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Opinião | Uma nova geração coimbrã

Por José Carlos Mota

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Fotografia: Mário Canelas

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Há uma nova geração de ativismo pelas cidades que é um pouco diferente do que temos tido até agora. Esta geração não deseja só chamar à atenção dos problemas, mas quer agir coletivamente em torno de soluções. Não fica satisfeita por promover iniciativas de voluntariado, mas pretende criar projetos de inovação societal que perdurem no tempo e tenham impacto. Não olha para o território onde vive numa perspetiva localista, mas percebe o mundo global onde se insere. E, por último, não vive fechado na sua bolha, mas percebe o valor da diversidade. 

Esta geração está a florescer em várias cidades europeias e também por cá. Nalgumas, está a tornar-se um caso sério. Por exemplo, na cidade de Coimbra por impulso da Coimbra Coolectiva. Mas não era bem assim, até há algum tempo.

Durante muitos anos escutei queixas sobre Coimbra, sobretudo pela voz da minha saudosa mãe Carolina. Dizia-me que havia muito individualismo, que era muito difícil mobilizar as pessoas para pensar e mudar a cidade, no fundo faltava um sentido coletivo. 

Por felicidade, cruzei-me, há meses, com a Coimbra Coolectiva, um exemplo de jornalismo e de cidadania de soluções, com o qual me identifiquei desde logo. Num momento complexo como o que vivemos, onde se cruzam crises de natureza diversa, da demográfica à climática, mas também económica e de esperança – as soluções para lhes responder não são evidentes. Por isso, são tão importantes as organizações que trabalham a mobilização e a inteligência coletiva para tentar encontrar caminhos novos, mesmo que não sejam fáceis. 

Pessoas com histórias de vida, experiências e conhecimentos muito diferentes, juntaram-se para gerar respostas novas aos desafios que enfrentamos. E constroem, colaborativamente e em pequenos passos, novos horizontes. 

Tive o prazer de receber um convite para apoiar a Geração Cooletiva (GC), um esforço para gerar ideias para melhorar a cidade do Mondego (que também é minha) e mobilizar os cidadãos para que as propostas que venham a ser concebidas, nos domínios da cidadania, do voluntariado ou até dos negócios, passem das palavras aos atos. 

Estive no lançamento do projeto e foi um momento mágico, com mais de 120 participantes na antiga Coimbra Editora. Foram vários os projetos de empreendedorismo social que emergiram nessa tarde e que têm estado a ganhar forma e função, mostrando o enorme potencial de transformação coletiva. A minha mãe teria adorado estar por lá.

Regressei mais tarde, numa das sessões de mentoria, para conhecer de perto alguns dos proponentes e ideias. O ambiente correspondeu ao que esperava. Pessoas com histórias de vida, experiências e conhecimentos muito diferentes, juntaram-se para gerar respostas novas aos desafios que enfrentamos. E constroem, colaborativamente e em pequenos passos, novos horizontes. 

A lição que Coimbra nos dá é, aparentemente, simples. Há uma energia cívica rica e inesgotável que tem de ser canalizada para pensar e agir coletivamente. Como as outras, esta fonte energética também precisa de lugares de produção e canais de distribuição. Em Coimbra, existem os dois. A Geração e a Coimbra Cooletiva. Um exemplo para o país. 

Filipa e Joana. Obrigado, minhas queridas. Que esta boa nova chegue a todos os cantos da terra e, se possível, do céu.

José Carlos Mota, conimbricense e professor na Universidade de Aveiro

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