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‘Viriato’ é um filme especial “independentemente de estar bem ou mal”

Já nada nos tira o prazer que nos deu fazer, conta-nos Alexandre Oliveira, ao telefone de Espanha. Nem parece que é de Coimbra, com o difícil que é apanhá-lo. Actor e professor de teatro, só tinha feito uma curta-metragem quando o realizador e produtor Luís Albuquerque, depois de assistir a uma peça onde entrava, lhe […]

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Já nada nos tira o prazer que nos deu fazer, conta-nos Alexandre Oliveira, ao telefone de Espanha. Nem parece que é de Coimbra, com o difícil que é apanhá-lo. Actor e professor de teatro, só tinha feito uma curta-metragem quando o realizador e produtor Luís Albuquerque, depois de assistir a uma peça onde entrava, lhe perguntou se estava a pensar cortar a barba e o convidou para o casting do filme Viriato (2019). Daí a estar neste momento a dias da estreia do filme é incrível tudo o que fizemos, confessa Alexandre. Este filme é especial, independentemente de estar bem ou mal. O nome não engana: vem aí um filme sobre o líder lusitano que confrontou os romanos na Península Ibérica, numa grande produção cinematográficapouco habitual no cinema português, sobretudo tendo em conta as dificuldades. O filme não foi apoiado pelo ICA – Instituto do Cinema e Audiovisual. Foi uma viagem muito boa e o baixo orçamento fez com que remássemos todos para o mesmo lado, diz o actor.

Rodado em sítios como Seia, Viseu, São Pedro do Sul e Paços de Ferreira, o filme é uma homenagem ao chefe guerreiro, com um elenco de mais de 200 actores e figurantes e conseguido apenas graças ao apoio de entidades como a Viv´Arte (Laboratório Nacional de Recriação Histórica), a Federación de Tropas y Legiones de Cartagena, a Timelapse-Media e as câmaras municipais de Seia e São Pedro do Sul. O centralismo é sempre uma questão complicada, no cinema como no teatro, mas estou satisfeito por ter conhecido tantas pessoas e por o Luís ter ido buscar malta do teatro, inclusive estudantes que precisam de uma oportunidade, conta o protagonistam, e acrescenta que só isso imprime uma carga emocional ainda mais forte ao filme. Além da história em torno do percurso de vida de Viriato, podem contar com uma história de amor. A antestreia vai ser dia 9 de Outubro no Alma Shopping, em Coimbra, e a partir do dia 10 já o podem ver em várias salas de cinema do país.

Trailer

Viriato (2019) começou a ser idealizado em 2017 e foi rodado em 2018. Retrata a vida do herói lusitano desde a vida de pastor até à liderança na luta contra a ocupação romana e consequente morte. Segundo o realizador, é o primeiro filme sobre a personagem histórica feito em Portugal, salvo uma leve incursão de Manoel de Oliveira em Non ou a Vã Glória de Mandar (1990). 

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 O verdadeiro Viriato 

Há pouca informação sobre a vida de Viriato, que remonta a quase 2 séculos antes de Cristo, mas é também aí que reside o feito de a conseguir reconstituir e adaptar ao cinema. Li alguns livros e vi uma série do canal História (Barbarians: The Risings), que tem um espisódio sobre ele – é incrível esta coisa do ideal de uma pessoa que junta diversas tribos com ideias diferentes, revela Alexandre Oliveira. Consta que Viriato fosse natural de Montes Hermínios, na Serra da Estrela, e teria sido um pastor que se tornou caçador e depois soldado. Os lusitanos homenageavam-no com títulos como Benfeitor e Salvador, porque teria sido um homem honesto e de trato justo. 

Filme

Com argumento de Ana Carolina Pascoal, Viriato (2019) é a 6ª longa-metragem de Luís Albuquerque [Por Onde Escapam as Palavras (2017), Dom (2012)]. A fotografia é de João Traveira e Luís Pereira e a banda sonora original de Luís Sousa. No elenco, além de Alexandre Oliveira estão Margarida Sousa, Mário Bertô, João Damasceno, Mário da Costa, Jaime Monsanto, Miguel Babo, Vânia Fernandes, Yuri Ribeiro, João Oliveira, Pedro Rodrigues, Paula Queirós, Ana Bárbara Queirós, Tiago Santos, António Albuquerque e João Paiva. Alexandre Oliveira está a fazer um curso de Movimento Cénico em Espanha e a dirigir 2 espectáculos a estrear nos próximos meses, para além das aulas de teatro que dá no Loucomotiva – Grupo de Teatro de Taveiro e no Colégio São Teotónio, em Coimbra. 

Texto: Filipa Queiroz

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