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Lindo Serviço | O Cordel

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Fotografia: Mário Canelas

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Olá, meus pantagruélicos coimbrinhas.

Desta feita viajamos até Santa Clara para o ponto que poderá ser considerado o início da rua, a meu ver, mais cool da cidade, a João das Regras.

Apesar de inicialmente se encontrar numa quota mais acima, instalado numa original garagem remodelada, de forma a poder acomodar um restaurante – o que dava todo um toque de exotismo ao local, o que também deverá ter contribuído para o seu sucesso inicial – O Cordel encontra-se agora na zona mais badalada do além-Mondego.

Com esta reestruturação, qual tratamento facial do novo hub de cosmética a ser instalado no iParque, o estabelecimento ganhou nova dimensão e estabeleceu o seu espaço na cidade.

Teve ainda indecisões típicas da juventude, em que se interrogava que rumo tomar, qual acnoso pubescente à procura onde encaixar e em que oferecia no andar fundeiro serviços de hamburgueria e, no cimeiro, restaurante de comida tradicional portuguesa, sempre exemplarmente confecionada, como hoje permanece.

O que faz o Cordel é a sua consistência. Apesar de pródigo em pratos que respeitam a lusa tradicionalidade e com especial pendor para Trás-os-Montes, região de onde é originário Paulo Queirós, chef e fundador desta casa, falar-vos-ei de três que me enchem as medidas. Tal como me encheu as medidas o duo Samuel Úria e Bruno Aleixo no Bixos, na passada semana. A consolidar este hotel como um dos espaços mais criativos da cidade, atualmente.

Comecemos com o Arroz de Carqueja, malandrinho como mandam as regras, com oleosos enchidos como pede o fígado e com a famigerada carqueja, erva baldia que cresce espontânea sem-lei, para condimentar o prato com o seu acre, como exige o palato. Tout court: arroz de alheira e morcela a exigir uma hora de corrida no Choupal.

Como estamos numa de obstruir vias de circulação sanguínea, convido-vos a experimentar o Cozido à Transmontana com Butelo e Casulas que, infelizmente, está apenas disponível de outubro a maio.
O que são o butelo e as casulas, perguntam vocês, ignaros leitores. O butelo é um enchido transmontano, repleto de pequenas cartilagens e ossos envolvidos em suculentas e maciíssimas carnes que se desprendem ao primeiro toque. Um transcendental prazer culinário. As casulas, são vagens, com feijão dentro, a fazer lembrar um pouco o feijão-verde na aparência.

Quando estes se juntam à diversidade carnal dum bom e aromático cozido, fazem deste o melhor da cidade, a meu ver.

Entretanto, e para algo completamente diferente, não sei se sabem, mas a Câmara conseguiu a proeza de deslocar serviços para o Mercado D. Pedro V, dando assim continuidade às peixeiradas que abundam na 8 de maio. No entanto, foi por lá inaugurado, nestes dias, o Balcão da Inclusão que, atendendo aos meios que a cidade oferece às pessoas com deficiência, estará brevemente lotado.

Por falar em peixe, é absolutamente imperativo, por muito que possa soar a paradoxo numa casa de ascendência transmontana, experimentar o Robalo em Espumante Bairrada. Coimbra, sempre tão anémica na oferta de bom peixe, apesar de distar somente 40km do mar, tem aqui, finalmente, algo de que se orgulhar.

Não sei se é a frescura e qualidade da matéria-prima, se os tempos de cozedura, se os companhamentos, se o epidérmico lençol do filete a sair por inteiro ao primeiro toque da faca, despindo-o, deixando o alvo naco vulnerável ao primeiro trincho da deleitosa garfada. Somente sei que há muita costa ao longo destes 800km da Ocidental Praia Lusitana que se desejava para servir um peixe assim.

Para finalizar, nada como alimentar as vossas ulcerações dentárias com o premiado Pudim das Clarissas que, sejamos honestos, não mais é que um Pudim Abade de Priscos. Mas tem feito mais o chef Paulo Queirós pela doçaria desta cidade que muito doceiro da mesma. A devida vénia.

Não comam demais que dia 14 têm Speed Meeting by Coolectiva, na Praxis. Não
convém aparecerem ulcerados.

Pantagruélicas saudações, meus coimbrinhas.

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