Desde pequena que adoro ver os carros da queima e a sua criatividade. No entanto vejo um problema: requerem o uso de uma grande quantidade de papel virgem que será usado num dia e depois mandado fora. Como solução para o problema acho que o júri encarregado a escolher o carro vencedor deveria incentivar a utilização de papel reciclado ou reutilizado (como jornal, talões, revistas, folhetos, posters, flyers), fazendo com que esse seja um critério de avaliação ou mesmo como um requerimento.
Os núcleos poderiam aproveitar os posters e flyers que fazem ao longo do ano e que depois são mandados fora, por exemplo. O próprio Carro da Arquitetura já demonstrou ser possível fazer um bom carro usando jornal. Se fosse usado jornal, poderiam tingir de algum modo com tintas à base de água ou tingimentos naturais para poder ainda usar as cores do curso.
Segundo a estimativa de utilização de 30 mil flores por carro, cuja flor há-de ter um peso de papel à volta de 3 gramas, hão-de ser gastos cerca de 90kg de papel por carro. Assumindo que o cortejo terá 100 carros, se todos fizessem a mudança seriam poupados nove toneladas de papel, que equivale a cerca de 16 árvores (assumindo que uma árvore faz 562kg de papel).
Imaginem que as 16 árvores seriam cortadas na Praça da República ou da Avenida Sá da Bandeira.

Rita Providência é estudante de doutoramento e vive em Coimbra desde que nasceu.