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Já espreitaram as novidades no Café Koala?

Depois de diferentes explorações e um investimento de 20 mil euros, o espaço na Cruz de Celas abriu com uma gerência especial: a associação Olhar 21 de Apoio à Inclusão do Cidadão com Trissomia 21.

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Fotografia: Mário Canelas

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Perguntamos a Bernardo Martins qual é o seu prato favorito, e ele respondeu de pronto: «O grande!» Tentamos de novo, mas agora perguntamos qual é o prato favorito aqui no Café Koala, na Rua António José de Almeida, junto à rotunda da Cruz de Celas, em Coimbra. «O que o Rafael faz», disse o miúdo de sete anos, acompanhado pelo irmão gémeo, Guilherme, e a mãe, Cláudia Martins. Mas, ao contrário do que possam pensar, Rafael não é o cozinheiro do novo espaço da cidade que oferece mais do que apenas conforto para o estômago. Ele é um dos seis jovens que trabalham no empreendimento social da associação Olhar 21 – Apoio à Inclusão do Cidadão com Trissomia 21.

Na parede à esquerda, logo à entrada, há um enorme painel com fotografias de apenas um dos olhos dos seis funcionários – três mulheres e três homens. A ideia foi da irmã de Rafael, Joana Coelho, que é designer. Os jovens trabalham por turnos de três horas, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 20h30. Aos sábados o espaço encerra às 21h30 e não abre aos domingos e feriados. Há uma mezanine para os mais reservados mas se geralmente os trabalhadores da área de restauração são «invisíveis», não é o que acontece no Café Koala. Todos usam crachás com os nomes e apelidos. 

O cardápio é modesto e honesto. Tem um pouco de tudo, para os diversos gostos, desde sandes e tostas com um preço médio de 6€ ao hambúrguer e mista – a mais barata por 3,50€. Todas as sandes são acompanhadas por batatas fritas estaladiças e há wraps salgadas (frango e caponata) e doces (nutella com nozes e banana com leite condensado) como uma massa perfeita – nós comprovámos. Agora que o calor começa a ficar mais intenso, as saladas saltam à vista e o Koala oferece diferentes opções com tomate cherry, cebola roxa, abacaxi, croutons e dois molhos à escolha: molho branco, com maionese, alho e orégãos, e molho de mel mostrada Dijon, que leva também vinagre balsâmico e azeite. A salada vegetariana traz queijo feta e frutos secos – as outras duas opções de salada são frango e salmão, que foi a que comemos.

Além da salada, os vegetarianos vão gostar de saber que podem deliciar-se com o wrap de caponata, prato da Sicília, que tem como base a beringela, e ao contrário de algumas versões esta não leva qualquer produto animal. A caponata do Café Koala tem também courgettes e é servida com diversos tipos de pão, podendo ser apreciada também como tapa. Há pica-pau, húmus com pão pita e paté de delícias do mar. Se o calor estiver muito intenso, uma boa opção de sobremesa é o carpaccio de abacaxi. Para quem quiser fazer apenas um lanche rápido, a pastelaria dispõe de muitas opções, desde quiches a rissóis de peixe e pasteis de nata, naturalmente. Nós optamos (e recomendamos) a coxinha de frango.

Claudia Martins diz que, além da comida, levou as crianças ao Café Koala para aprenderem mais e na prática sobre respeito, igualdade, aceitação e inclusão de pessoas com Trissomia 21. Carla Codeço, arquiteta e mãe de Rafael, faz parte da direcção da Olhar 21 e conta que o espaço foi icónico nos anos 80, com frequentadores que lhe tinham muito afeto, e depois da morte do proprietário original teve outros arrendatários mas só agora, confidencia, é que eles se confessam felizes com o novo propósito do lugar. Porquê? Por resgatar o espírito do fundador. 

O novo Café Koala foi inaugurado no início de abril para que a Olhar 21 prossiga na ampliação do seu objetivo: criar e facilitar percursos de inclusão. «O nosso objetivo é promover a autonomia e fazê-los ter uma formação e experiência prática que lhes permita serem absorvidos pelo mercado de trabalho», diz Carla Codeço, que conta que na instituição não se usa a terminologia Síndrome de Down, devido à maneira como o médico britânico John Langdon Down a descreve: «mongolismo», fortemente  baseado nas teorias racistas da época. E down também é um advérbio pouco estimulante, ressalta. Os seis funcionários do Café Koala são acompanhadas pela psicóloga da associação, Cátia Pinheiro. 

Encerrado por vários meses, o espaço foi requalificado, com obras no valor de 20 mil euros para garantir que cumpria todas as regras, e a ajuda de um investidor privado. Dia 21 de Abril, receberam a visita da Secretária de Estado da Inclusão, Ana Sofia Antunes, que reuniu com a presidente da direção, Carla Maria Agostinho numa conversa onde foram abordadas várias temáticas relacionadas com os apoios existentes para as pessoas com deficiência nas várias etapas da sua vida.

Como não estão autorizados a ter cozinha industrial, a comida é feita na Cozinha Pedagógica da associação em Chão do Bispo e entregue todos os dias, de manhã cedo, no estabelecimento, excepto as massas dos wraps e as batatas fritas que são feitas na hora. Quem prepara os pratos é Simara Fernandes, com larga experiência em restauração em Coimbra.

Rematamos com três sugestões de visita:

1. Saborear um pica-pau entre goles de fino ou sangria com os amigos;

2. Fazer como Cláudia Martins: levar filhos, sobrinhos, afilhados para almoçar ou lanchar e o aprender ficará ainda mais delicioso;

3. Se o orçamento permitir, comprar a caneca da Olhar 21.

Além de ficarem bem alimentados, contribuem para a sustentabilidade do Café Koala e promovem a construção de uma Coimbra mais inclusiva. Esta causa é de todos nós. 

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