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Reportagem sobre abertura da Praça do Mercado

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Reportagem sobre produtor André Aleixo

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Conversa Aberta | Que futuro queremos para o Mercado D. Pedro V?

Dia 23 de Novembro, às 18h, desafiamos a comunidade, responsáveis do município, trabalhadores do Mercado e outros convidados para falar sobre o presente e, sobretudo, o futuro do importante equipamento municipal.

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Fotografia: Mário Canelas

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Quando foi a última vez que entraram no Mercado D. Pedro V? E porquê? No actual contexto de obras de execução de infraestruturas das Águas de Coimbra e futura construção do canal do Metrobus, e abertura de portas do TUMO com mais de mil pessoas a frequentar regularmente o antigo edifício dos CTT, convidamos a comunidade para reflectir sobre o funcionamento actual e perspectivas futuras do importante equipamento municipal. Vai ser numa conversa que chamámos Que futuro queremos para o Mercado?, no dia 23 de Novembro, às 18h, no 1.º andar do Mercado Municipal D. Pedro V.

Como gostamos de estar bem preparados, conversámos com alguns dos mais recentes «inquilinos» do Mercado, onde no Verão já tínhamos conversado e assistido ao trabalho do jovem empreendedor André Aleixo, lado a lado com a colega de banca, Dona Almira, e há um ano e meio assistimos à inauguração da Praça da Restauração, que tanta expectativa trouxe ao espaço que, mais do que comercial, noutras geografias é um cartão de visita cultural e turístico das cidades.

Flores & Gourmet

Se entrarmos pela lateral do Mercado D. Pedro V, é difícil não reparar na pasteleira que dá as boas-vindas à loja de Ana Cristina Ramos – apelido mais do que adequado. A especialista em arte floral e organização de eventos, que se lembra de construir cemitérios e enfeitá-los com flores quando era pequena, é de Valpaços, mas mudou-se para Coimbra por motivos familiares. Estava desempregada quando soube do concurso de atribuição de locais de venda no Mercado, por hasta pública. «Vi a parte da restauração, muito bonita e com uma imagem apelativa, e achei que me enquadrava.» Conseguiu o seu canto na área das floristas, limpou-o e tornou-o apelativo e aconchegante bem ao seu estilo, desempoeirado e colorido, onde agora recebe com um rasgado sorriso clientes e curiosos, postura que considera fundamental para um espaço como o mercado vingar.

Dng Fotografia

Sorrisos é o que Margarida Carvalho mais procura no 1.º andar do Mercado. Para a fotógrafa, ex-funcionária da Kodac, «perceber o que está à nossa volta e como podemos tirar partido disso» é essencial. Já por isso, montou a loja a pensar, por exemplo, nas idosas que frequentam o mercado. «São pessoas que não sabem usar as tecnologias e que eu posso ajudar», imprimindo as fotos que os filhos e netos enviam pelo telemóvel, por exemplo. Imprimir, restaurar e tirar fotografias na hora e no cenário que a profissional montou especialmente para o Natal. Depois de 26 anos a trabalhar por conta de outrém, o preço acessível, a «excelente» localização e as condições de segurança do Mercado encorajaram-na a arriscar o seu próprio negócio, onde também há produtos da sua autoria a pensar nos turistas. «Está a correr muito bem e fui muito bem acolhida, é um ambiente familiar que, no fundo, é mesmo aquilo que eu quero», diz, enquanto folheia um álbum que traz um pequeno mas muito perfumado sabonete pendurado que é fruto da parceria com a «vizinha do lado».

Simplifica

Na loja de Carla Rézio, «tudo está virado para a sustentabilidade e à venda», avisa logo à chegada. Inclusive os móveis e expositores, feitos pela colega. «Tudo pode ser reciclado e reutilizado: querendo podem contar o que aqui está, não querendo podem ter ideia para um mono velho que tenham lá em casa, da avó, e que querem recuperar e reutilizar», continua a explicar. Carla faz produtos para a pele, como sabonetes e velas e ambientadores de cera de soja e quando dizemos que faz é porque ela fabrica mesmo ali os produtos naturais, numa pequena oficina e com produtos locais, não tivesse sido o «vizinho» do Super Local a entusiasmá-la com a ideia de começar o próprio negócio no Mercado. Lavanda, alecrim, eucalipto e erva-príncipe fazem companhia a bonecas criadas com garrafas e outros objectos originais, um hobby tornado negócio pela juristas de formação que decidiu, ela própria, reinventar-se.

Barbearia

Mudança também é palavra de ordem para qualquer cliente de Diogo Raposo e Raul Abreu, não trabalhassem na Barbearia do Mercado. São dois de quatro funcionários do espaço e chegaram recentemente a Coimbra. «Não sendo daqui, isto para um Mercado que está tão bonito e com preços tão mais baixos, até a cerveja, tem muito pouco movimento», aponta Raul, directo ao lamento comum de quase todas as pessoas com quem conversámos. Diogo explica que atendem o público em geral, eles na Barbearia e elas no Salão ao lado, mas admitem que a maioria dos clientes, para já, são mais idosos. «À noite, costuma haver actividade. Eu venho do Algarve, onde chove pouco e dá para beber cervejas nas esplanadas o ano inteiro, mas aqui chove tanto, por que é que não vêm cá para dentro beber? Ao menos estavam aqui perto de nós!», atira Raul, e Diogo concorda, até porque seria a forma de perceberem que o Mercado oferece mesmo de tudo, até cortes de barba e cabelo.

Doce Delícia

Alimentos talvez seja mais óbvio encontrar no Mercado, mas doces baixos em carboidratos, sem açúcar e sem glúten nem por isso. Francisca Mendes diz que há muitos curiosos com a loja que surgiu pelo facto de a proprietária, Mirna Quesado, ser gulosa, mas diabética. A maioria dos clientes da Doce Delícia estão online. «As pessoas não têm o hábito de vir ao Mercado, sobretudo para consumir, mas os eventos ajudam e mesmo que não comprem levam sempre o nosso panfleto e entram em contacto mais tarde», conta a finalista do curso de Turismo.

Das bancas de venda de frescos no rés-do-chão à Praça do Mercado e lojas às serviço de atendimento ao público da Câmara Municipal de Coimbra na Galeria Superior do Mercado do Peixe, circulando e conversando quer com trabalhadores, quer com visitantes, percebemos pontos fortes e pontos fracos do equipamento municipal, a começar pelas infra-estruturas, onde se incluem os equipamentos sanitários e estacionamento, e a terminar na afluência de clientes e comunicação da oferta que existe no equipamento, no interior e exterior do edifício.

Conforto, acessibilidade, ambiente, oferta, horários, preços, estes serão alguns dos tópicos a discutir no debate que se quer profícuo e construtivo no dia 23 de Novembro, às 18h, no Mercado Municipal D. Pedro V. A participação é aberta a todos, gratuita e sem necessidade de inscrição. Vamos anunciar a lista de convidados e programa detalhado em breve.

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