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Abrir portas na Baixa é a resolução da Critical Software para 2024

Ano novo, casa nova: a tecnológica vai avançar com o projecto de requalificação do antigo edifício da Coimbra Editora, no Arnado. Pensado como o futuro centro de desenvolvimento da empresa, quer chamar a comunidade para dentro do espaço.

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Fotografia: Mário Canelas

As previsões da multinacional de tecnologia Critical Software para este ano são de crescimento e boa vizinhança. A empresa retomou o objectivo de transferir parte das operações para o emblemático edifício da Coimbra Editora, no centro da cidade e numa zona que se espera ser um ponto de ignição para a tão esperada reabilitação da Baixa e aproximação do tecido urbano ao rio. A expectativa é começar as obras ainda este ano.

O imóvel da extinta Coimbra Editora foi comprado pela Critical Software em 2018 já para ser reabilitado como futuro pólo de desenvolvimento da empresa, encaixado na construção de «comunidade» e na vontade de dar vida à zona histórica, na sequência de movimentos semelhantes feitos no Porto e em Lisboa, onde a empresa também tem escritórios. Com a pandemia de COVID-19 e as mudanças no regime de trabalho presencial, o projecto entrou num «compasso de espera», que, contextualiza João Carreira, CEO da Critical, termina agora pela «combinação de dois factores». «O modelo de trabalho híbrido estabilizou, crescemos e vamos continuar a crescer», diz.

Até 2026, a empresa espera duplicar o volume de negócios para 200 milhões de euros, uma meta «ambiciosa» e que «vai exigir a contratação de mais gente e mais espaço». Em Coimbra, a Critical mantém as instalações no Parque Industrial de Taveiro e, reforça João Carreira, com este «movimento para o centro e para um edifício com grande história», espera «contribuir para a revitalização da Baixa» e «tirar partido de estar no centro da cidade para criar uma relação mais próxima com a comunidade».

«A ideia é que possamos ter um edifício na cidade e para a cidade. Temos este desejo de trazer a comunidade para o edifício, de forma a criarmos uma dinâmica positiva que possa levar mais pessoas e mais empresas a instalarem-se nesta zona», acrescenta Miguel Valério, global head of facitily management (gestor de instalações) da Critical Software, que nos voltou a fazer uma visita guiada pelas antigas instalações da Coimbra Editora.

Mesmo com o projecto de requalificação suspenso, a Critical abriu o espaço à Geração Coolectiva, a iniciativa de geração de ideias e capacitação cívica promovida pela Coimbra Coolectiva, e acolheu também actividades culturais, como concertos inseridos no Festival Jazz ao Centro e a intervenção artística 232° Celsius do colectivo Pescada nº 5.

«Todas as condições» para avançar

O edifício, construído em 1932, tem cerca de três mil metros quadrados e está inserido numa zona classificada pela UNESCO, com a Critical empenhada também em honrar a história da cidade e o legado da Coimbra Editora, fundada em 1920 por um grupo de professores universitários e livreiros, numa área então preenchida pelas principais oficinas tradicionais, como como carpintarias, serrações, chapelarias, tanoarias e a famosa indústria cerâmica local.

A traça original do imóvel vai ser mantida, tal como os elementos mais característicos como o letreiro em azulejo da Coimbra Editora e a marcante estrutura interna em madeira, quase centenária.

«Assim que adquirimos o edifício e começamos a idealizar o projecto, foi uma grande motivação ver de que forma poderia responder às necessidades da Critical, uma empresa tecnológica, de desenvolvimento de software, mas também com laboratórios e áreas técnicas», sublinha Miguel Valério, antes de nos mostrar as prensas, máquinas de impressão e encadernação de livros que foram preservadas e vão continuar a atestar a «longa tradição de conhecimento» associada ao edifício.

O projecto engloba uma área total de seis mil metros quadrados, prevê a construção de uma torre de quatro andares e terá «escritórios, serviços, áreas técnicas e espaços para abrir à comunidade e proporcionar actividades diferenciadas aos colaboradores».

A zona do Arnado cativou já várias empresas tecnológicas, como a Nest Collective ou o Bloco, movidas também também pela vontade devolver dinamismo à Baixa.

A mudança da Critical é aguardada com expectativa pelo potencial transformador da zona, com vários armazéns devolutos e espaços abandonados, mas onde a CMC investiu já na requalificação da margem direita do Mondego e lançou um estudo urbanístico. A futura linha do metrobus e o consequente fim da ligação rodoviária à Estação Nova aumentam também o interesse na zona, com o projecto da Critical a estabelecer também um novo arruamento, paralelo ao rio.

A expectativa da empresa é conseguir «finalizar muito rapidamente alguns detalhes em relação ao projecto» para abrir concurso, adjudicar a obra e iniciar a construção ainda este ano. «Temos todas as condições para que isso aconteça», remata Miguel Valério.

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