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COIMBRA NO MUNDO | Bruxelas, Bélgica



Sou um reincidente em Bruxelas, já cá tinha estado em 2014/15 e voltei agora por motivos essencialmente profissionais, é a minha área e o meu habitat natural. Trabalhar junto das instituições europeias é uma mistura de prazer e perseverança, porque é aqui que se define o guião principal das políticas nacionais e municipais (mesmo que não pareça), mas também é aqui que estamos numa constante luta para alcançar consensos e caminhos políticos que consigam agradar a 27 países e vários grupos políticos e visões ideológicas/sócio culturais.

Durante os dias da semana, é uma vida intensa, acelerada para cumprir agendas de reuniões, votos, entrevistas… um cardápio de ações para que os eleitos possam verdadeiramente representar os eleitores. É na verdade uma das coisas de que mais gosto, vou buscar aquele pedacinho geek de relações internacionais e, misturado com computadores, telemóveis e um caderno do Star Wars, vou fazendo o que mais gosto: apoiar os decisores políticos. No fim de semana, se não for a Portugal ver a família e o meu filho, Kiko, passeio-me pelos mercados onde costumo comprar pasta fresca e comer um Pad Thai na Place Flagey. Aqui, nada como uma Vedett no Beer Bank durante a tarde/noite acompanhada de umas very typical batatas fritas. Mau, aqui, é fácil: o tempo… se bem que quando faz sol a cidade torna-se viciante.

De Coimbra sinto falta dos amigos, da família, do meu filho. Sem ser isso, o básico, diria que sinto falta de uma cidade serena, em que podemos fazer tudo (ao contrário do que acham os crónicos pessimismos/negativismos) desde que procuremos o que queremos fazer. Do que mais tenho saudades é do Fino e Ovo verde na Cervejaria do Parque… infelizmente esses não vou recuperar.

A ideia é ir de 15 em 15 dias, mas às vezes fico mais tempo em Bruxelas e outras mais tempo em Portugal. Sempre que vou a Coimbra tenho de ir ao Notes ou ao Izakaya Oni… já não sobrevivo sem esses dois projetos incríveis da nossa cidade que me dão a sensação que em Coimbra podemos tudo, até o Tribunal Constitucional.

Do que gostaria mais era de ver um país virado para o sentimento de partilha e comunidade, em que quiséssemos fazer com todos no barco e não com visões clubísticas sem sentido. O que vi nas últimas eleições autárquicas foi uma cidade e país de ódio e desrespeito.

O que me faz considerar voltar, todos os dias, é o Francisco, a família e os amigos, o resto são balanças da vida que qualquer ponte aérea resolve.

David Ferreira da Silva

* O autor escreve segundo o Acordo Ortográfico.

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