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Programação do Teatrão

Participem

Fórum Jovens Críticos

O Teatrão está a chamar os jovens para verem espectáculos e falarem sobre eles

Se também quiserem escrever, tanto melhor. Ouvimos o que saiu do primeiro Fórum Jovens Críticos onde a companhia de teatro recebe os mais novos e as suas ideias também para a programação dos próximos anos.

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Fotografia: Mário Canelas

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Programação do Teatrão

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Fórum Jovens Críticos

É Dia Mundial do Teatro. O relógio bate as 18h30 e vamos entrando para a Oficina Municipal do Teatro (OMT), onde decorre a primeira sessão do Fórum Jovens Críticos. A entrada é livre e a sala está cheia de por jovens com idades entre os 14 e os 20 anos, cerca de duas dezenas. Com eles, Isabel Craveiro, directora d’O Teatrão e Eva Tiago, estagiária da companhia de teatro local.

Começa-se com apresentações, um a um, para que todos se conheçam. Diz-se o nome e a idade. Há pessoas que já se conhecem, muitos dali mesmo, d’O Teatrão. Isabel Craveiro pergunta a quem não conhece por que veio e fala-se em sugestões de amigos e até em sair da escola mais cedo. «Este projeto do Teatrão é novo, nunca existiu, nunca fizemos nada assim», arranca a directora.

A criação do Fórum Jovens Críticos surgiu por várias razões: uma delas é saber que impacto é que o teatro teve na vida dos alunos que passaram pela companhia. A segunda, é a vontade de estimular os jovens a irem ver espetáculos, mesmo que já façam teatro. «Quando nós estamos a fazer é uma coisa, quando estamos a ver é outra», explica Craveiro.

Fazer teatro não é a ideia prevista para esta reunião. Pelo contrário, é ir ver espetáculos e falar sobre eles, «eventualmente perceber o que é um olhar crítico sobre um espetáculo». Também escrever algo sobre as obras de forma crítica e eventualmente partilhável. «E isso gerar alguma coisa junto das pessoas», completa a mentora da iniciativa que, com a ajuda de Eva, está a contactar locais de programação relativamente próximos – em Coimbra e outras cidades como Aveiro e Ílhavo – para ter acesso aos materiais de forma antecipada e o Fórum criar a sua agenda, que não precisa de ser demasiado intensiva.

A ideia deste encontro de jovens críticos surgiu no Fórum Teatrão, onde a companhia abriu as portas e os ouvidos às ideias e opiniões da comunidade, que não só responde ao problema da falta de público mais jovem como ao de falta de críticos culturais. 

Primeiro desafio

Assistir a Time, de Aldara Bizarro, e depois falar sobre isso. O novo espectáculo, que estreou a 30 de março, é mais um desafio do Teatrão na pesquisa através de outras linguagens artísticas – no caso, a dança. Mas a companhia também procurou trabalhar a integração da Língua Gestual Portuguesa de uma forma tal que acabou por determinar toda a sua construção. É para todos os públicos, mas pensado a partir da adolescência, uma faixa etária que a direcção do Teatrão considera determinante para novos públicos nas artes performativas.

A atenção especial ao público adolescente e jovem adulto deu origem a um ciclo de oficinas, Dançar o Tempo, e inclui iniciativas como esta, do Fórum Jovens Críticos. A equipa esteve na Escola Básica e Secundária Quinta das Flores a conversar com alunos do secundário sobre teatro e vários momentos da criação teatral, mas ao longo da temporada a OMT vai receber escolas de toda a região.

Isabel acalma o grupo em relação à primeira experiência de análise e crítica. «Nós vamos inventar algumas maneiras para vocês não ficarem assustados, vamos fazer dinâmicas em grupos mais pequenos, lançar também alguns pontos de partida para ser mais fácil falar ou começar as discussões (…) De vez em quando [também] vamos ter algumas pessoas convidadas que nos estimulam a ver os espetáculos de outras maneiras», diz.

Os encontros seguintes serão combinados no novo grupo no Whatsapp, mas quem se quiser juntar só tem de aparecer. Também está a ser lançado o desafio a outros Fóruns de teatros do resto do país e de países como Alemanha, França, Islândia e Holanda para eventuais encontros. «Pode ser interessante encontrarmos maneiras de as pessoas se juntarem, verem todas os mesmos espetáculos ou convidarmos alguns para virem cá e depois trocarmos cromos sobre isso.»

Ao longo da conversa, debateu-se ainda o facto de haver ou não programação cultural direcionada para os jovens e sobre o tipo de espetáculos a que costumam assistir. «Não acho que seja tudo direcionado, acho que a maior parte das coisas que eu vou ver não é especificamente para a minha faixa etária, mas eu acho que não é específico para nenhuma em particular. E acho que me consigo adaptar e identificar com certas partes da peça que eu vá ver, independentemente de ser ou não para a minha idade», comenta Catarina Loureiro. A opinião de Gabriela é semelhante: «Eu não sei, não costumo ir ver muitas coisas, mas quando vou ver não são para a minha faixa etária, mas também não apanho assim muita seca, porque eu vou porque quero ir».

Ensino de teatro nas escolas

Quando o assunto é a escola, Inês Costa chega-se à frente e refere uma das obras que já aprendeu, Frei Luís de Sousa (1843), de Almeida Garret. «Acho que já não se adequa muito aos tempos em que estamos, acho que há peças melhores para se dar, para as pessoas gostarem de teatro e, pronto, não gosto muito da escrita.» Pedro Borges também atira: «Ai, é péssimo. É mesmo muito mau. Pelo menos pela minha experiência (…) é mesmo muito secante porque é só ditar matéria, matéria e matéria.»

Isabel Craveiro diz que o problema do teatro no contexto escolar é o facto de haver sempre uma contextualização e «uma caracterização social e política associada». Quase a fechar o encontro, perguntou a alguns dos presentes o que acharam desta ideia do Fórum Jovens Críticos. No geral, todos gostam. Sofia diz que parece um «clube de leitura, mas com teatro». Renato acha bom para conviver com pessoas que não se conhece. Leonor Dias gosta da ideia de depois dos espectáculos poder falar sobre o que gostou ou não gostou, como faz com as amigas. Mariana Matos gosta da conversa que resulta entre todos.

«Eva, estou a esquecer-me de alguma coisa?», pergunta Isabel Craveiro. E a estagiária responde: «Para além de discutir os espetáculos, é fixe ver que discussões podem surgir a partir deles. O próprio espetáculo levanta certas questões que levam a levantar outras sobre a própria vida, sobre as coisas que vos acontecem. Acho que pode ser fixe também para vocês perceberem como é que aqui encontram um espaço para discutir coisas que vocês queiram discutir».

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