Perante uma plateia de 800 pessoas na Casa da Música, assistimos ao desfilar no grande ecrã das reportagens De artista e de louco todos temos um pouco, de Rafael Vieira, Re-food: dezenas de pessoas comem graças aos voluntários do «Uber do desperdício» e Há um Calioásis a querer crescer no deserto de bem-estar que é o cancro pediátrico, de Filipa Queiroz. A Coimbra Coolectiva ganhou uma Menção Honrosa por esse conjunto de trabalhos na categoria Jornalismo do Prémio Comunicação 2023, nos Prémios Corações Capazes de Construir.
Todos os anos, a associação Corações com Coroa, criada por Catarina Furtado, premeia os melhores trabalhos de jornalismo e as melhores campanhas de empresas na área de direitos humanos. Este ano, escolheram distinguir o nosso trabalho por ser um «excelente exemplo de como há novas formas de fazer jornalismo» e de como «é possível fazer jornalismo que aponta para soluções», nas palavras do presidente do júri, o jornalista Francisco Sena Santos.
Joana Pires Araújo recebeu o prémio no Porto, das mãos de Sena Santos e do apresentador da cerimónia, João Pedro Vasconcelos. «Acreditamos no caminho do activismo cidadão como forma de transformar o sítio onde vivemos e o sítio onde trabalhamos. Esta palavra activismo pode ser um bocadinho assustadora, como é feminismo, por exemplo, mas a verdade é que contamos histórias e organizamos iniciativas que procuram mobilizar a nossa comunidade», afirmou a nossa co-fundadora. «Trabalhamos com optimismo, mas é também com optimismo que dizemos: não nos acomodemos, incomodemos.»
Segundo a organização, foi a edição mais concorrida desde que o prémio existe, há dez anos, com 71 trabalhos recebidos, com o presidente do júri, o jornalista Francisco Sena Santos, a sublinhar a «reconfortante qualidade dos trabalhos recebidos». O Prémio Comunicação Corações Capazes de Construir resulta de uma parceria com a Missão Continente e visa distinguir trabalhos de comunicação difundidos em Portugal e que se destaquem na promoção do conhecimento, informação, sensibilização e proteção dos Direitos Humanos numa perspetiva de igualdade de direitos e oportunidades, bem como de inclusão social, e no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Prémio Excelência do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra
«Temos acompanhado com bastante pormenor o trabalho desta fantástica equipa», disse Mário Velindro perante outro auditório cheio no ISEC. O presidente do ISEC disse que a instituição de ensino quis reconhecer a Coimbra Coolectiva no Dia do ISEC por causa da sua «visão inspiradora e inovadora que tem sido fundamental no apoio ao impulso do progresso e do bem estar da comunidade da nossa cidade» e augurou que o seu papel mobilizador e de escrutínio em relação à governação local continue e se torne «ainda mais importante na nossa cidade» no futuro.
No discurso que se seguiu à entrega do Prémio Excelência ISEC, e da exibição do nosso vídeo de apresentação, Joana Pires Araújo destacou o facto de ser o primeiro reconhecimento local em relação ao trabalho que temos vindo a desenvolver que já foi premiado noutra iniciativas a nível nacional. Falou do caminho do activismo cidadão e explicou que «na nossa revista online contamos as histórias que nos importam» e que «o jornalismo local tem o super poder de ajudar a reflectir sobre o futuro» do sítio onde vivemos», assim como organizamos iniciativas «procuram aproximar e mobilizar a comunidade».
«Trabalhamos com optimismo, mas é também com optimismo que dizemos: não nos acomodemos, incomodemos.»
Joana Pires Araújo, co-fundadora da Coimbra Coolectiva
Rematou declarando que «há tanto que podemos fazer nas nossas ruas, nos nossas bairros, nas escolas onde estudam os nossos filhos, os nossos jovens, nos nossos locais de trabalho. E, mais do que a Coimbra Coolectiva, este prémio reconhece o empenho da nossa comunidade e coloca a luz sobre o tanto que podemos atingir quando nos tornamos indivíduos e organizações que são agentes de mudança. Mas também nos responsabiliza para também nós sejamos uma organização sempre mais atenta com mais e mais impacto local. Cá estaremos para o fazer.»