluntário no Instituto Universitário Justiça e Paz. «Foi decisivo no meu percurso académico e a experiência de ter tido esse apoio levou-me a ingressar enquanto voluntário, inicialmente como tutor de estudantes e agora como explicador.» Fidalgo afirma que o voluntariado não é tanto uma retribuição pela ajuda que recebeu, «mas no sentido de participar na comunidade na qual estou inserido e que é uma ultra vulnerável dentro da comunidade já por si vulnerável».

Realidade pouco visível que resulta da abertura mundial do ensino superior à sociedade que tem vindo a ocorrer nas últimas décadas, como depreendemos do discurso do director do instituto, o Padre Paulo Simões: «Hoje não só estudam bastante mais pessoas no ensino superior cá em Coimbra, mas também 20 a 25 % desses estudantes são internacionais. E não é só o mundo que vem para o ensino superior, mas também os problemas mundiais: a pobreza, a exclusão social e outras fragilidades da vida destes estudantes que não podemos ignorar.»

O Justiça e Paz, situado no nº 30 da Rua da Couraça de Lisboa, em Coimbra, presta-se a mobilizar as instituições de ensino superior de modo a criar condições para apoiar estes estudantes perante as necessidades do meio universitário de Coimbra que os filtros idílicos da tradição não retratam. «Estamos a falar concretamente da angariação de fundos e de iniciativas de voluntariado, para que possamos dar apoio monetário aos estudantes ou um acompanhamento de estudo como as explicações.»

Entre apoios e ajudas

Em 2010, foi criado o Fundo Solidário, para apoiar os estudantes a fazer face às despesas inerentes do quotidiano universitário. Paralelamente a este auxílio, gera-se, em 2013, uma incursão de índole educacional: o NEXT, projecto de explicações assente no voluntariado que cria uma rede de entreajuda entre os estudantes que são apoiados e outros que apoiam enquanto explicadores ou tutores, bem como docentes ou investigadores da universidade e outras instituições do ensino superior.

«Precisamos de ter uma bolsa de voluntários mais variada, pois todos os semestres surgem-nos estudantes a pedir ajuda com disciplinas que não sabíamos que existiam.»

Padre Paulo Simões, Instituto Universitário Justiça e Paz

Uma rede que, para subsistir e crescer, confluiu-se em 2020 com a iniciativa primordial para gerar o Fundo Solidário NEXT. Apesar de contar com uma vasta rede de parceiros – entre eles o Instituto Politécnico de Coimbra, a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, a Cáritas e o Centro de Acolhimento João Paulo II -, frisa-se a necessidade de angariar uma maior reserva de explicadores voluntários das diferentes áreas lectivas.

«Precisamos de ter uma bolsa de voluntários mais variada, pois todos os semestres surgem-nos estudantes a pedir ajuda com disciplinas que não sabíamos que existiam.» Às palavras do sacerdote junta-se o apelo de Ana Escada, responsável por receber quer os requerentes desses apoios, quer os contribuintes voluntários. «De facto, os anos não são todos iguais e o projecto tem evoluído neste sentido. Quanto mais é conhecido, naturalmente que as pessoas solicitam maior apoio.»

A pandemia ou a inflação têm suscitado necessidades mais urgentes, sublinhando-se os pedidos de apoio quanto à alimentação básica dos estudantes. «Há pessoas que aparecem aqui e que não é muito difícil perceber de imediato que não almoçou, não tomou o pequeno almoço e no dia anterior provavelmente também não terá jantado, o que solucionamos pagando ao restaurante do Instituto, através do nosso fundo.»

Uma casa aberta a todos

«Qualquer pessoa de qualquer idade, ainda na barriga até aos 110 anos, é bem-vinda.»

Ana Escada, Instituto Universitário Justiça e Paz

Embora o Fundo Solidário NEXT sobreviva pela generosidade de empresas ou cidadãos da cidade – bem como do voluntariado -, dado que o instituto está sempre aberto (inclusive no Verão), Ana realça que «sozinhos nós não somos capazes de fazer este trabalho, precisamos de mais pessoas». Esclarece que a maioria dos contactos inicialmente são feitos por email ou telefone, sendo possível auxiliar ou receber ajuda sem obrigação de vir marcar presença pessoalmente.

Quando as pessoas aparecem presencialmente por vontade própria, o seu encanto pela casa é rápido, ou mesmo imediato. Comprovamos que é um espaço convidativo com variadas divisões propícias para refeições, convívios, estudo, trabalho, lazer ou celebrações ecuménicas ou inter-religiosas, onde «qualquer pessoa de qualquer idade, ainda na barriga até aos 110 anos, é bem-vinda», salienta-nos Ana, que colabora com a casa há uma década.

Apesar de ser uma comunidade católica, o Instituto Justiça e Paz está aberto a toda a comunidade, independentemente de pertença religiosa, racial, étnica, orientação sexual ou identidade de género. «É uma não-questão no nosso formulário», apontam-nos, sem descurar a junção que se conjuga entre espiritual e social, bem presente na maioria das iniciativas, como o Serviço Pastoral de Ensino Superior (SPES), onde Juliano Costa colabora como voluntário.

Estudante de enfermagem e natural da Guiné-Bissau, fixou-se aqui cativado pelo ambiente familiar onde «todos nós sentimos bem acolhidos. Não importa se és muçulmano, cristão, não-católico, não religioso, és sempre bem-vindo porque a casa acolhe todas as pessoas.» Paulo explana: «não deixamos de ter a nossa identidade cristã e temos muito gosto em sermos cristãos, mas vimos muitas vezes o cristianismo a abrir-se ao mundo num sentido de conquista e de predomínio e a visão da Igreja não é essa. É uma visão de serviço.»

Serventia em torno do acolher e acompanhar estudantil, cuja eficácia reconhecida pelas instituições de ensino superior se evidencia pela via de um questionário que o Justiça e Paz faz no final do ano, onde «perguntamos aos estudantes qual foi o verdadeiro impacto do apoio nas suas vidas, nomeadamente se teriam abandonado o ensino superior sem o nosso apoio. De 150 a 160 estudantes que recebem o questionário, cerca de 80 a 90 respondem ao questionário e 30 a 40 dizem que teriam abandonado se não fosse esse apoio.»

Um impacto positivo que reveste alguma fragilidade sem o apoio da restante comunidade em contribuir, pois o organismo da Diocese de Coimbra nunca se vê como arauto da salvação e sim como uma parte de uma entidade social maior. «Não impomos necessidades nem impomos soluções. O Instituto Justiça e Paz não consegue resolver todos os problemas, mas pode ser um catalisador para acelerar e facilitar a mudança entre quem precisa desse apoio e quem o pode dar. Mas o reagente tem de ser a comunidade académica.»

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