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ARTE AO DOMICÍLIO | Paula Vale Marques, Divulgadora cultural

A artista plástica Gabriela Torres convida à reflexão sobre a relevância da arte em tempos isolamento, através de uma série de entrevistas a artistas plásticos, fotógrafos, ilustradores, entre outros, abordados sob diversas perspectivas consoante a sua natureza mas sempre com a temática da figura humana como fio condutor. – Paula, qual é a história da […]

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A artista plástica Gabriela Torres convida à reflexão sobre a relevância da arte em tempos isolamento, através de uma série de entrevistas a artistas plásticos, fotógrafos, ilustradores, entre outros, abordados sob diversas perspectivas consoante a sua natureza mas sempre com a temática da figura humana como fio condutor.

– Paula, qual é a história da marca Mapas CCC?

O Coimbra Cartaz Cultural começou por ser uma agenda informal de eventos culturais, desportivos e de lazer da cidade de Coimbra. Nasceu em Abril de 2012, no Facebook, fruto de múltiplas motivações, nomeadamente do reconhecimento da necessidade de uma mais eficaz e abrangente divulgação dos eventos que se vão realizando na cidade e do desejo de os partilhar com os cidadãos e seus visitantes. Em 2017, a agenda propôs-se aumentar a oferta dos seus serviços criando a marca Mapas CCC (postais, mapas/ guias de lazer e outros materiais em parceria com artistas de Coimbra) de forma a enriquecer a experiência de vivência da cidade. Neste momento, a informação disponibilizada no Facebook do CCC enquanto agenda migrou para o site da Revista Coolectiva, numa parceria que se julga de maior interesse e relevância para
a cidade. A página de Facebook, actualmente, reúne toda a informação sobre os Mapas CCC, faz destaque ao Instagram (que é o local em que registo as minhas calcorreadas reais e imaginários em Coimbra, no mundo e na imaginação), e faz alguns destaques da programação da agenda, no site da Coolectiva.

– Qual é o peso da tradição de Coimbra no vosso trabalho de fotografia e ilustração?

Eu não tenho nenhuma formação artística. A minha formação académica é Serviço Social mas os meus interesses são múltiplos. As fotografias que coloco no Instagram não têm como principal objectivo serem artísticas. São, essencialmente, o registo das minhas calcorreadas e um exercício de atenção. Gosto de mostrar a cidade como um organismo vivo, nas suas várias
dimensões, (em que umas dimensões serão necessariamente mais vitalistas do que outras.). Para
mim, as caminhadas e fotografias são uma forma de participar na vida da cidade. Ambas servem, também, para ajudar a promover o merchandising da marca e que tem como base a ilustração. Eu escolho os trabalhos de alguns artistas que representaram a cidade de Coimbra nos seus desenhos, de alguma maneira. Ou seja, dou a conhecer, através de Mapas CCC, as suas visões particulares de Coimbra… Acho que não ligo muito à tradição (é, aliás, conceito que abomino…).

– Coimbra é uma cidade estagnada ou um centro artístico com pouca divulgação?

– Ui!… Coimbra é uma cidade com enorme potencial, mas que não ainda não o aproveita…É uma cidade com potencial cosmopolita, porque é um centro universitário de renome europeu, que acolhe pessoas de todo o lado, mas depois não aproveita muito bem isso…As pessoas não se
fixam (circulam, apenas)…Os ‘indígenas’ escapam porque não têm trabalho e porque, por qualquer razão, é muito difícil empreender o que quer que seja nesta cidade (é uma cidade viciada… e, custa-me dizer isto mas a verdade é que a mentalidade de quem detém o poder ainda é provinciana; muito ‘agarrada’ à tradição – lá está -, seja de figuras ou da história da cidade. Mas têm-se feito algumas coisas e há eventos e salas interessantes! Estou a lembrar-me da Bienal de Arte Contemporânea, das exposições do CAV/ Centro de Artes Visuais, da programação do TAGV e de outras salas e grupos com programação mais ‘fresca’ como a Casa da Esquina, por exemplo.

– Qual é o valor da fotografia/ilustração nestes tempos de maior isolamento?

Como disse, não sou artista mas valorizo a imaginação e criatividade. Acho que todo o ser humano é capaz de criar alguma coisa. Na minha perspectiva, a criatividade não tem sempre que andar associada à arte ou ao belo. Bonito,
fonte de prazer e felicidade, é criar. Dar azo e asa à imaginação. Gerar…Seja um desenho tosco, uma fotografia torta, um verso tolo ou uma lenga lenga, um bolo com ingredientes que apetecem…É liberdade e é maravilhoso. Não interessa nada o que as outras pessoas pensam. Portanto, obviamente que em tempos como os que vivemos todas as actividades criativas são indispensáveis ao bem estar.

– Há algum tema que considere importante ou projecto que queira divulgar?

Há muitos projectos interessantes em Coimbra. No âmbito da ilustração, vale a pena seguir o projecto Marquise, da Casa da Esquina. Depois há vários artistas (alguns até autodidactas). Todos os que colaboram com Mapas CCC são artistas cujo trabalho admiro.

www.mapasccc.pt
@mapasccc

Texto: Gabriela Torres
http://www.gabrielatorres.pt
@bygabrielatorres

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