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A OWL criou uma aplicação que ajuda a descobrir espaços com potencial em Coimbra 

A empresa local Our Watch Leads democratiza a tecnologia satélite de observação terrestre para avaliar terrenos e valorizar cidades.

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Fotografia: Mário Canelas

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Imaginemos por instantes uma aplicação de telemóvel que nos oferece uma experiência mais rica nos espaços verdes e azuis de Coimbra, indicando-nos não só a sua localização, mas também informando sobre a quantidade e qualidade da vegetação presente ou até mesmo o conforto térmico latente. Temos ainda acesso a uma comunidade (e não rede) que nos permite participar na preservação desses espaços. 

Não precisaremos de fantasiar muito mais tempo, pois essa aplicação estará em breve disponível a qualquer utilizador com smartphone contemporâneo. De seu nome Citizeen e tendo Coimbra como cidade piloto, é de uma das muitas iniciativas da Our Watch Leads (OWL), que se encontra a desenvolver o projecto com a Cáritas de Coimbra e o Pólo do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente situado na Universidade de Coimbra (MARE-UC). Falámos com o fundador, Pedro Resende, na sede da empresa que anda a democratizar o acesso a soluções por via de tecnologia espacial e dados de satélite, sediada no Instituto Pedro Nunes (IPN).

Ele explica-nos como a ideia por detrás da OWL partiu da necessidade de conjecturar uma inovação tecnológica na arquitectura nacional para que a percepção dos locais de intervenção fosse mais respeitosa do meio ambiente. Após frequentar a Portugal Space Summer School em 2019 – onde conheceu Eduardo Godinho, o outro co-fundador da empresa – surgiu o interesse pela tecnologia espacial e suas vantagens pragmáticas em sectores como o da construção ou o da imobiliária.

«Ao perceber que a tecnologia satélite de observação terrestre já estava a ser utilizado em áreas como a arqueologia e a agricultura, foi um salto muito rápido até a aplicarmos aos locais de intervenção para informar um projecto de arquitectura», esclarece.

Por essa via, a OWL consegue reunir dados concretos de vastos territórios não devidamente cartografados e fazer um mapeamento remoto, explanando diversos critérios que permitem saber ao pormenor quais são as melhores zonas para construir e, em contraste, as zonas mais ricas em termos de biodiversidade.


A avaliação desses parâmetros (como o índice de vegetação, a temperatura à superfície terrestre ou a subsidência do solo) conduz a decisões informadas e cruciais à protecção dos ecossistemas, um cariz ambiental que serviu de chamariz profissional a Danielle Freitas. Participando na nossa conversa via telefone, – pois actualmente encontra-se no Brasil, mas em vias de voltar a morar definitivamente em Coimbra, onde tirou o mestrado –, sublinhou que «fazer esses diagnósticos mais precisos da área é fundamental tanto para a qualidade da construção como para preservar a natureza do meio ambiente que já ali existe».

A OWL tem vindo a estabelecer uma rede de parceiros, contactos e clientes que não só lhe capacita um âmbito de acção a nível global para os seus projectos, como também possibilita a sua participação remota quando informados de diligências locais, como levantamentos topográficos ou sondagens geotécnicas. «Como mandam as boas práticas», acentua Pedro, afirmando que «não queremos com esta tecnologia substituir o reconhecimento in situ, até porque isso é fundamental para o trabalho de um arquitecto. Agora trazemos é outros dados que por vezes não são perceptíveis, mesmo com os métodos tradicionais.»

Este acervo e técnica permitem à empresa trabalhar a tempo inteiro em várias zonas do globo terrestre, como as dos continentes africano ou sul-americano onde a OWL tem concretizado grande parte dos seus projectos de mapear territórios extensos e zonas de difícil acesso, já que investir num levantamento topográfico ou por drone se revelaria bem mais custoso. Danielle aponta que, não obstante a existência de sites open source a versar sobre tais áreas, a OWL acaba por «unificar e tratar todas essas informações com maior precisão e exactidão, facilitando o seu acesso às pessoas.»

«Aliás», acrescenta Pedro, «fizemos uma loja online precisamente para as pessoas poderem aceder a esta tecnologia a preços muito simbólicos pois, com estes dados que conseguimos obter de forma remota, estamos não só a potenciar a biodiversidade das zonas mas também a fazer poupar várias centenas de milhares de euros, ainda antes de se comprarem as propriedades, na fase de concepção de projectos.» Uma democratização informativa cujo objectivo é «ajudar arquitectos, engenheiros ou – ainda mais a montante – proprietários a tomar decisões mais informadas».


A esse conglomerado informativo acresce o Building Information Model (BIM) que consiste num modelo virtual daquilo que será construído, simulando ainda na fase de projecto a construção, os materiais, os equipamentos e as infraestruturas, «permitindo quantificar de uma forma rigorosa as previsões financeiras ou económicas e controlar os gastos, que muitas vezes em obras públicas são não planejadas», elucida-nos Danielle. É mais uma peça que a OWL procura coadunar com as tecnologias e ferramentas elencadas, enviesando-se deste modo a sua especialização em compatibilizar todas estas informações distintas, de maneira a moldar o futuro da geomática em Portugal.


E o que é a geomática? É um ramo de informática em constante evolução, que visa reunir todos os vários tipos de mapeamento que se pode fazer do território, quer pelos sistemas de informação geográfica, quer através das várias ferramentas que existem ou podem vir a existir. «Todas estas tecnologias têm pontos positivos e negativos», acautela-nos Pedro, ao recordar um caso em que «o satélite não estava a mostrar dados de subsidência em três localizações que estudámos na Serra da Estrela e acabámos por usar a carta geológica de Portugal.»


É a terceira valorização que a empresa apregoa: a da tecnologia. A OWL empenha-se para que o cidadão comum conheça melhor a tecnologia e tenha uma visão integral do que o rodeia, tirando maior proveito de inovações vindouras como a app Citizeen. «Hoje em dia a questão da tecnologia satélite de navegação é fundamental para a nossa experiência na cidade, para encontrarmos os locais. E porque Coimbra é uma cidade com muito potencial, existem uma série de espaços que estão à espera de ser descobertos não só pelos cidadãos, mas também pelos investidores. Podem sempre contar connosco para ajudá-la a descobrir.»

*Artigo actualizado às 15h52 de 10 de Novembro, 2022

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